terça-feira, janeiro 27, 2009

Arautos da verdade absoluta paridos
nos alfobres onde só nascem néscios

Sobejam os exemplos neste Portugal dos pequeninos dos que se põem em bicos de pés para mandar calar os outros, retirando-lhes um dos mais elementar direitos – o de opinião. Quanto menos opinião, melhor. Quantos mais “sins” melhor ainda.

Por vias indirectas, mas quase todas com o rabo de fora, o poder em Portugal (que outro país poderia ser?) está a criar verdadeiros arautos da verdade absoluta, autómatos da subsistência a qualquer preço.

Alguns vão acrescentando, seguindo o espírito criativo do chefe, “esteja calado e ouça... se quer comer”. Quem não se cala... vai para o desemprego numa lista feita pelo capataz que assina o documento com a impressão digital.

Em Portugal (que outro país poderia ser?) esta praga domina de tal forma os diferentes poderes que, sinceramente, começo a pensar que mesmo não ouvindo o melhor é estar calado.

Aliás, como diz o meu merceeiro recordando-me uma história já velha deste Portugal (que outro país poderia ser?), nada melhor para não errar do que nada fazer. Ou seja, estar calado e ouvir, comer e calar porque, afinal, “eles querem, podem e mandam”.

E que querem, querem. E que podem, podem. E que mandam, mandam. Não admira, por isso, que em Portugal (que outro país poderia ser?) sejam cada vez menos os que se acham no direito de ter e de manifestar uma opinião diferente da do chefe.

Portugal (que outro país poderia ser?) valoriza quem não erra, esquecendo-se de verificar que os que não erram são os que nada fazem.

Portugal (que outro país poderia ser?) entre um competente e um néscio com uma boa cunha, escolhe o néscio. E deles é, como se vê, todo o reino a norte (embora cada vez mais a sul) de Marrocos.

http://www.petitiononline.com/pelojn/petition.html

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