Nos tempos mais recentes, Paulo Portas, Passos Coelho e Miguel Relvas deslocaram-se às partes ricas de Angola. Todos, com mais ou menos vaselina, rogaram a José Eduardo dos Santos que lhes desse o que eles queriam.
É certo que, a fazer fé em organismos internacionais, Angola é um dos países com elevados índices de corrupção, mas isso não impede, nunca impedirá, os governantes portugueses de estenderam a mão e de darem, em troca, o que bem entenderem.
E quem estende a mão tem de comer e calar. Aliás, cada um come do que mais gosta, quando pode. Só não está certo que Portugal prometa dar aos abonados donos de Angola tudo aquilo que, embora sendo português, é propriedade dos cidadãos…
Por regra, em Portugal parece não haver excepções, os políticos são um problema para a solução, cabendo assim aos líderes a solução para os problemas. Problemas crescentes tal é a força dos políticos.
Por alguma razão os líderes (coisa rara nas ocidentais praias lusitanas) impõem-se por si e os políticos são impostos. Impostos por decreto, ordem de serviço ou algo similar, a título compensatório pelos bons serviços prestados a outros políticos.
Os políticos agradecem a quem lhes estende a mão quando tropeçam numa pedra. Os líderes agradecem a quem retirou a pedra antes de eles passarem, mesmo que desconheçam quem o fez.
Os políticos lideram as empresas que, por regra, são as primeiras da últimas. Os líderes comandam as que são as primeiras das primeiras.
Os políticos rodeiam-se de quem pensa como eles, os líderes apostam nos que pensam (e, cuidado, que pensar pode vir a ser crime!) de modo diferente.
Os políticos fogem sem tentar. Os líderes tentam sem fugir porque sabem que só é derrotado quem desiste de lutar.
Os políticos lutam na certeza de que virão a ser derrotados. Os líderes lutam na convicção de que virão a ser vencedores.
Os políticos são donos da verdade. Os líderes constroem a verdade.
Os políticos vão fazendo algumas coisas. Os líderes são o exemplo de como se faz.
Os políticos mandam levar a carta a Garcia, aos líderes basta pegar na carta.
Os políticos são aqueles que estão sempre a pedir para sair. Os líderes são aqueles que sabem que só pede para sair quem quer ficar. Por isso, quando entendem saem pura e simplesmente.
Salvaguardando algumas excepções que talvez existam, Portugal tem – continua a ter – políticos a mais e líderes a menos. Daí a luta para ser apenas o melhor dos últimos.
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