terça-feira, maio 22, 2012

Dólares ou rupias? Tanto faz!


O Presidente da República do reino lusitano, Cavaco Silva, apelou hoje a um aumento do investimento indonésio em Portugal. Fez bem. O que importa é que alguém dê de comer a quem tem fome.

Fome que, obviamente, não atinge os portugueses de primeira do tipo Cavaco Silva, Joaquim Pina Moura, Jorge Coelho, Armando Vara, Manuel Dias Loureiro, Fernando Gomes, António Vitorino, Luís Parreirão, José Penedos, Luís Mira Amaral, António Castro Guerra, Joaquim Ferreira do Amaral, Filipe Baptista, Ascenso Simões, António Mexia, Faria de Oliveira ou Eduardo Catroga.

Cavaco Silva está a dar a ideia de que sente as dores dos outros, ou seja do milhão e duzentos mil desempregados, dos 20% de pobres e de outros tantos miseráveis. É um bom figurante. Ele que foi primeiro-ministro de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, que venceu as eleições presidenciais de 22 de Janeiro de 2006 e foi reeleito a 23 de Janeiro de 2011, só tem direito em termos vitalícios a 4.152 euros do Banco de Portugal, a 2.328 euros da Universidade Nova de Lisboa e a 2.876 euros de primeiro-ministro…

Cavaco Silva disse que os "empresários indonésios são muito bem-vindos", e convidou o seu homólogo Susilo Bambang Yudhoyono a visitar Portugal para, calculo eu – citando Miguel Relvas – no meu jornalismo interpretativo, ver as potencialidades desta eventual 27ª província indonésia, em substituição de Timor-Leste.

Na resposta, o chefe de Estado indonésio disse que "fará os possíveis" para aceitar o convite de Cavaco Silva já no próximo ano. No próximo ano poderá ser tarde. Aos ricos deste pobre Portugal dava jeito que, com dólares ou rupias, viesse bem mais cedo.

"Os indonésios são muito bem-vindos a Portugal, os empresários indonésios são muito bem-vindos a Portugal e estou convencido que uma visita do presidente Susilo Bambang Yudhoyono será um sinal muito importante para o relacionamento amigo, concreto e benéfico para os dois países", frisou Cavaco Silva numa coisa a que os produtores de conteúdos chamaram  conferência de imprensa mas que, por não haver direito a perguntas, poderá ser tudo menos conferência de imprensa.

O Presidente da República portuguesa fez questão de abordar a crise na zona euro, mas para dizer que esta situação "vai sem dúvida ser ultrapassada", lembrando que a União Europeia é o maior bloco económico do mundo.

Vai com certeza ser ultrapassada. Não se sabe se pela esquerda, se pela direita, se por cima, se por baixo. Aliás, nem se sabe se nessa altura ainda existirão portugueses livres.

"Queremos que os empresários dos nossos dois países conheçam melhor as potencialidades da Indonésia e de Portugal", frisou Cavaco Silva, antecipando o fórum empresarial que vai decorrer amanhã entre os dois países.

Na opinião do chefe de Estado português, Portugal e Indonésia são dois Estados "que se complementam" em muitos domínios e destacou o interesse com que os empresários portugueses olham para a economia asiática.

E é verdade. Por enquanto o olhar ainda não paga impostos. E tal como os empresários olham para a Indonésia, a esmagadora maioria dos portugueses olha para os pratos… vazios.

1 comentário:

ELCAlmeida disse...

E qual é a tua meu?
Sempre pode vir para cá um carro Timur. É que o meu já tem 13 anos e precisa de ser substituído. Parece-me que não tem catalisador e, de acordo com o senhor Costa, há certos sítios que ele não pode circular...
Kdd
EA