Estes governantes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental são mesmo malucos. Isso é coisa que se peça a quem, como todos os outros, tem um buraco no fundo das costas?
Não percebem que reconsiderar a nomeação é novamente meio caminho andado para pôr as Kalashnikov a comandar o país? Não percebem que, tanto o Governo de Carlos Gomes Júnior, que fez a escolha, como Bacai Sanhá, que a aprovou, não têm alternativa?
A escolha de António Indjai foi apenas uma forma de ganhar tempo até que, um dia destes, outros militares resolvam democraticamente utilizar o seu Kalashnikovês para dar mais um golpe no que resta país.
A rapaziada da CEDEAO, que diz de sua justiça e depois parte para outra, sabe muito bem quem manda na Guiné-Bissau. Se não sabe bastaria ver o percurso do país, nomeadamente os golpes e os assassinatos de dirigentes eleitos.
Todos sabem, a começar pelas autoridades eleitas do país, que duas semanas depois da intervenção militar de 1 de Abril toda a comunidade internacional avisou que o novo chefe de Estado Maior das Forças Armadas deveria ser alguém que não tivesse estado envolvido.
Apesar disso, o resultado está à vista. Foi escolhido o principal protagonista do golpe. Diga-se, contudo, que seria impossível escolher alguém que nunca tivesse estado envolvido nos sucessivos golpes. Aliás, o lema da Guiné-Bissau parece ser: de golpe em golpe até ao golpe final.
Também a CEDEAO finge pensar que Malam Bacai Sanhá e Carlos Gomes Júnior são dirigentes políticos de uma democracia estabilizada e de um Estado de Direito. Mas sabem bem que não é assim.
Tudo isto é, afinal, a reedição de um filme já gasto de tanto ser usado. Vão mudando os protagonistas principais, agora é Bacai Sanhá e antes fora “Nino” Vieira, mas o argumento é sempre o mesmo. E se o argumento é o mesmo, o fim será idêntico: mais uns tiros e mais uns dirigentes mortos.
Exagero? Talvez. Deus queira que sim. Mas a verdade é que na Guiné-Bissau nenhum candidato, nenhum presidente, acabou o seu mandato e em 15 anos o país já teve seis presidentes.
Por alguma razão, o ex-chefe do Governo guineense, Francisco Fadul, considerava que, face ao estado em que se encontra a Guiné-Bissau, as Nações Unidas deveriam assegurar a governação do país, instituindo um protectorado pelo período mínimo de 10 anos, "para que não haja recidivas, não haja retrocessos como aconteceu em Timor".
Os Governantes da CEDAO não estão loucos não!!! Só querem que Malam Bacai Sanhá faça o que deve fazer enquanto chefe de estado! Que justifique o dinheiro que se tem gasto naquele país em eleições e que mostre aos militares que não foi neles que o povo votou. Se não é capaz de fazer isto então não se entende porque razão é presidente da republica.
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