quinta-feira, agosto 23, 2012

Jornal “Negócios” descobre a pólvora!


O “jornalista” Celso  Filipe, do jornal português “Negócios” (tal como muitos outros) descobriu a pólvora sobre a política em Angola. São pérolas atrás de pérolas.

Diz Celso Filipe: “Curiosamente, a defesa da nova Constituição angolana, que foi aprovada em Janeiro de 2010 pelo Parlamento, foi feita em grande parte pelo então vice-presidente da Assembleia Nacional, Norberto Santos, que durante anos foi porta-voz da UNITA em Portugal. Na sequência do regresso à guerra, em 1992, Norberto Santos (também conhecido por Kwata Kanawa) abandonou a UNITA e aderiu ao MPLA. Esta Constituição “é mais um passo de particular importância para a consolidação da Nação angolana, o reforço do Estado democrático e de direito e para o reforço da democracia representativa e participativa" defendeu Norberto Castro na altura, enquanto a UNITA acusava o Governo de estar a promover um “golpe constitucional”.

Norberto dos Santos e Norberto de Castro são, obviamente, pessoas diferentes. Eu sei que, se calhar, para Celso Filipe são pretos e por isso são todos iguais. Mas não são.

Norberto dos Santos não abandonou a UNITA porque nunca a ela pertenceu e, por isso, nunca poderia ter sido porta-voz da organização em Portugal.

Para Celso Filipe (que até tem a Carteira Profissional número 1438), Norberto de Castro – este sim, porta-voz da UNITA em Lisboa – terá dado um importante contributo para a nova Constituição de Angola.

Acho que terá sido uma decisão difícil de tomar em 2010 por Norberto de Castro. Não só porque nunca foi vice-presidente da Assembleia Nacional como, e acho que é um facto importante, por ter morrido em 2004. Mas se Celso Filipe o diz…

Tivesse Celso Filipe trabalhado com o Jornalista, escritor e político angolano, Fernando Norberto de Castro e, creio, teria aprendido alguma coisa, desde logo a não confundir a beira da estrada com a estrada da Beira.

Norberto de Castro foi locutor e produtor radiofónico e director do jornal do Galo Negro, Terra Angolana. Foi também, entre outros, chefe de redação, em Portugal, do jornal “O País”,  onde – aliás – trabalhei com prazer e orgulho sob as suas ordens.

Já agora, só para mera informação ao Celso Filipe, Norberto de Castro foi também presidente da Federação Angolana de Patinagem e director do Gabinete de Comunicação e Marketing da Sonangol. Em 1996, publicou “Ano de Kissanji”, com o qual recebeu o 1º Prémio Rosa de Ouro da Câmara Municipal de Luanda.

Ver:

1 comentário:

  1. Norberto de Castro era multifacetado que dava para confundir qualquer jornalista, mesmo que fosse angolano, quanto mais um caputo qualquer.

    Em 1961 era furriel miliciano no RIL, "assíduo, zeloso e bem comportado", como se dizia de um bom funcionário no tempo das colónias tugas.

    Fez uma grande reportagem, com Carlos Cruz, Rui Romano e mais um ou dois locutores importantes, na recepção em Luanda a Marcelo Caetano.

    Memorável e histórica essa recepção.

    Não lhe faltou coragem para continuar a lutar naquela terra fabulosa.

    Não lhe faltou coragem e "jogo de cintura".

    A maioria dos angolanos com o nível dele foram para o Brasil, EUA e Puto, não tiveram coragem de enfrentar a fuzilaria de 27 anos.

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