A CPLP, que por extenso quer dizer Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, tem mostrado nos últimos tempos alguma preocupação em matéria de comunicação. É pouco, é muito pouco, mas é alguma coisa. Embora me pareça que a organização devia estar mais preocupado com o essencial e menos com o acessório, admito que a estratégia passe mais pela embalagem do que pelo conteúdo. É pena, mas está a ser assim.
Falemos então da embalagem. A CPLP lançou a publicação «Pensar, Comunicar, Actuar em Língua Portuguesa», no dia 25 de Julho, na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, em Lisboa.
A publicação comemorativa dos dez Anos da CPLP foi apresentada pelo Secretário Executivo da CPLP, Embaixador Luís Fonseca, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, João Cravinho.
Mas será que nestes dez anos a CPLP fez obra? Fez alguma, embora muito pouca. Poderia fazer mais? Não só poderia como deveria. Não basta, digo eu, pintar o elefante de cor de rosa para que ele deixe de ser… branco.
Na mesa de honra estiveram ainda o Secretário Executivo Adjunto da CPLP, Embaixador Tadeu Soares, e o Embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa, Constantino Lopes da Costa, em representação da presidência da CPLP.
Pelos presentes (mas também por alguns ausentes) se vê que a CPLP está mais preocupada em obras de fachada do que, como seria de esperar, em obras de fundo, estruturais e dinâmicas, mesmo que com menor visibilidade.
Segundo o site oficial da organização, “entre os inúmeros convidados, destaca-se a presença de todos os Embaixadores dos Estados-membros junto à CPLP, do presidente da Assembleia da república Portuguesa, Jaime Gama, de Embaixadores de diversos países acreditados em Lisboa, de membros do corpo diplomático, do bastonário da Ordem dos Advogados de Portugal, entre outras personalidades”.
Muito bem. E onde estava a CPLP real? Os escritores, os músicos, os pintores, os poetas, o povo?
Com "a publicação queremos destacar a vitalidade da nossa Organização reflectindo o empenho dos nossos Estados em promover o desenvolvimento e a justiça social, a afirmação dos valores democráticos, empenho esse reflectido no elevado número de medidas conjuntas que os Estados-membros têm adoptado para harmonizar politicas, activar procedimentos comuns e cooperar em domínios tão importantes como a Justiça, a Educação, as Forças Armadas, Ambiente e Migrações, entre outros", referiu o Embaixador Luís Fonseca.
Pois. Continuamos na mesma. Alguém se terá lembrado dos milhões que têm pouco, ou nada, e não apenas dos poucos que têm milhões?
Também no passado dia 21 de Julho, o Secretariado Executivo da CPLP lançou um boletim institucional denominado "Noticias CPLP".
“Este boletim bimestral pretende garantir uma acção contínua para estabelecer o entendimento mútuo entre a Organização e as populações que a constituem, um público-alvo partilhado com os jornais de referência de cada um dos Estados-membros da CPLP”, diz a organização.
De facto, nada melhor do que através de j”ornais de referência” enviar notícias para os que nem sequer comida conseguem garantir. Mas se esta CPLP é assim, o que haveremos de fazer?
O "Noticias CPLP" é uma publicação com distribuição – como encarte – na imprensa de referência em cada um dos Estados-membros da CPLP. Actualmente, está garantida a distribuição do "Noticias CPLP" com os Jornal "Expresso" em Portugal, com o "Semanário", de Timor-Leste, com o "Courrier Internacional" em Língua Portuguesa e com o Jornal "A Semana", de Cabo Verde.
O "Noticias CPLP" tem 12 páginas, a cores, sendo que três delas são dedicadas à publicidade/patrocínio. Por aqui se vê, se continua a ver, que a CPLP está mais, ou exclusivamente, preocupada em divulgar uma comunidade fictícia, esquecendo que os povos da CPLP não são aqueles que frequentam os hotéis de cinco estrelas nem os areópagos políticos das elites.
Falemos então da embalagem. A CPLP lançou a publicação «Pensar, Comunicar, Actuar em Língua Portuguesa», no dia 25 de Julho, na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, em Lisboa.
A publicação comemorativa dos dez Anos da CPLP foi apresentada pelo Secretário Executivo da CPLP, Embaixador Luís Fonseca, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, João Cravinho.
Mas será que nestes dez anos a CPLP fez obra? Fez alguma, embora muito pouca. Poderia fazer mais? Não só poderia como deveria. Não basta, digo eu, pintar o elefante de cor de rosa para que ele deixe de ser… branco.
Na mesa de honra estiveram ainda o Secretário Executivo Adjunto da CPLP, Embaixador Tadeu Soares, e o Embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa, Constantino Lopes da Costa, em representação da presidência da CPLP.
Pelos presentes (mas também por alguns ausentes) se vê que a CPLP está mais preocupada em obras de fachada do que, como seria de esperar, em obras de fundo, estruturais e dinâmicas, mesmo que com menor visibilidade.
Segundo o site oficial da organização, “entre os inúmeros convidados, destaca-se a presença de todos os Embaixadores dos Estados-membros junto à CPLP, do presidente da Assembleia da república Portuguesa, Jaime Gama, de Embaixadores de diversos países acreditados em Lisboa, de membros do corpo diplomático, do bastonário da Ordem dos Advogados de Portugal, entre outras personalidades”.
Muito bem. E onde estava a CPLP real? Os escritores, os músicos, os pintores, os poetas, o povo?
Com "a publicação queremos destacar a vitalidade da nossa Organização reflectindo o empenho dos nossos Estados em promover o desenvolvimento e a justiça social, a afirmação dos valores democráticos, empenho esse reflectido no elevado número de medidas conjuntas que os Estados-membros têm adoptado para harmonizar politicas, activar procedimentos comuns e cooperar em domínios tão importantes como a Justiça, a Educação, as Forças Armadas, Ambiente e Migrações, entre outros", referiu o Embaixador Luís Fonseca.
Pois. Continuamos na mesma. Alguém se terá lembrado dos milhões que têm pouco, ou nada, e não apenas dos poucos que têm milhões?
Também no passado dia 21 de Julho, o Secretariado Executivo da CPLP lançou um boletim institucional denominado "Noticias CPLP".
“Este boletim bimestral pretende garantir uma acção contínua para estabelecer o entendimento mútuo entre a Organização e as populações que a constituem, um público-alvo partilhado com os jornais de referência de cada um dos Estados-membros da CPLP”, diz a organização.
De facto, nada melhor do que através de j”ornais de referência” enviar notícias para os que nem sequer comida conseguem garantir. Mas se esta CPLP é assim, o que haveremos de fazer?
O "Noticias CPLP" é uma publicação com distribuição – como encarte – na imprensa de referência em cada um dos Estados-membros da CPLP. Actualmente, está garantida a distribuição do "Noticias CPLP" com os Jornal "Expresso" em Portugal, com o "Semanário", de Timor-Leste, com o "Courrier Internacional" em Língua Portuguesa e com o Jornal "A Semana", de Cabo Verde.
O "Noticias CPLP" tem 12 páginas, a cores, sendo que três delas são dedicadas à publicidade/patrocínio. Por aqui se vê, se continua a ver, que a CPLP está mais, ou exclusivamente, preocupada em divulgar uma comunidade fictícia, esquecendo que os povos da CPLP não são aqueles que frequentam os hotéis de cinco estrelas nem os areópagos políticos das elites.
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