sábado, maio 31, 2008

PSD regressou voluntariamente ao passado
e, assim, Sócrates continuará de pedra e cal

Manuel Ferreira Leite é a nova líder do PSD e, embora não se tenha a certeza, também do partido de José Pacheco Pereira. A minha opinião, é claro, não conta para este, nem para qualquer outro, campeonato. Creio, contudo, que a alternativa para retirar José Sócrates do poder foi de mal a pior.

Assim, como pelos vistos gostam os 37,6% de militantes que votaram na nova líder, o PSD vai continuar a ser segundo ou, como certamente diria o filosófico Pacheco Pereira, o primeiro dos últimos. Por aqui se vê que, afinal (e basta ver o exemplo do PS) o que dá é ser do sistema, estar com o sistema, apoiar o sistema.

Manuela Ferreira Leite (tal como Santana Lopes) é mais do mesmo. Mais daquilo que ajuda a afastar os portugueses da política, que contribui para a manutenção do poder nas mãos de José Sócrates.

Diferente, e por isso ainda condenado ao insucesso, pareceu-me ser Pedro Passos Coelho, com quem os portugueses teriam a ganhar. Mas como Pedro Passos Coelho queria, para já, ganhar o PSD, foi derrotado.

Se eu fosse militante do PSD teria votado em Pedro Passos Coelho. Tudo porque, digo eu, acredito nos homens que põem o poder das ideias acima das ideias de poder.

Como em (quase) tudo na vida, existem pessoas que querem ser os primeiros entre os primeiros, e outras para quem ser o primeiro dos últimos é suficiente, que querem ser umas espécie do actual Sport Lisboa e Benfica (viver dos louros do passado e aceitar passivamente ser segundo, terceiro ou quarto). É assim no PSD.

Recordo, até porque não penso gastar muitas linhas mais com o PSD do passado, que Luís Filipe Menezes não pode concentrar as suas forças no adversário porque, dentro de casa, não faltaram barões não eleitos a tentar fazer-lhe a cama.

E tanto tentaram que hoje concretizaram o seu sonho, embora seja um, mais um, pesadelo para os portugueses.

A razão de ser ontem, hoje e amanhã

O Governo da província do Huambo perspectiva, para este ano, a edificação, de raiz, de uma infra-estrutura para albergar a Casa da Cultura, tendo em atenção o desenvolvimento e valorização dos agentes culturais desta parcela do país.

A ideia foi anunciada à Angop pelo director provincial da Cultura, Pedro Tcissanga, que diz tratar-se de uma infra-estrutura que vai acolher, entre outras, uma sala de espectáculos, biblioteca e outros espaços de lazer e diversão para a juventude e criadores locais.“

É uma mais valia para os artistas, em particular, e para a juventude, em geral, que vão ter à disposição diversos espaços para a execução das suas actividades culturais. O governo pretende, com este projecto, procurar valorizar mais o trabalho dos criadores locais, dando-lhes condições para que possam executar as suas tarefas sem muitas dificuldades”, disse Pedro Tcissanga .

A construção desta infra-estrutura, segundo adiantou a fonte, tem muito a ver com a pretensão de se resolver, em parte, a questão da falta de salas adequadas para a realização de espectáculos musicais, teatro e de outras modalidades de sala, que de um tempo a esta parte debatem-se com problemas de falta de espaços.

Avaliado em três milhões e 500 mil dólares, o projecto a ser executado por uma construtora chinesa poderá ficar concluído em Setembro do ano em curso caso as obras comecem dentro do tempo previsto, ou seja este mês.

A fonte avançou que, nesta altura, foi já realizado o estudo de viabilização, esperando apenas que se resolvam as questões burocráticas para que o projecto avança sem mais delongas e para o bem da cultura do Huambo.É uma boa notícia. A cultura está ser valorizada na minha cidade.

Noutros tempos também o foi. Mas esses já lá vão. Alguém se recorda, por exemplo, do Artoliterama – Grupo Juvenil de Artes e Letras do Huambo, nascido no liceu da cidade?

Se calhar não. Esses jovens dos idos de 1975 são hoje uns kotas rezingões espalhados pelos desertos da saudade e que sobrevivem à custa dos oásis da memória.

Memória que hoje, com versos e prosas, regressa às origens.

http://artoliterama.blogspot.com/

sexta-feira, maio 30, 2008

Não falta na UNITA quem, como no MPLA,
esteja sempre de acordo com quem manda

“Depois admiras-te que ele, o ACJ (leia-se Adalberto da Costa Júnior) não queira, ou deixe, que sejam publicados comentários teus, porque dos meus já há muito que deixaram de estar estampados. Como referes no apontamento posterior há "jornalistas" e Jornalistas. Ora também há "porta-vozes" e... Porta-vozes!”.

Este texto pertence a um comentário feito a propósito do artigo “Fisgas da UNITA nem cócegas fazem ao MPLA” e, é claro, reflecte o sentimento daqueles que, durante toda a vida, deram o que tinham e não tinham a uma causa, na circunstância a protagonizada pela UNITA.

Adalberto Costa Júnior, ao contrário do que se espera de alguém com as suas responsabilidade na Direcção da UNITA, resolveu em tempos dizer em informação escrita para alguns elementos do partido que alguém anda a iludir-me com informações erradas.

Se tivesse aprendido alguma coisa com o Mais Velho, saberia que os “inimigos” estão do lado de fora e que, do lado de dentro, estão os que - mesmo sendo adversários – discordam mas não confundem a força da razão com a razão da força.

Adalberto, também ao contrário dos ensinamentos do Mais Velho, não me escreveu a contestar as minhas ideias. Resolveu fazê-lo junto de alguns amigos, não tendo a coragem de me dizer o que pensava. Tal e qual como os que, não tendo coragem de dizer o que pensavam, resolveram trair Jonas Savimbi e passar para o outro lado.

Ou, como diz José Samakaka na Manchete o Notícias Lusófonas, dos ex-maninhos que rumaram de armas e bagagens para a cidade alta.

Adalberto é um jovem de elevado potencial a quem, por força das circunstâncias, foram dadas tarefas para as quais não estava, nem está, preparado. Terá sido por ter estado muitos anos em Portugal? Aliás, como todos os aprendizes que se olham ao espelho e se julgam mestres, apenas sabe (e muitas vez mal e tardiamente) reagir, quando, de facto, deveria saber agir, obrigando os outros (leia-se o MPLA) a reagir.

Em matéria de informação, a UNITA continua a andar a reboque, sem iniciativas, sem estratégias, sem capacidade de rumo, navegando à vista e deixando para os outros (leia-se MPLA) a conquista de novos mundos. Adalberto não compreende que os melhores amigos da UNITA são aqueles que não estão sempre de acordo. É pena.

Como jovem, Adalberto chegou à UNITA num tempo bem diferente do meu. Tivesse lá chegado como eu em 1974 e saberia, como dizia o Mais Velho, que para estar sempre de acordo já temos a nossa sombra. Saberia que, quando comprada, a solidariedade total não passa de uma traição adiada.

Savimbi nunca comprou solidariedades, mas alguns dos que o rodearam eram solidários por interesse. Foi por isso que foi traído e assassinado. É importante que Adalberto e companhia nunca disso se esqueçam.

E se esquecerem, continuam cá alguns que não perderam a memória.

Darfur existe. Mas que importa?
- Se ao menos fossem brancos!

Os meios da força multinacional de paz em Darfur devem ser reforçados e a China pressionada para que a violência termine no território no oeste do Sudão, defende Daoud Hari, refugiado de Darfur. Diria que, do ponto de vista europeu e norte-americano, este é assunto que não interessa nem à pilinha do menino Jesus. Isto porque, no Ocidente se crê que o dito menino é branco e os que morrem aos milhares são… pretos.

"A violência é o primeiro problema a resolver. É preciso ambas as coisas, pressionar a China e reforçar os meios da força multinacional de paz no Darfur", declarou à agência Lusa, Daoud Hari, de 35 anos, um dos três refugiados do Darfur nos Estados Unidos e que esteve em Portugal a promover o seu livro "O Intérprete" (Dom Quixote), um contributo para que a guerra na sua terra não seja esquecida e que o povo de Darfur possa voltar a casa.

A luta pela posse das terras em Darfur, território com o tamanho de França, opõe desde 2003 o governo sudanês e milícias árabes (conhecidas como os janjawid) aos rebeldes africanos, com um balanço de pelo menos 200.000 mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados.

Desde Janeiro está no terreno uma força conjunta das Nações Unidas e da União Africana, embora integre apenas 7.500 militares e menos de 2.000 polícias de um total autorizado de 26.000 homens. Num relatório do passado dia 13, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou a um aumento dos esforços para enviar tropas e equipamentos para o Darfur.

Referindo que "as forças de paz, se tiverem meios, podem fazer a diferença", Daoud Hari considerou que "os países ocidentais não querem agir por causa da China".E Hari assinala que, como quer o petróleo do país, o que a China "faz no Sudão é apoiar o governo e ajudar com armas", tal como em outras zonas de África. Ai sim? Quem diria…

"Ainda agora enviaram um navio com armas para o Zimbabué e no Zimbabué há problemas, mas não há uma guerra, para que é que eles querem as armas", questiona, acrescentando que "o problema não é só a ONU não actuar no (seu) país, é em África".

"Porque é que estão sempre preocupados com o Líbano e não do mesmo modo com o Darfur. Não sei porquê a diferença. Põem mais dinheiro e esforço no Médio Oriente que em qualquer problema em África", lamenta e vai continuar a lamentar.

"Em relação a África parece que o problema é só o da fome. Nós não tínhamos fome antes desta crise. O problema a resolver é o da segurança. Não quer dizer que não precisemos das organizações não governamentais, mas o que precisamos sobretudo é que esta crise termine, que as pessoas regressem às suas terras e façam a sua vida", declara Daoud Hari, convicto de que "se não houver violência em Darfur, as pessoas acabarão por falar para haver paz".

Desde que a sua aldeia foi atacada no Verão de 2003 pelas forças governamentais e os janjawid e que teve de fugir para o vizinho Chade que o trabalho de Hari tem sido mostrar o que se passa em Darfur.

Mostrar o que todos sabem, mas que ninguém quer ver. Cá para mim, desculpem lá, pela simples razão de que são pretos e para muita gentes da Europa, EUA e restantes potências, ser preto não é sinónimo de ser gente.

quinta-feira, maio 29, 2008

Os “jornalistas” não estão preocupados
mas os Jornalistas, esses estão... e muito

A propósito do II Congresso Internacional de África Lusófono (http://pululu.blogspot.com/2008/05/revista-africanologia-apresentada-hoje.html), conta o meu amigo e Mestre Eugénio Costa Almeida que foi “obrigado” a registar “a troca de opiniões entre um dos prelectores e uma jornalista reconhecida no meio português, apesar de não ser portuguesa, sobre as relações entre o jornalismo e a área social a que a personalidade da mesa pertencia”.

Conta o Eugénio que, tanto quanto percebeu, “há – ou havia – uma excelente relação entre a área dela e os jornalistas mas já não existe – ou existe cada vez menos – essa boa relação entre a referida área sociológica e o meio jornalístico, leia-se, as empresas de comunicação”.

Hum! Será? Perguntei-me nesta fase da leitura do texto do Eugénio.

“Sinteticamente afirmou-se que o grande problema actual entre estes dois actores passa pelo facto de muitos jornalistas estarem a ser colocados de parte e substituídos por meros estagiários que cumprem, unicamente, as directrizes dos meios que os empregam, esquecendo-se, porque disso não foram ou não têm quem os ensine, a ética que deve nortear as relações que devem haver entre a imprensa e as diferentes áreas sociais, económicas ou quaisquer outras”, explica o Eugénio.

Não sei porquê, mas quando fizeram estas afirmações, o meu caro amigo Eugénio deve ter-se interrogado: “onde é que eu já li algo muito parecido?”.

Se calhar é pretensiosismo a mais, mas como sei que ele é leitor atento aqui da casa, até sou levado a concluir que terá dito: “Bem prega o meu amigo Orlando Castro”.

Fisgas da UNITA nem cócegas fazem ao MPLA

A UNITA acusou hoje o Governo angolano de anunciar a descoberta de paióis com armamento das ex-forças militares do "Galo Negro" como "propaganda eleitoral", mas o partido no poder diz não precisar desses "esquemas" para a sua campanha.

Brilhante. A UNITA conseguiu dizer hoje o que aqui escrevi há meses e que, inclusive, foi desmentido pela própria organização de Isaías Samakuva: «UNITA desconhece existência de paióis? (Só o Adalberto para dar tiros nos pés)».

Em declarações à Agência Lusa, o porta-voz do principal partido da oposição angolana, União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto da Costa Júnior, afirmou que estes paióis já tinham sido destruídos ou entregues às Forças Armadas de Angola (FAA) após o fim da guerra, em 2002.

Curiosamente, ou talvez não, o mesmo Adalberto da Costa Júnior disse à mesma Agência Lusa, em Março, que "a UNITA não tem conhecimento nem formal nem informal sobre a existência em qualquer canto do território nacional de paióis de armas".

Segundo o porta-voz da UNITA, este anúncio cíclico da descoberta de paióis militares das ex-Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA, exército da UNITA) "revela falta de maturidade democrática" das autoridades governamentais.

Ou seja, Adalberto da Costa Júnior continua a patinar no mesmo sítio, cometendo os mesmos erros, não aprendendo rigorosamente nada com os erros e, é claro, muito menos com os conselhos daqueles que, embora amigos, não estão sempre da acordo.

Todos sabemos que este caso, como muitos outros que estão a ser fabricados pelos assessores de José Eduardo dos Santos e que serão utilizados a todo o momento, são actos de propaganda sem ética. Mas será que do regime do MPLA alguém esperará ética?

Por mim já ficava satisfeito se visse os altos quadros da UNITA revelar competência e profissionalismo. Não vejo e, por isso, vou continuar sentado à espera que alguém explique a Adalberto da Costa Júnior e companhia como não dá caçar onça com pau curto.

Passes sociais congelados no reino luso

José Sócrates, o inefável primeiro-ministro do Burkina Faso, perdão, de Portugal, anunciou no debate quinzenal da Assembleia da República, que teve lugar a semana passada: «O Governo decidiu congelar até ao final do ano o preço dos passes sociais para a utilização dos transportes públicos».

De acordo com o líder do Governo do reino o congelamento dos passes sociais «destina-se também a favorecer genericamente a utilização dos transportes públicos».

Uma boa medida, terão pensado os incautos cidadãos lusos que, como sempre, vão na cantiga das palavras mansas.

Eis senão quando, hoje, o Diário de Notícias esclarece que o Governo decidiu congelar o preço dos passes apenas às transportadoras que operam na Grande Lisboa e Porto.

Não sei qual é a explicação do líder do conjunto de ministros que (des)governa o reino, mas não será, com certeza, o reconhecimento de que existem portugueses de primeira e de segunda, pelo menos.

Creio, contudo, que os pacatos cidadãos lusos não estão a ver bem a questão. É que, na minha opinião, ao congelar os passes no Porto, José Sócrates está a congelá-los em todo o reino. Isto porque, repito o que sempre ouvi, o Porto é uma nação.

E sendo uma nação, apesar de uma ilhota chamada Lisboa encravada a sul, abrange todos os semi-reinos.

quarta-feira, maio 28, 2008

Sinergias para todos os gostos e feitios

À convergência das partes de um todo que concorrem para um mesmo resultado chama-se sinergia. Hoje em Portugal, numa altura em que pela mão de José Sócrates o país parece ter descoberto a pólvora, as sinergias afiguram-se como um milagroso remédio que tudo cura, nem que isso signifique engordar a conta bancária dos poucos que têm milhões em detrimento dos muitos milhões que têm cada vez menos.

Numa actividade “sinergética” todos os meus neurónios convergem no sentido de me dizerem que, mais uma vez, o mexilhão é que se vai lixar.

Mas talvez não seja bem assim. Creio, pelo menos em teoria, que – por exemplo – os deputados portugueses convergem todos no sentido de dotar o país com melhores leis.

Assim, usando a sinergia parlamentar, creio que o país (refiro-me a Portugal) poderia ter menos deputados, sem que isso signifique perda de trabalho. Antes pelo contrário.

É tudo uma questão se sinergia de grupo.Ou seja, quando o PSD tivesse alguma dificuldade na análise económica contaria com o apoio de um deputado do BE.

Nada mais do que racionalizar as sinergias do grupo, neste caso dos deputados.

No caso do CDS ter falta de gente para analisar a compra de submarinos sempre podia, apelando à sinergia do grupo de deputados, contar com uma ajudinha do PC.

Nesta altura o único que não tem problemas, e que até poderia governar o país em regime de partido único, é o PS, mas creio que mesmo assim não enjeitaria uma mãozinha dos Verdes.

Sou, portanto, a favor das sinergias de grupo, desde que o exemplo parta de cima, ou seja da Presidência da República, do Parlamento, do Governo e por aí abaixo.

Jornadas de Território, Cidade de Design

No âmbito das Comemorações dos 20 Anos da Universidade Lusíada Porto, a Faculdade de Arquitectura e Artes organiza nos dias 3 e 4 de Junho de 2008 as Jornadas de Território, Cidade de Design.

3 de Junho
10.00 h Sessão de abertura15.00 Designer Henrique Cayatte
16.15 Arquitecto Carrilho da Graça
17.15 intervalo
17.30 Arquitecto Rui Duarte


4 de Junho
10.00 Arquitectos Graça Correia e Roberto Ragazzi
11.15 Designer Francisco Providência15.00 Arquitecto João Mendes Ribeiro
16.15 Arquitecto José Paulo dos Santos
17.15 intervalo
17.30 Arquitecto Eduardo Souto Moura

Imbecis e criminosos, criminosos e imbecis

Um recente estudo da consultora Gallup, revela que em Portugal os professores merecem a confiança de 42% dos inquiridos, muito acima dos 24% que acreditam nos líderes militares e na polícia, dos 20% que confiam nos jornalistas e dos 18% que optam pelos líderes religiosos.
Os políticos são os que menos têm a confiança dos portugueses, já que contam com o apoio de apenas 7%.

Quando faltam critérios editoriais de carácter jornalístico, vigoram nos media portugueses os critérios editoriais do estilo “self service” ao qual, por regra, têm acesso privilegiado todos aqueles que estão no poleiro, seja político, empresarial, cultural etc..

O que é notícia, o que é do interesse público, o que é válido é perfeitamente irrelevante numa sociedade de aparências, de favores, de corrupção, de compadrios, de manipulações.

Se o Jornalista não procura saber o que se passa é, foi assim que aprendi com os mestres, um imbecil. Se o Jornalista consegue saber o que se passa mas, eventualmente, se cala é um criminoso.

Será por tudo isto que são cada vez mais os portugueses (apesar de 20% ainda acreditarem em nós) que não conseguem, ou não querem, comer gato por lebre e dizem que no jornalismo há cada vez mais imbecis e criminosos?

Também aprendi com os mestres que o “produto” jornalístico tinha obrigatoriamente de ser uma referência de credibilidade e não, como agora acontece, uma correia de transmissão de interesses cada vez menos claros.

Quem analisar hoje os media das ocidentais praias lusitanas encontra, na maioria dos casos, pouca informação, rara formação e quase nula investigação. Isto acontece ainda porque, dada a precariedade profissional, a grande maioria aceita fazer tudo o que o «chefe» manda (mesmo sabendo que este para contar até 12 tem de se descalçar), este aceita fazer tudo o que o director manda, este aceita fazer tudo o que a Administração manda, e esta aceita fazer tudo o que dê lucro.

Será por tudo isto que são cada vez mais os portugueses (apesar de 20% ainda acreditarem em nós) que não conseguem, ou não querem, comer gato por lebre e dizem que no jornalismo há cada vez mais imbecis e criminosos?

Não deixa, contudo, de ser curioso que – nesta matéria e neste contexto – quanto mais imbecis e criminosos forem os jornalistas, mais hipóteses têm de subir na carreira, seja esta nos media propriamente ditos ou nas assessorias políticas.

terça-feira, maio 27, 2008

Soares e a sociedade Sócrates & Associados

Segundo o jornal Público, «o socialista Mário Soares, ex-Presidente da República (1986-96) sugere aos responsáveis do PS “uma reflexão profunda sobre as questões” da pobreza, das desigualdades sociais, sobre o descontentamento da classe média, descritas como as que “afligem mais” o país, bem como “as questões prioritárias com elas relacionadas”, que diz serem a saúde, a educação, o desemprego, a previdência social e o trabalho.»

Será que Mário Soares tem razão? Depende. Se a questão for analisada do ponto de vista dos donos da verdade (a sociedade Sócrates & Associados) torna-se evidente que não tem razão.

Como muito bem tem dito, diz e continuará a dizer um dos associados do conjunto de ministros que domina o governo do reino lusitano, de seu nome Augusto Santos Silva, se há alguém que se preocupa com os (des)favorecidos, esse alguém é o Partido Socialistas de José Sócrates.

No artigo de opinião que hoje publica no Diário de Notícias, Mário Soares mostra que o rei vai nu, seguindo aliás muitas outras opiniões manifestadas em diversos locais, embora nem sempre por aqueles a quem caberia fazê-lo.

É que, afinal, todos temos um preço. E esta coisa de querer dizer o que se pensa faz bem à alma mas, é claro, não enche a barriga. Se calhar é por isso que a sociedade política Sócrates & Associados tem cada vez mais adeptos e cada vez menos críticos.

Se calhar, quando o Jornal de Angola disse que o governo ditatorial do MPLA está ao mesmo nível do da sociedade política Sócrates & Associados, acertou em cheio.

Por alguma razão o Jornal de Angola atacou com tudo o que tinha e com o que não tinha Mário Soares, e a sociedade política Sócrates & Associados meteu o rabinho entre as pernas e nada disse para defender o seu fundador.

Assim sendo, o melhor é alinhar com a sociedade política Sócrates & Associados, mesmo que o fim seja decretar a falência do país. Quem sabe se, em hasta pública, Espanha não comprará ao desbarato este quintal à beira mal plantado?

segunda-feira, maio 26, 2008

Com Santos Silva a reacção nunca passará

O segundo dono da verdade no Governo socialistas de Portugal (o primeiro é um engenheiro que, sem se olhar ao espelho, teve a lata de dizer de Francisco Louçã o que deveria dizer de si próprio: "Você não tem idade nem curriculum ..."), Manuela Ferreira Leite tem "problemas de memória".

"Há uma candidata à liderança do PSD que tem problemas de memória. Não é de agora que o Governo PS aposta em medidas de política social", afirmou o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, numa intervenção nas jornadas parlamentares do PS, que decorrem em Angra do Heroísmo, nos Açores.

Não sei se Augusto Santos Silva disse que Manuela Ferreira Leite "não reconhece a diferença entre Salazar e os democratas". Mas se não o fez foi por manifesto lapso pois esta frase, como mais uma enxurrada de lugares-comuns, são imagem de marca do ministro.

Aliás, Santos Silva, tal como José Sócrates, certamente democratas mesmo antes de terem nascido, deverá ter pensado em, mais uma vez, dizer que "a liberdade é algo que o País deve a Mário Soares, a Salgado Zenha, a Manuel Alegre...” e não a Manuela Ferreira Leite.

Manuela Ferreira Leite tem considerado, reflectindo apenas o generalizado sentimento dos portugueses, que a prioridade não deveria agora ser o défice orçamental, mas os problemas sociais. Problemas sociais que, é bom de ver, não existem. Dizer que existem é obra da reacção.

... e convenhamos, com Santos Silva a reacção nunca passará (a bem da Nação, como diria o António)!

Senhor ministro, não vale chamar
estúpidos aos contribuintes de Portugal

O ministro da economia de Portugal, Manuel Pinho de seu nome, – quem fala como ele falou não merece maiúsculas no título governativo – chamou, sem dizer a palavra, "estúpidos" aos contribuintes do País que lhe pagam o seu principesco ordenado; será sempre muito maior que a média daquilo que os trabalhadores em Portugal recebem!

Chamou estúpidos quando afirmou que os combustíveis em Portugal não são dos mais caros da Europa, dizendo que os preços em Portugal, segundo o ministro – quem fala como ele falou não merece maiúsculas –, “são idênticos à média da União Europeia e até mais baixos do que na Holanda, Bélgica, Alemanha e Reino Unido”.

Sê-lo-ão por certo.

Mas o que o senhor ministro – quem fala como ele falou não merece maiúsculas – não disse, e os jornalistas parecem ter pudor em lho lembrar ao entrevistá-lo, é que a média de vencimentos em Portugal anda pelos cerca de 960 euros e na Alemanha bem acima dos 2700 euros. Ou seja, muito próximo do triplo!

E os preços dos combustíveis, conforme o gráfico acima, não ultrapassam os… 0,6 cêntimos!!

In:
http://pululu.blogspot.com/

domingo, maio 25, 2008

Só se é criminoso quando se deixa o poder?

A Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH) congratulou-se hoje com a detenção, na Bélgica, do ex-vice-presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Jean-Pierre Bemba, considerando tratar-se do "fim de um longo combate".

Inocentemente, pergunto se tanto a FIDH como o próprio Tribunal Penal Internacional limitam a sua esfera de actuação aos criminosos quando estes deixam de estar no poder ou se, por acaso, também a aplicam aos que estão no poder.

É que, para mim, criminoso é criminoso quer seja ex-presidente ou actual presidente. No entanto, para quem lidera os areópagos da política internacional, só é criminoso quem já não estiver a decidir para onde vai o petróleo ou os diamantes.

Bemba foi detido ontem, em Bruxelas, na sequência de um mandado de prisão emitido, sexta-feira, pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Curiosamente, ou talvez não, não foi emitido enquanto se encontrava-se em Portugal.

Segundo a FIDH, a detenção de Jean-Pierre Bemba constitui "um sinal forte contra a impunidade". Sinal quê? Contra o quê? Muito se devem estar a rir, entre outros, José Eduardo dos Santos, Robert Mugabe e Joseph Kabila.

Bemba, principal rival político do Presidente da RDCongo, Joseph Kabila, foi um dos quatro vice-presidentes daquele país durante o período de transição (2003-2006).

É claro que, nessa altura, nem o TPI nem a FIDH actuaram. Pudera!

Em São Tomé… esperar e ver para crer

O governo do primeiro-ministro são tomense, Patrice Trovoada, afirmou-se hoje determinado em continuar a assumir "na plenitude as suas funções e atribuições", no sentido de "garantir a ordem publica" e "a segurança das pessoas e bens."

Embora a moção de censura ao governo, apresentada pelo único partido da oposição parlamentar, o Movimento Libertação São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), tenha sido aprovada (30 votos a favor e 23 votos contra e duas abstenções), é preciso vir a público dizer que o executivo continua em funções até às novas eleições?

Ou será que, ao contrário do que é legítimo em democracia, Patrice Trovoada não se limitará a uma governação dos assuntos correntes e quererá usar e abusar do poder?

Que algo de anormal parece passar-se neste país lusófono, isso parece. Porque carga de chuva o governo de Patrice Trovoada se sentiu na necessidade de dizer que esta sua decisão conta com a solidariedade dos governos de Portugal, do Brasil, Guiné Equatorial, Taiwan, Gabão e Nigéria, países que têm embaixadores acreditados e residentes em São Tomé e com os quais Patrice Trovoada se reuniu?

O presidente Fradique de Menezes encontra-se actualmente na Bélgica em visita privada e deverá chegar a Sao Tomé na próxima quinta-feira. Será que até lá tudo vai estar calmo? Esperemos que sim, embora temendo que não.

A anunciada montanha do MIL
nem um rato parece capaz parir

«Que é feito do MIL - Movimento Informação é Liberdade?», perguntava um dia destes Manuel Pinto no “Jornalismo & Comunicação”. Pelos vistos ninguém sabe. O mais recente texto publicado no blog da organização data de 30 de Janeiro.

O silêncio (certamente construtivo dado o altíssimo nível profissional dos jornalistas fundadores e dos que a seguir se juntaram) deve reflectir - digo eu - o estado das coisas no jornalismo “made in Portugal”.

Centenas de jornalistas estão (ainda estão?) inscritos no MIL, entidade portuguesa que no início deste ano anunciava para breve uma comissão organizadora para promover uma assembleia geral para eleição dos seus órgãos sociais.

Não faço parte do MIL porque, como aqui escrevi a 27 de Janeiro, me recuso a fazer figura de urso só porque isso convém à estratégia de marketing do director do circo.

De acordo com o MIL, “o objectivo, a curto e médio-prazo, é muito simples: o MIL será interlocutor em todos os processos de discussão de matérias de interesse para a classe dos jornalistas, como por exemplo a autoregulação e o acesso à profissão”.

E se o mais relevante para os jornalistas, “a curto e médio-prazo”, é a “autoregulação e o acesso à profissão”, não tenho dúvidas de que o MIL está (ou estava) a confundir a estrada da Beira com a beira da estrada, valorizando o acessório e esquecendo o essencial que, digo eu, vai muito além do umbigo de alguns, tenham ou não experiência curricular nas assessorias políticas e ou empresariais.

Quando o principal problema dos jornalistas portugueses é a perda da liberdade de expressão, não aceito fazer figura de urso só porque o primeiro-ministro é convidado de honra do circo mediático.

Quando, por questões de sinergia, se tenta uniformizar a informação de modo a cercear a diversidade de visões sobre o mesmo assunto (diapasão da liberdade), não aceito fazer figura de urso só porque o dono circo mediático viu o “urso” propriamente dito ser colocado como assessor de um qualquer político.

Quando, já ao dobrar da esquina, está a certeza de que um jornalista terá de escrever sobre o mesmo assunto para os jornais “A”, “B” e “C”, emitir o som para a rádio “D”, a imagem para a televisão “E” etc., vir-se dizer que a curto prazo devemos estar preocupados com a auto-regulação e com o acesso à profissão, é querer tapar o sol com uma peneira… sem sequer ter peneira, embora tendo peneiras.

Os jornalistas, os do MIL e muitos outros, estão como o tolo no meio da ponte. Não sabem se devem ir para a frente ou para trás. No entanto, preocupados com essa dúvida existencial, ainda não repararam que, afinal, nem ponte há...

Reabilitação da fábrica da Cuca no Huambo
ao fim de 16 anos de uma paralisação total

Quarenta e dois milhões e 600 mil dólares norte-americanos vão ser investidos, a partir deste ano, por um grupo empresarial angolano, para a reabilitação da fábrica cerveja Cuca, da província do Huambo, paralisada há 16 anos.

De acordo com um relatório da Direcção Provincial da Indústria, estão já em curso trabalhos preliminares de vedação e preparação de um espaço onde serão armazenados os materiais de construção, para o arranque da obra.

Sem avançar os prazos de execução da obra, o relatório considera a reabilitação da Cuca um marco importante para o relançamento e desenvolvimento do parque industrial da província.

“O momento actual que o país vive, e a província em particular, é caracterizado por um processo de profundas transformações económicas, sociais, políticas e culturais sem precedentes sendo que, no caso da indústria, o empresariado privado é o principal parceiro das acções do Governo, tendentes ao desenvolvimento da indústria transformadora”, lê-se no documento.

Antes do eclodir do conflito armado pós eleitoral no país, em 1992, a província do Huambo dispunha de quatro núcleos industriais em que se destacavam unidades fabris de pequena, média e grande dimensão.

Actualmente o pólo industrial do Huambo tem a maior parte das suas infra-estruturas destruídas.

Paulo Kassoma diz que no Huambo
a vitória nas eleições será do MPLA

O primeiro-secretário do comité provincial do Huambo do MPLA, Paulo Kassoma, vaticinou ontem na vila de Quipeio, cerca de 77 quilómetros a noroeste da cidade do Huambo, uma vitória esmagadora do seu partido nas próximas eleições legislativas anunciadas para Setembro deste ano.

"O MPLA tem o dever de vencer as próximas eleições, porque tem estruturas fortes e organizadas", sublinhou Paulo Kassoma, para quem, o seu partido é o único que está em condições de continuar a conduzir Angola para o desenvolvimento e bem estar do povo.

O político questionou, perante mais de cinco mil pessoas, a seriedade da UNITA, partido que acusou de ter uma história ligada a destruição das infra-estruturas económicas e sociais do país e de ter levado os angolanos a pobreza e a miséria.

"A população deve usar o cartão de eleitor como uma arma para em Setembro castigar a UNITA nas urnas", afirmou ao referir-se a necessidade da população continuar a consolidar os ideais da paz e da reconciliação nacional seguidos pelo seu partido.

Ao apelar à participação massiva dos eleitores no acto de votação de Setembro próximo, Paulo Kassoma afirmou que o seu partido continua a organizar os seus comités de acção e a trabalhar para que "ninguém falte à votação do dia 5 de Setembro".

No comício, que teve um carácter interactivo, os presentes manifestaram-se satisfeitos com os esforços empreendidos pelo governo dirigido pelo MPLA na construção e reconstrução de vias rodoviárias, escolas, unidades sanitárias, entre outras infra-estruturas que estão a concorrer para a melhoria da vida e da promoção socioeconómica das populações.

Na ocasião, Paulo Kassoma, ofereceu uma viatura ao comité comunal, motorizadas e bicicletas aos responsáveis dos comités de acção, gado para tracção animal, televisores, fertilizantes e vestuário para a população e autoridades tradicionais.

Reacções? Um dia destes (se calhar depois de Setembro) a UNITA dirá de sua justiça. É só uma questão de esperarmos… sentados.

«Morte na Picada» - Ler e recordar Angola

«Morte na Picada», da autoria de Antunes Ferreira, numa edição da Via Occidentalis, está a caminho do sucesso. Aquando do seu lançamento na fnac do Colombo, no dia 15 de Abril (mais de 200 pessoas presentes) , Joaquim Furtado – um grande Jornalista, autor da série A Guerra Colonial, um enorme êxito na RTP - afirmou, na apresentação que o livro, «de que gostei mesmo muito», em seu entender, «é o melhor que, no género, e sobre o tema foi publicado em Portugal».

O «Morte na Picada» tem no prelo a 2.ª edição.

Recorda-se que o Correio da Manhã já há três semanas que está a proporcionar aos seus leitores a primeira parte dos programas de Joaquim Furtado em DVD semanal. A segunda série vai começar a passar também na RTP, muito brevemente.

Entretanto, o autor deslocou-se a Coimbra e ao Porto e lá apresentou o livro, nas livrarias Bertrand dos centros comerciais Dolce Vita daquelas cidades, bem como autografou exemplares.

A Bertrand é a distribuidora do volume, uma série de contos (short stories) sobre a guerra colonial de Angola, cuja acção decorre em meados dos anos 60.

Antunes Ferreira tem vindo a conceder várias entrevistas a órgãos da Comunicação Social, entre os quais avulta o Diário de Notícias, em que trabalhou como jornalista durante 16 anos e de que foi Chefe da Redacção. Mas, outros jornais e rádios têm igualmente registado o acontecimento.

A editora da obra é a Via Occidentalis, (http://www.via-occidentalis.blogs.sapo.pt/) de Lisboa. No blogue podem ser consultados todos os dados sobre o livro, cujo preço de capa é € 14,70. Tem um prefácio da autoria de Joaquim Vieira e a capa e as fotos do interior são de Fernando Farinha, para muitos o maior repórter fotográfico da guerra de Angola.

«Morte na Picada» tem sido muito bem recebido junto de ex-combatentes das guerras coloniais (ultramarinas) que, apesar de se tratar de ficção, vêm nas suas páginas um retrato muito próximo da realidade. o que não admira, pois Antunes Ferreira, que nela participou, tem a experiência daquilo que, segundo diz, «foi uma infelicidade, sobretudo porque estava contra esse crime».

sábado, maio 24, 2008

Nada de novo na frente ditatorial angolana
- É proibido dizer verdades sobre o MPLA

De acordo com o “Semanário Angolense”, Ernesto Bartolomeu, o pivot do principal noticiário da TPA (Televisão Pública do MPLA), vai ficar fora dos ecrãs por um período de cinco meses («Há censura na Televisão Pública de Angola»).

É o resultado da liberdade do regime que, por um processo disciplinar ao estilo da mais pura ditadura mugabiana, acusa o Jornalista de ter violado o sigilo profissional. Ou seja, as verdade só são para dizer quando visam os inimigos.

O processo disciplinar, conduzido por Isidro Sanhanga, um suposto jornalista da casa, determina a transferência de Ernesto Bartolomeu para a direcção de Programas, onde, ao que se supõe, se limitará a colocar em off a sua voz sobre alguns documentários.

Ernesto Bartolomeu foi punido por ter denunciado práticas que, no seu entender, contrariam a desejada pluralidade que deve existir no serviço público de televisão. De acordo com ele, os jornalistas e editores sofreriam pressões para favorecerem, em termos de exposição, o MPLA em detrimento das outras formações políticas.

A (des)propósito de Jorge Valentim

Segundo o “Africa Monitor”, circulam rumores segundo os quais Jorge Valentim foi sondado tendo em vista vir a apoiar a campanha eleitoral do MPLA – em especial no Lobito, sua terra natal, e na província de Benguela em geral.

A iniciativa, afirma o “Africa Monitor”, mereceu objecções no próprio MPLA, sendo as mesmas baseadas em conjecturas segundo as quais Jorge Valentim ofuscou o seu antigo prestígio local ao romper com a UNITA da forma como o fez, adoptando a seguir uma atitude “servil” para com o regime, acrescentando que os defensores do seu “engajamento” na campanha invocam em especial as suas aptidões como agitador de massas e como conhecedor do interior da UNITA como “trunfos” para a combater.

Se calhar por estar a chover, lembrei-me dos tempos em que o porta-voz da UNITA-Renovada para a Europa, Baltazar Capamba, abriu caminho ao encontro, em Paris, entre o enviado do MPLA e Isaías Samakuva que, desde sempre, foi considerado por Eduardo dos Santos o político ideal para liderar a UNITA depois da morte de Savimbi.

Também me lembrei, deve ser mesmo da chuva, que Jonas Savimbi tinha mão (de ferro, é verdade) nos seus homens. À força (de chicote, é verdade). Mas tinha. E hoje?

Uma questão de memória que falta
a muito boa gente também da UNITA

Muito boa gente, sobretudo da UNITA (a do MPLA está bem mais atenta), interroga-se sobre o que consideram a minha “recente chegada às causas de Angola”, apontando que “foi preciso Jonas Savimbi morrer” para eu “me interessar pelos assuntos angolanos”. Por onde anda a memória desta gente?

Estão enganados. Muito enganados. Se lessem o que escrevi, muito antes do advento da Internet, saberiam que o faço até antes da independência de Angola.

Depois disso, poderiam informar-se sobre os anos em que escrevo, entre outros sítios, no Alto Hama do Notícias Lusófonas. Saberiam igualmente que escrevo e defendo as minhas posições sem os benefícios inerentes aos que vegetam nos areópagos da política, seja a angolana ou a portuguesa.

Vejam, por exemplo, o texto que se segue e que foi publicado inicialmente na minha página pessoal (
http://www.orlandopressroom.com/) em 19 de Junho de… 2001:

«Em Angola, segundo os últimos dados disponíveis, o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) assiste 12.969 refugiados, a maior parte dos quais estão concentrados nas províncias de Luanda (7.254) e do Moxico (5.170), encontrando-se os restantes 545 na província do Bengo.

Enquanto isso, no passado dia 10 de Março, a primeira-dama de Luanda, Ana Paula, mulher de José Eduardo dos Santos, juntamente com os filhos Danilo e Joseana, foram passar umas férias ao... Rio de Janeiro.

Ao contrário da versão oficial da Embaixada de Luanda no Brasil, a própria primeira-dama disse ter ido «passear com os meus filhos e fazer compras».

Enquanto isso, no ano passado, o ACNUR distribuiu a estes refugiados 5.550 cobertores, 2.215 conjuntos de cozinha, 2.215 baldes, 814 lonas para habitação e 200 candeeiros de petróleo.

Enquanto isso, Ana Paula ocupou a «modesta» suite... presidencial do Hotel Sofitel e, de acordo com a Imprensa brasileira, «distribuiu generosas gorjetas aos funcionários que a serviram».

Enquanto isso, o ACNUR presta ainda assistência a cerca de 202 mil deslocados de guerra angolanos, dos quais cerca de 120 mil estão concentrados na província do Uíge. Os restantes encontram-se nas províncias do Zaire (47.500), Uíge (21.500) e Luanda (13.000).

A estes deslocados de guerra o ACNUR distribuiu durante o ano passado 11.764 cobertores, 2.449 conjuntos de cozinha, 12.234 baldes, 1.777 lonas para habitação e 24.202 peças de roupa.

Enquanto isso, só em hospedagem a mulher de José Eduardo dos Santos gastou o equivalente à verba anual do Programa Nacional Micro-Crédito, liderado pela própria Ana Paula.

Enquanto isso, só na província do Bié existem mais de 200 mil pessoas com graves problemas de desnutrição e de cada mil angolanos nascidos vivos, 295 morrem antes dos cinco anos de idade.»

Mugabe desvia Boeing para ir à China

O Presidente zimbabueano, Robert Mugabe, desviou um Boeing 767 da companhia aérea nacional para se deslocar à China, deixando em terra todos os passageiros que tinham bilhetes para esse voo, segundo o ZimOnline.

O serviço independente de notícias on-line ZimOnline, refere hoje não ser claro se o que levou Mugabe à China, quarta-feira, foi uma questão pessoal ou de Estado, tendo fontes governamentais sugerido que o Presidente, de 84 anos, se deslocou a Pequim para um exame médico de rotina.

Os responsáveis pela companhia aérea foram obrigados a procurar alternativas de transporte para os passageiros que deveriam ter partido nesse avião para Singapura.

"Fomos informados pela gerência para preparar o Boeing 767, quarta-feira de manhã, para VIPs [Pessoas Muito Importantes, do inglês Very Important People]", afirmou fonte da Air Zimbabwe.

"Geralmente esta ordem significa encerrar a classe executiva e remover os bancos, substituindo-os por outros mais cómodos, e uma cama", adiantou a fonte da companhia, citado pelo ZimOnline.

"O avião que deveria ter seguido para Singapura nessa noite foi desviado para levar o Presidente à China, quarta-feira à tarde", segundo a fonte que pediu para não ser identificada.

O porta-voz do Presidente, George Charamba, não estava disponível para comentar esta questão, adianta o Zimonline.

O responsável executivo da Air Zimbabwe, Peter Chikumba, confirmou que o avião da companhia aérea foi esta semana requisitado para "voar VIPs" para a China.

Mas a mesma fonte minimizou o assunto, referindo ser normal que VIPs façam semelhantes pedidos.

"Não é a primeira vez que isto acontece. É habitual que quando VIPs pretendem viajar requisitem [o avião] e neste caso o pedido foi concedido, e eles estão a pagar para isso", adiantou o responsável.

"Fizemos percursos alternativos para os passageiros que foram afectados", referiu.

Não é a primeira vez que Mugabe obriga aviões a divergir da sua rota programada. É frequente fazê-lo sempre que deseja voar para o estrangeiro e mesmo quando viaja por motivos pessoais, deixando os passageiros em terra, segundo o ZimOnline.

A companhia aérea nacional perdeu, desde o início da crise económica do país, em 2000, a sua categoria entre as melhores transportadoras aéreas africanas devido a má gestão e interferência governamental.

Militares da União Africana vendem armas
aos rebeldes contra quem deveriam lutar

Um grupo de peritos das Nações Unidas acusa os membros ugandeses e etíopes da força de manutenção de paz da União Africana de vender armas aos rebeldes islamitas na Somália. É tudo uma questão de dólares.

O grupo da ONU, encarregue de avaliar a situação na Somália, mostrou-se inquieto “com a militarização contínua e com o aumento das acções armadas” entre as facções rivais no país, mas principalmente com a aquisição de armas pesadas. Ao que isto chegou.

“O facto dos membros do governo federal de transição (da Somália) comprarem armas no mercado de Mogadíscio não é novo para o grupo” da ONU, referiu um relatório. Mas, “durante o período do seu mandato, o grupo de supervisão recebeu informações sobre a venda de armas por oficiais dos serviços de segurança do governo, oficiais etíopes e ugandeses, membros da missão da União Africana na Somália (AMISOM)”, sublinhou o documento.

O relatório foi transmitido às Nações Unidas pelo grupo de peritos encarregue de garantir o respeito pelo embargo sobre as armas na Somália, decidido em 1992, após a queda do regime de Siad Barre. É claro, contudo, que tudo vai ficar na mesma. Ou seja, cada vez mais negro.

A AMISOM, destacada desde Março de 2007 na Somália, em guerra civil desde 1991, deve contar a prazo com 8.000 homens e até ao momento tem apenas dois contingentes: 1.650 soldados ugandeses e 850 militares do Burundi.

Sim. Quantos mais melhor. Isto porque, digo eu, haverá mais armas para os militares responsáveis pela paz fazerem a guerra vendendo armas aos rebeldes que, entretanto, vão matando civis.

sexta-feira, maio 23, 2008

Sócrates já não tem peito para tantas
medalhas de mérito pela grande lata!

O ministro da Presidência afirmou hoje que a pobreza e as desigualdades sociais são matérias prioritárias na agenda social do Governo, mas contrariou os números divulgados pelo Eurostat que aponta Portugal como um dos países mais pobres da União Europeia. Matérias prioritárias? Não basta sermos pobres e ainda por cima nos querem fazer de camelos?

"Com certeza que a situação da pobreza e das desigualdades sociais preocupam o Governo e a agenda social do Governo é dirigida a combater os problemas que temos de pobreza e de desigualdades sociais", afirmou Pedro Silva Pereira, em conferência de imprensa do Conselho de Ministros. É preciso ter lata. E que lata!

Com base em números avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), Pedro Silva Pereira contrariou os dados divulgados pelo Eurostat que apontava Portugal como o país com mais desigualdades na distribuição de rendimentos entre os 25 e o único que apresentava um desnível entre pobres e ricos superior ao dos Estados Unidos.

O mesmo relatório referia ainda que em Portugal há, neste momento, 957 mil pessoas a viverem com menos de 10 euros por dia. De acordo com os últimos dados do INE "a taxa de pobreza em Portugal está a diminuir, não a aumentar, os dados sobre as desigualdades sociais também estão a diminuir, não a aumentar e dizem que o risco de pobreza reduziu todos os anos desde 2004 a 2006, primeiro de 20 por cento, depois para 19 por cento e agora para 18 por cento", explicou o ministro, acrescentando que "o último dado diz que o risco de pobreza em Portugal se situa nos 18 por cento".

Com mais um empurrão estatístico não tardará a sabermos que, afinal, não há pobreza em Portugal e que todos estamos a ganhar à grande. O INE bem que podia dar uma mão ao Governo e acabar com os pobres e com os desempregados.

"Não há nenhuma razão para que as pessoas sejam enganadas pelas informações públicas, porque os dados oficiais são estes e apontam para uma redução da taxa de pobreza e de desigualdades", reiterou o ministro.

Ou seja, ele come uma lagosta e eu uma sardinha e, estatisticamente, os números dirão que em média eu comi meia lagosta e ele meia sardinha.

Viva quem faz e não quem diz que faz

Mais de 300 empresários e representantes dos países lusófonos e da China vão explorar oportunidades de negócio durante dois dias na Cidade da Praia, no IV Encontro para a Cooperação Económica e Comercial. E lá temos Pequim a mostrar como se faz. Ainda bem.

O encontro entre chineses e países de língua portuguesa (Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa), de quarta a sexta-feira da próxima semana, é possivelmente o maior encontro do género já realizado em Cabo Verde e tem confirmada a presença de todos os países de língua portuguesa, além da China e de Macau.

O encontro empresarial, que já decorreu em Luanda, em Lisboa e em Maputo, surgiu de um protocolo celebrado em Macau em Outubro de 2003, assinado pelos organismos de promoção dos vários países.

“O interesse é facilitar o contacto entre pequenas e médias empresas para identificar nichos de mercado e intensificar relações comerciais”, explicou hoje Alexandre Fontes, o presidente da Cabo Verde Investimentos, a entidade que está a organizar o encontro da Cidade da Praia.

Manuel Rosa, secretário-geral adjunto do Fórum Macau, explicou também hoje, em conferência de imprensa, que “aproveitando a plataforma que é Macau, decidiu-se criar mecanismos que favoreçam as relações comerciais com a China”, tendo sido verificado que “a cada reunião que se faz” o comércio envolvendo os vários países “tem vindo a crescer”.

Manuel Rosa salientou a “grande vantagem económica” que é negociar com países como a China ou o Brasil, sendo que Cabo Verde pode servir de plataforma de comércio destes países e de países europeus com o continente africano.

“Cabo Verde pode ser uma plataforma de trocas comerciais a partir da China”, salientou de igual modo Alexandre Fontes.

Quinta-feira, o administrador executivo da Agência Portuguesa para o Investimento e Comércio Externo (AICEP), Renato Homem, disse no Porto que “Portugal pode ser uma espécie de plataforma entre continentes”, por estar na Europa mas por ter boa posição para transacções com África, Estados Unidos e Brasil.

O responsável pela Cabo Verde Investimentos admite que quer a China quer Portugal, através do AICEP, possam ter interesses estratégicos em Cabo Verde para do arquipélago chegarem a mercados africanos no continente, mas considera que esses interesses “serão complementares”, porque o tipo de produtos que Portugal oferece é diferente do da China.

Além da AICEP, estarão em Cabo Verde, entre outros, a APEX (Agência Brasileira de Promoções e Exportações), a Câmara de Comércio e Indústria de Angola e o IPEX (Instituto de Promoção e Exportações) de Moçambique.

Presentes também o CCPIT (Conselho de Promoção do Comércio Internacional da China) e IPIM (Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau), além do secretário-geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) .

II Congresso Internacional da
África Lusófona, dias 28 e 29

O passado, presente e futuro de África vai estar em Lisboa durante dois dias, durante os trabalhos do II Congresso Internacional da África Lusófona. Organizado pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, o evento está subordinado ao tema «Agenda Global para a África Lusófona» e contará com a presença de um leque alargado de representantes políticos e sociais dos PALOP, bem como estudiosos que se debruçam sobre estas temáticas.

PROGRAMA

28 de Maio

9h30 - Recepção aos Participantes.

10h00 - Abertura

Magnífico Reitor da ULHT
Prof. Doutor Mário Moutinho
Director-Geral da CPLP
Dr. Helder Vaz Lopes
Embaixador da República de Cabo Verde
Dr. Arnaldo Andrade Ramos
Coordenador da UEICTS
Prof. Doutor Fernando dos Santos Neves
Responsável da Linha de Investigação em Africanologia e Lusofonia/ UEICTS
Mestre Fernando Campos


10h30 – Conferência Inaugural
Prof. Doutor Ilídio do Amaral

11h00 – Pausa para café

11h15 - «Agenda global – expectativas e desafios»

Moderadora: Olga Iglésias

Adelino Torres
Fátima Roque
Filipe Pinto
António Santamaria
Íris de Brito

12h15 – Debate.

13h00 – Almoço

14h45h – «O bem-estar da População: Água e Terra, Saúde e Educação»

Moderador: Tcherno Djalo

Francisco George
Fernando Campos
Adelino Silva Soares
Alexandra Campos
Fernanda Cardoso

17h00h – Debate

Momento Musical

29 de Maio

10h00 – «Cidadania, diversidade, cultura, migrações e diáspora»

Moderador: Manuel Antunes

Susana Antunes – (Adjunta da Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural)
Germán Santana Pérez
Maria Carreiro
João Peixoto
Luís Carlos Patraquim
Helena Gonçalo Machatine Fulane
Eduardo Francisco
Machozi Tshopo Mbangale

11h45h – Pausa para café

12h00 – Debate

13h00h – Almoço

14h45h – «Prevenção, gestão e resolução de conflitos»

Moderadora: Fátima Roque

António de Almeida Tomé
Fátima Proença
Fernando Jorge Cardoso
Mónica Ferro

17h00h – Debate

Momento Musical

18h00h – Lançamento da «Africanologia – Revista Lusófona de Estudos Africanos»

18.30h – Encerramento

Magnifico Reitor da ULHT
Prof. Doutor Mário Moutinho
Administrador do Grupo Lusófona
Prof. Doutor Manuel de Almeida Damásio
Coordenador da UEICTS
Prof. Doutor Fernando dos Santos Neves
Responsável da Linha de Investigação em Africanologia e Lusofonia/ UEICTS
Mestre Fernando Campos


Momento Musical

20h00 – Gastronomia Lusófona

21h00 – Desfile de Roupas Tradicionais Africanas

22h00h. – Concerto de Músicos Africanos

Durante o Congresso estará patente, na entrada do Auditório Agostinho da Silva da ULHT uma exposição de Arte Africana.

Organização: Linha de Acção em Africanologia e Lusofonia, inserida na Unidade de Estudo e Investigação em Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias;.

Apoios: Centro de Estudos Africanos e de Desenvolvimento; Associação Académica da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; Associação de Estudantes Africanos da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (NEAL); SALP (Sociedade Africanológica de Língua Portuguesa).

José Sócrates soma medalhas

"Pobreza e desigualdades sociais estão a agravar-se em Portugal - relatório da UE revela que 950 mil vivem com menos de 10 euros/dia. Estudo de Bruto da Costa conclui que pobreza afectou 52 por cento das famílias", afirma o Público.

Mais de 20% (vinte por cento, vinte em cada cem, uma em cada cinco) de crianças portuguesas estão expostas ao risco de pobreza.

Bem fez o Jornal de Angola quando comparou o governo do MPLA ao do PS. De facto são, cá como lá, poucos os que têm milhões e milhões os que têm pouco, cada vez menos ou nada.

Se em Angola 200 pessoas controlam o país e 15 milhões vivem na miséria, qual será a correspondência em Portugal?

Aplicar-se-á às ocidentais praias do reino de José Sócrates a definição, mesmo que adaptada, feita por Bob Geldof a Angola (“É um país gerido por criminosos»)?

Nova medalha para José Sócrates

O crédito de cobrança duvidosa concedido pelas instituições financeiras portuguesas a particulares elevava-se a 2481 milhões de euros no final de Março, uma subida de 14,7 por cento em termos homólogos, indica o Boletim Estatístico divulgado hoje pelo Banco de Portugal.

O total do crédito concedido pelas instituições financeiras a particulares atingiu em Março os 129,85 mil milhões de euros, mais 10,2 por cento do que um ano atrás e mais 0,72 por cento em relação a Fevereiro.

Em termos mensais, ou seja face a Fevereiro, o aumento do crédito de cobrança duvidosa foi de 3,84 por cento.

No total, o saldo total dos créditos de cobrança duvidosa era, no final de Março de 2008, de 2482 mil milhões de euros, contra 2390 milhões em Fevereiro, refere o mesmo boletim estatístico.

Mais de metade do valor - 1360 milhões de euros - dos créditos de cobrança duvidosa diz respeito a empréstimos no sector da habitação. Em Fevereiro último, esse valor era de 1315 milhões e em Março de 2007 era de 1198 milhões, ou seja, observou-se um aumento de 12 por cento em termos homólogos.

Portugal envia ajuda para as vítimas
dos sismos que devastaram a China

O Governo português vai enviar material de ajuda para as vítimas do sismo, na China, considerado o mais devastador a atingir o país nos últimos 30 anos, anunciou hoje a Autoridade Nacional de Protecção Civil. Faz muito bem. Eles precisam e, por isso, é preciso fazer o bem sem olhar a quem.

E, reconheço, vítimas de sismos não são a mesma coisa do que vítimas da política do Governo socialista de José Sócrates, mesmo que 23% das crianças portuguesas estejam à porta de miséria.

A medida foi decida após o pedido de auxílio internacional lançado pelas autoridades chinesas na sequência do sismo de 12 de Maio, que provocou 55.239 mortos confirmados e 24.949 desaparecidos só na província de Sichuan, a mais afectada, segunda uma nota da Protecção Civil.

O auxílio do Governo português, prestado através da Reserva de Emergência da Autoridade Nacional de Protecção Civil, incluirá 60 tendas, 400 esteiras, 800 cobertores, 150 "kits" de cozinha, 400 "kits" de higiene e 1.500 rações de combate.

Muito bem. Aliás, reconheço que vítimas de sismos não são a mesma coisa do que vítimas da política do Governo ditatorial de José Eduardo dos Santos, mesmo que se expressem em português… de Portugal.

A carga partirá hoje às 15:00 e será transportada por via terrestre em camiões "TIR" até Amesterdão, seguindo depois de avião até Chengdu, capital da província de Sichuan, para acudir aos 281.066 feridos e aos mais de 5,4 milhões de desalojados.

Muito bem. Aliás, reconheço que vítimas de sismos não são a mesma coisa do que vítimas da política do Governo de Armando Guebuza, ou Nino Vieira, mesmo que se expressem em português… de Portugal.

quinta-feira, maio 22, 2008

Mais uma medalha para José Sócrates

Portugal foi hoje apontado em Bruxelas como o Estado-membro com maior disparidade na repartição dos rendimentos, ultrapassando mesmo os EUA nos indicadores de desigualdade. Parabéns engenheiro José Sócrates!

O Relatório Sobre a Situação Social na União Europeia (UE) em 2007 conclui, no entanto, que os rendimentos se repartem mais uniformemente nos Estados-membros do que nos Estados Unidos, à excepção de Portugal. Parabéns engenheiro José Sócrates!

O relatório é o principal instrumento que a Comissão Europeia utiliza para acompanhar as evoluções sociais nos diferentes países europeus.

Os indicadores de distribuição dos rendimentos mostram que os países mais igualitários na distribuição dos rendimentos são os nórdicos, nomeadamente a Suécia e Dinamarca.

"Portugal distingue-se como sendo o país onde a repartição é a mais desigual", salienta o documento que revela não haver qualquer correlação entre a igualdade de rendimentos e o nível de resultados económicos. Parabéns engenheiro José Sócrates!

Contudo, se forem comparados os coeficientes de igualdade de rendimentos dos Estados-membros com o respectivo PIB (Produto Interno Bruto) por habitante constata-se que os países como um PIB mais elevado são, na sua generalidade, os mais igualitários.

UNITA faz que anda mas... não sai do sítio

Ao longo dos últimos meses, quase dois anos, tenho defendido aqui no Alto Hama, tal como na secção com o mesmo nome e que assino há muito mais tempo no Notícias Lusófonas, aquilo que considero o mais correcto para a minha terra, Angola.

Para os que estão por dentro dos meandros da política angolana, as minhas posições são claras. Para os que estão por fora, em particular para os meus amigos portugueses, tais posições poderão parecer contraditórias. E isto porque, usando o mais nobre critério jornalístico (a liberdade), tanto critico o MPLA e o Governo angolano (são ambos a mesma coisa) como o faço em relação à UNITA e ao seu Presidente.

Hoje, um amigo meu ficou espantado quando lhe disse que sou de alma e coração “militante” da UNITA, e lembrei-me de esclarecer, espero que de uma vez por todas, os meus leitores sobre as minhas posições em relação à política angolana, à política – corroboro – da minha terra.

Sou angolano, nasci em Angola, lá estudei, brinquei, cresci e me fiz homem. Mesmo que tenha sido obrigado pelos acontecimentos históricos a abandonar o país onde nasci, e a utilizar a nacionalidade portuguesa dos meus pais, o meu coração esteve lá, está lá e estará sempre lá.

Nunca me conformarei com o estado a que o meu país chegou. Nunca me conformarei com a miséria, a fome, a indignidade, o roubo e tudo o que de mau tem acontecido no meu país. Não acredito que tudo isto seja consequência da guerra e estes últimos seis anos de paz, confirmam que todo o mal que existiu e que continua a existir se deve aos governantes do MPLA.

Duvidam? Em seis anos de paz, nada mudou. A fome, a miséria, a indignidade, a mortalidade infantil, os roubos, os assassínios e tudo o resto continuam a somar pontos na minha terra porque, de facto e de jure, poucos têm milhões e milhões têm pouco ou nada.

Portanto sou militante e conscientemente da oposição ao actual Governo angolano e ao partido que o sustenta, o MPLA.

E, quer acreditem ou não os que estão dentro, fora, ou fora e dentro, sou “militante”, ou pelo menos assim me considero, da UNITA.

Compreendo que muitas das minhas posições contra a actuação da UNITA não sejam bem aceites por muitos dos seus militantes. Aprendi ao longo da minha vida que não me sentiria bem se ficasse quieto perante o que considero errado. E muitas das vezes não estou de acordo com a actuação da UNITA e da sua actual Direcção. Ou mais grave ainda, com a sua não actuação, um misto de passividade e lentidão que não se coaduna com quem quer ser alternativa de poder.

A UNITA foi dirigida durante muito tempo por alguém cuja estatura e inteligência eram suficientemente grandes para que os seus militantes estivessem descansados. Quando Jonas Savimbi foi assassinado, a UNITA considerou que a democracia interna era a única hipótese que tinha de sobreviver. E estava certa. A democratização interna fez o Partido sobreviver e fortalecer-se.

O que eu critico muitas das vezes na UNITA é a falta de acção, de actuação, a maneira burocrática e prenhe de lentidão como tudo é decidido, o arrastar das decisões, discutidas até à exaustão numa democraticidade interna que se é boa ao nível das grandes linhas, é um empecilho ao nível da execução, parecendo-me muitas vezes um claro exercício de suicídio político.

Comparativamente, o MPLA está em todas, lidera em força e com alguma qualidade (reconheço) quer as acções internas quer externas, vai somando – em Portugal, por exemplo - apoios em todos os estratos políticos, empresariais e intelectuais, para além de alargar os tentáculos do partido/regime a um cada vez maior número de empresas portuguesas
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