sábado, maio 17, 2008

Um anarquista chamado Santa Lopes
e um (in)equívoco chamado PPD/PSD

Santana Lopes afirmou esta tarde, em Coimbra, que o país vive "pior desde que o primeiro-ministro José Sócrates subiu ao poder" e mostrou-se confiante de que vai conseguir inverter a seu favor a maioria socialista que governa Portugal. Que os portugueses vivem pior não é novidade. Novidade seria ser Santana Lopes a inverter o (mau) estado a que as coisas chegaram.

Numa acção de campanha na sede distrital do partido, o candidato a presidente do Partido Social Democrata mostrou-se confiante na vitória nas directas de 31 de Maio e garantiu que vai propor nas próximas legislativas uma harmonização do IVA no espaço ibérico.

Nada como haver eleições, neste caso no PSD, para se prometer tudo aquilo que poderia mas não foi feito. Também aqui nada de novo, a não ser que Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite prometem mais do mesmo. Diferente poderá ser Passos Coelho.

Perante algumas dezenas de militantes que o escutavam no exterior da sede distrital, o actual líder da bancada parlamentar afirmou que se candidata para "acabar com os equívocos e clarificar o partido" e avisou os críticos que, se ganhar, "a anarquia vai acabar e que quem quiser continuar a contestar sem construir tem de mudar de vida".

Acabar com quê? Infelizmente para os portugueses, o PSD é ele próprio (pelo menos nos últimos anos) um (in)equívoco. Quanto a querer acabar com a anarquia, Santana Lopes está a dizer que quer acabar consigo próprio. Talvez consiga enganar os sociais-democratas, não creio contudo que consiga (para gáudio do capataz-mor do reino, José Sócrates) enganar os portugueses.

Segundo Santana Lopes, o que está em causa nestas eleições directas dentro do PSD é "escolher um caminho para Portugal". É verdade. Mas ou o PSD oferece mais do que um muito estreito córrego, ou está condenado a ficar na beira da estrada a ver Sócrates passar pela estrada da Beira.

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