A Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra (APVG) pediu ao Governo a cedência do edifício da antiga Estação Naval da Marinha, em Fão, Esposende, para aí construir um lar para antigos combatentes, disse hoje à Lusa o seu presidente.
Augusto Freitas adiantou que a reconversão daquele espaço num lar se justifica, "dado que há muitos antigos combatentes que ficaram sem família, estão doentes e vivem com poucos meios".
"O edifício da estação naval, já desactivada, começou a entrar em processo de degradação", sublinhou o responsável.
A APVG foi recebida, há dias, na Comissão de Defesa da Assembleia da República, onde expôs a sua actividade e apresentou o caderno reivindicativo, já anteriormente enviado ao Ministério da Defesa Nacional.
O organismo quer que o Ministério da Defesa crie um cartão do ex-combatente, de modo a permitir que os seus portadores beneficiem de regalias em serviços estatais, como sucede com o cartão do idoso, não pagando, por exemplo, taxas moderadoras em hospitais, centros de saúde e outros equipamentos do Serviço Nacional de Saúde.
A APVG pretende, por outro lado, que o Estado apoie as famílias que querem trazer os familiares mortos nas antigas colónias portuguesas - Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e Timor-Leste - como sucedeu, recentemente, com os cadáveres de soldados levantados na Guiné-Bissau.
"O Estado deve apoiar todas as famílias que queiram trazer os cadáveres dos familiares para Portugal", defendeu Augusto Freitas.
O responsável frisou que “embora nos termos legais seja a família a ter de suportar as despesas do processo, o Governo poderia ajudar, entre outras formas, com o transporte dos corpos em avião militar”.
Para além da cedência do edifício da estação naval, em Fão, a APVG quer que o Governo apoie a construção em Braga, onde tem a sua sede social, de um Centro de Dia, dirigido também a ex-militares que combateram nas guerras do Ultramar.
"A Câmara Municipal garantiu-nos a cedência de um terreno, pelo que vamos precisar de angariar fundos próprios e de ter apoio do Estado", salientou Augusto Freitas.
O Centro de Dia - referiu - justifica-se, também, pelo facto de haver ex-militares já reformados, que necessitam de apoio social e mesmo médico. “Muitos deles por sofrerem de doenças, com destaque para o stresse pós-traumático de guerra", acrescentou.
Sem comentários:
Enviar um comentário