A Junta Militar que governa Myanmar (ex- -Birmânia) continua a pôr as agências humanitárias, em particular, e a comunidade internacional, em geral, à beira de um ataque de nervos. Como se não bastasse não autorizar a entrada de ajuda ao milhão e meio de desalojados do ciclone Nargis, está a apropriar-se, segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU, das cargas destinadas às vítimas. Se a tudo se somar a perspectiva de haver mais de 100 mil mortos, o quadro é de completa desolação.
Numa primeira reacção, o PAM decidiu suspender os voos por considerar "inconcebível e irracional a atitude do Governo". Horas depois, mesmo sabendo que não será o seu pessoal a acompanhar a distribuição do auxílio, decidiu fazer hoje mais dois voos. A ONU alerta para o facto de "o que se sabe sobre a situação real no país ser muito pouco e, apesar do dramatismo do que já é conhecido, isso pode ser apenas a ponta do iceberg".
Numa primeira reacção, o PAM decidiu suspender os voos por considerar "inconcebível e irracional a atitude do Governo". Horas depois, mesmo sabendo que não será o seu pessoal a acompanhar a distribuição do auxílio, decidiu fazer hoje mais dois voos. A ONU alerta para o facto de "o que se sabe sobre a situação real no país ser muito pouco e, apesar do dramatismo do que já é conhecido, isso pode ser apenas a ponta do iceberg".
A Junta Militar birmanesa, numa atitude contestada por todas as organizações humanitária, afirma que "aceita toda a ajuda internacional", mas que, por razões que se recusa a revelar, "não aceita a presença de pessoal dos países doadores nem de qualquer organismo exterior".
"Não estamos preparados, por enquanto, para receber este tipo de missões de informação, busca e resgate de outros países", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros birmanês.
A atitude do regime militar birmanês de impedir a entrada de pessoal das organizações humanitárias, considerados como "inimigos de Estado," é considerada como algo nunca visto, admitindo-se que Myanmar possa ter muitas outras monstruosidades que a Junta Militar quer esconder a todo o custo.
"É assombroso e irracional", afirma o porta-voz do PAM, Paul Risley, acrescentando que "a frustração causada pel a falta de autorização de entrada não tem precedentes nos trabalhos de ajuda humanitária modernos."
Cruz Vermelha, PAM, UNICEF, Organização Mundial da Saúde, Cáritas e Médicos Sem Fronteiras são algumas das organizações manietadas pela miopia da Junta Militar birmanesa.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
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