quarta-feira, maio 21, 2008

Tribunal condena José Sócrates
a pagar indemnização a jornalista

O Tribunal da Relação de Lisboa condenou, na semana passada, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, ao pagamento de 10.000 euros por danos não patrimoniais causados ao jornalista José António Cerejo. Em causa está uma carta publicada no Público, em Março de 2001, da autoria de José Sócrates, na altura ministro do Ambiente, em que este acusava José António Cerejo de ser “leviano e incompetente”, de padecer de “delírio” e de servir “propósitos estranhos à actividade de jornalista”.

Cheira-me (e nada tem a ver com o cheiro de um cigarrito a bordo de um avião da TAP) que Sócrates vai arranjar uma maneira de sermos nós (nós os contribuintes) a dar uma ajuda para pgar os dez mil euros.

Aguardo, entretanto, as explicações do especialista socialista nesta matéria, o ministro dos Assuntos Parlamentares das ocidentais e cada vez mais poluídas praias lusitanas, Augusto Santos Silva que, calculo, nos virá dizer que os jornalistas "não reconhecem a diferença entre Salazar e os democratas".

Santos Silva, tal como José Sócrates, certamente democratas mesmo antes de terem nascido, deverão fazer uma comunicação ao país para dizer que "a liberdade é algo que o País deve a Mário Soares, a Salgado Zenha, a Manuel Alegre...” e não aos jornalistas.

Recorde-se que o ministro que, com o óbvio beneplácito do primeiro-ministro, amordaçou os jornalistas portugueses, também afirmou que "o clima político que algumas pessoas estão a tentar desenvolver em Portugal é um clima de intimidação, é um clima próprio da natureza antidemocrática dessas forças. E se for preciso defender outra vez, como defendemos em 75, a liberdade em Portugal, o Partido Socialista, posso garantir, estará na linha da frente da defesa das liberdades públicas".

Defesa da liberdade que, por sinal, levou o Partido socialistas a meter o rabo entre as pernas perante o inqualificável ataque que o Jornal de Angola fez a Mário Soares, por exemplo.

Continuo a pensar que embora seja perigoso lutar contra uma ditadura como a que vigora em Portugal, é preciso que também se diga que este mesmo ministro, o governo e o Partido Socialistas escreveram a página mais negra na história do Jornalismo do pós-25 de Abril.


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