O jornalista Amílcar Xavier (foto) manifestou-se hoje, em Luanda, satisfeito com a postura dos profissionais de imprensa que, com rigor, objectividade e seriedade, têm levado ao conhecimento público os acontecimentos que se registam no país, e em particular no resto do mundo.
Como? “Rigor, objectividade e seriedade”? Sim, nos privados. Ou seja, não queiram os órgãos do Estado (neste caso do MPLA) ficar com os louros que são merecidos pelos jornalistas dos meios privados. Cada macaco no seu galho, caro Amílcar Xavier.
Falando à Angop (um dos órgãos oficiais do regime), por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se assinala, Amílcar Xavier ressaltou que estes itens (rigor, objectividade e seriedade) têm ajudado a salvaguardar o princípio do contraditório.
Tretas. Desde quando a Angop, a RNA, a TPA, o Jornal de Angola (e outros pequenos similares) se pautam pelo rigor, objectividade e seriedade? Não passem um atestado de menoridade aos angolanos.
"O jornalismo hoje tem outra qualidade. A democracia está a ser erguida com a contribuição da comunicação social e dos próprios jornalistas. Há uma maior responsabilidade social da classe nacional, porque actualmente temos um jornalismo mais sério", ressaltou.
Ressaltou numa afirmação propagandística que, ao meter todos no mesmo saco, ofende a dignidade profissional dos que, de facto, não fazem do jornalismo uma correia de transmissão do poder, ou seja, do MPLA.
"A opinião pública está muito mais madura e muito mais crítica, questiona mais o trabalho desenvolvido pelo jornalista e sabe fazer a distinção entre o bom e o mau jornalismo", sublinhou Amílcar Xavier, esquecendo-se, no entanto, de dizer que ao ser obrigada a pensar mais com a barriga do que com a cabeça, a opinião pública angolana deve ser informada e formada e não apenas bombardeada com as “verdades” oficiais.
Relativamente a algumas críticas sobre a restrição de liberdade de imprensa em Angola, Amílcar Xavier afirmou que "quem tem ou defende este ponto de vista está seriamente equivocado”.
Estará? Podem os “jornalistas” da Angop, da RNA, da TPA, do Jornal de Angola (e de outros pequenos similares) dizerem que o rei vai nu, sem correm o risco de verem o prato de lagosta substituído por um de pirão, na melhor das hipóteses?
Sejamos sérios, caro Amílcar Xavier. É o mínimo que podemos e devemos fazer pelos angolanos.
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