Um recente estudo da consultora Gallup, revela que em Portugal os professores merecem a confiança de 42% dos inquiridos, muito acima dos 24% que acreditam nos líderes militares e na polícia, dos 20% que confiam nos jornalistas e dos 18% que optam pelos líderes religiosos.
Os políticos são os que menos têm a confiança dos portugueses, já que contam com o apoio de apenas 7%.
Quando faltam critérios editoriais de carácter jornalístico, vigoram nos media portugueses os critérios editoriais do estilo “self service” ao qual, por regra, têm acesso privilegiado todos aqueles que estão no poleiro, seja político, empresarial, cultural etc..
O que é notícia, o que é do interesse público, o que é válido é perfeitamente irrelevante numa sociedade de aparências, de favores, de corrupção, de compadrios, de manipulações.
Se o Jornalista não procura saber o que se passa é, foi assim que aprendi com os mestres, um imbecil. Se o Jornalista consegue saber o que se passa mas, eventualmente, se cala é um criminoso.
Será por tudo isto que são cada vez mais os portugueses (apesar de 20% ainda acreditarem em nós) que não conseguem, ou não querem, comer gato por lebre e dizem que no jornalismo há cada vez mais imbecis e criminosos?
Também aprendi com os mestres que o “produto” jornalístico tinha obrigatoriamente de ser uma referência de credibilidade e não, como agora acontece, uma correia de transmissão de interesses cada vez menos claros.
Quem analisar hoje os media das ocidentais praias lusitanas encontra, na maioria dos casos, pouca informação, rara formação e quase nula investigação. Isto acontece ainda porque, dada a precariedade profissional, a grande maioria aceita fazer tudo o que o «chefe» manda (mesmo sabendo que este para contar até 12 tem de se descalçar), este aceita fazer tudo o que o director manda, este aceita fazer tudo o que a Administração manda, e esta aceita fazer tudo o que dê lucro.
Será por tudo isto que são cada vez mais os portugueses (apesar de 20% ainda acreditarem em nós) que não conseguem, ou não querem, comer gato por lebre e dizem que no jornalismo há cada vez mais imbecis e criminosos?
Não deixa, contudo, de ser curioso que – nesta matéria e neste contexto – quanto mais imbecis e criminosos forem os jornalistas, mais hipóteses têm de subir na carreira, seja esta nos media propriamente ditos ou nas assessorias políticas.
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