A crise política, mais uma para não fugir à tradição, desencadeada pela queda do governo em São Tomé e Príncipe levou o Presidente da República (que chatice!) a anunciar hoje que vai antecipar em duas semanas o regresso ao arquipélago de um périplo internacional de quase um mês.
Em declarações à Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe a partir de Taipé, capital do "aliado" Taiwan, Fradique de Menezes anunciou que vai regressar na próxima quinta-feira, 29 de Maio, encurtando em duas semanas a sua estada no estrangeiro.
Formalmente, como acontece nos países com democracias estabilizadas, Fradique de Menezes vai reunir o Conselho de Estado, o seu órgão consultivo, e auscultar os partidos políticos são-tomenses.
É assim que se faz. É assim que se deve fazer. Isto, digo eu, quando vale a pena. No entanto, também na maioria dos países lusófonos, o que faz sentido formal não tem consequências práticas.
O presidente são-tomense reafirmou a necessidade de se encontrar a "paz e o entendimento entre os dirigentes a quem o povo confiou os seus destinos". Pois é. E a crise existe mesmo não existindo ainda petróleo a jorrar…
A viagem do Presidente incluía, entre outras paragens próprias de um estadista, a participação na Cimeira Japão/África e numa reunião da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, em que estará em discussão a crise alimentar mundial.
Os deputados da Assembleia Nacional são-tomense aprovaram ontem, por maioria, uma moção de censura que ditou a queda do Governo, formado pela Acção Democrática Independente (ADI), de Patrice Trovoada, pelo Movimento Democrático Força da Mudança (MDFM) e pelo Partido da Convergência Democrática (PCD)
Recorde-se que o primeiro-ministro são-tomense afirmou que elementos dos partidos responsáveis pela queda do governo estão envolvidos em casos de corrupção e desvio de dinheiros públicos em departamentos estatais, detectados em inspecções ao nível das Finanças.
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