quarta-feira, agosto 29, 2007

Obrigado aos amigos do Alto Hama

Faz hoje um ano que este espaço de liberdade nasceu. Recordo desse dia os três comentários ao primeiro texto, intitulado «O possível é feito todos os dias».

Eugénio Costa Almeida escreveu: «Aqui está algo com que o Pululu não pode competir. A qualidade jornalística de um grande jornalista. Ter-me-ei de render à evidência. Continuar a fazer de conta que sei escrever e ter de vir aqui continuar a aprender.»

Fernando Casimiro disse: «Sempre tive curiosidade em saber o significado de Alto Hama, hoje estou esclarecido e sensibilizado com a forma como o Orlando quis dar a conhecer a sua terra natal. Doravante, temos mais um espaço de informar e formar consciências.»

Adelino Almeida opinou: «Obrigado Caro Orlando, por me teres recordado uma das localidades da minha também amada Angola. Parabéns, pelo dom que tens, em saber passar para o "papel", tudo aquilo que vês e sentes.»

E foi assim. Um ano depois, embora sem grande rigor estatístico, o Alto Hama recebeu 39 mil visitas. O número vale o que vale. Mas o que vale de facto é a certeza de que se o possível se faz todos os dias, justifica-se que se vá tentando fazer o impossível.

No contexto do Alto Hama, para além de um incomensurável obrigado aos três amigos já citados, importa dar igual relevo a mais alguns: António Ribeiro, Carla Teixeira, Carlos Narciso, Emanuel Lopes, Emídio Brandão, Fernando Cruz Gomes, Fernando Frade (Fino), Fernando Gil, João Carlos Fernandes, Jorge Eurico, Jorge Monteiro Alves, Manuel Vieira, Paulo F. Silva e William Tonet.

4 comentários:

ELCAlmeida disse...

Não vale a pena chorares por já teres mais um ano e faz o que muito bem sabes fazer: escrever, "jornalar" e ensinar aos que continuam a pensar que também podem ser jornalistas e de meros fazedores de frases não passam.
Venham mais anos de muita e boa escrita e de muito e bom ensino.
Um fraterno e forte Kandandu
Eugénio Almeida

Didinho disse...

Caro Orlando,

Os meus parabéns por tudo quanto nos tens dado a reflectir e, também, a aprender.

Na parte que me toca, aproveito para te agradecer, tanto pelos trabalhos no Notícias Lusófonas, quer aqui no teu Alto Hama, sobre a Guiné-Bissau.

É caso para dizer que, há amigos da Guiné-Bissau que têm feito mais por este país, do que muitos dos seus próprios filhos e o Orlando é um desses amigos!

Vamos continuar a trabalhar!

Um abraço

Didinho

Anónimo disse...

Porquê África ?
Porquê Angola ?

Alguns dos meus amigos, em particular amigos portugueses e europeus, olham-me espantados sempre que descobrem que me considero africano ou mais propriamente angolano. Embora considerem normal que existam homens de todas as raças que sejam portugueses e ou europeus, um branco que se considere angolano e africano é algo estranho mesmo no século vinte e um. Não porque sejam preconceituosos (acho que não tenho amigos preconceituosos), mas porque é difícil acreditar que alguém no seu perfeito juízo e tendo a hipótese de ser português e europeu, opte por ser angolano e africano. Confesso que os meus argumentos não os convenceram até hoje que não tenho uma problema mental qualquer.

Um dos meus argumentos é que o cheiro de África (e de Angola) é diferente do da Europa (eles olham para mim de lado e eu vejo nos olhos deles as imagens das lixeiras a céu aberto dos bairros de Luanda). Eu conto-lhes da imensidão do horizonte (e nos olhos deles vejo os muceques de Luanda que mudaram de nome mas não de pobreza). Eu conto-lhes de como o meu País é rico, eles olham-me com ar de gozo (e nos seus olhos eu vejo os jipes de luxo dos ricos e as crianças esfarrapadas a venderem bugigangas nas ruas), eu falo-lhes das pessoas, de como o meu Povo é hospitaleiro e alegre (e nos seus olhos vejo as pessoas escanzeladas com sinais de fome no corpo). Depois fico sem argumentos, porque ninguém acredita que seja possível amar o meu País tão incondicionalmente, porque ninguém acredita que os governantes do meu País venham a mudar alguma coisa, que deixem de ser corruptos e venais.

Opto finalmente por me calar, guardar esse tipo de sentimento e de esperança para quem me compreende e sente como eu.

Felizmente que não são poucos. E alguns até arranjam blogs, onde diariamente escrevem o amor que sentem àquele chão. Que fazer senão apanhar o vício e os visitar todos os dias ? Que fazer senão dar-lhe os parabéns em dias de anos ?

Uabalumuka
Emanuel Lopes

Carla Teixeira disse...

Escapou-me, na data certa, a tão generosa referência ao meu nome. É com enorme orgulho, e creio que a tempo ainda, que agradeço. Camarada Orlando, muito obrigada! Estás no meu coração.