terça-feira, abril 24, 2007

Mari Alkatiri desmascara Ramos-Horta

O ex-primeiro-ministro timorense e secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, acusou hoje José Ramos Horta de ser um "ditador" e de "não ter capacidade" para gerir os problemas do país. Creio que Alkatiri tem toda a razão. Horta é um político de hotel de cinco estrelas e não de um país onde o povo não tem comida.

Em declarações à agência Lusa, Mari Alkatiri afirmou que Ramos Horta - seu antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e sucessor no cargo de chefe do Governo após a crise de 2006 - tem "comportamentos autoritários de ditador" e de "usar e abusar do poder de primeiro-ministro para fazer campanha".

Embora seja, na minha opinião, verdade é um mal geral de todos os países (mais ou menos) democráticos. Quando dá jeito Horta é o candidato, quando não dá é o primeiro-ministro. E em campanha as funções misturam-se consoante a conveniência.

"Pouco tempo depois de assumir o cargo de primeiro-ministro, Ramos Horta efectuou uma visita oficial ao Kuwait e recebeu ajuda humanitária em cobertores e outros bens que guardou e começou a distribuir agora em tempo de campanha eleitoral", disse Mari Alkatiri.

É uma acusação grave mas tão velha quanto a própria democracia. Em anos de eleições os impostos baixam sempre.

Alkatiri acrescentou também que Ramos Horta "não conseguiu resolver problemas que pensava serem fáceis como os deslocados, os peticionários e o caso de Alfredo Reinado e agora não é capaz de assumir a sua falta de capacidade e atribui a culpa à Fretilin quando ele é que é o chefe do Governo".

Mais umas tantas verdades. Então no caso Reinado, Ramos-Horta (e também Xanana Gusmão) deveria ter vergonha. Mas a vergonha é algo que os políticos não conhecem.

Mari Alkatiri diz também "não entender" a razão dos órgãos do Estado assumirem que Alfredo Reinado tem de ser capturado e de José Ramos Horta "afirmar que as operações deviam ser suspensas". "Isto demonstra a atitude de um ditador que pensa que pode suspender uma operação deste género", afirmou.

Pois. O problema é que, segundo a estratégia australiana, Reinado é um aliado de Horta e companhia para todo o serviço. Por isso não deve ser detido. Aliás, a forma como escapou (?) ao cerco dos militares australianos, em Sume, tem muito que se lhe diga.

Falta, contudo, saber se de facto não vamos ter Ramos-Horta na presidência e Xanana Gusmão a liderar o Governo, como querem os australianos. Se assim for, por muita razão que Alkatiri tenha (e tem) tudo vai continuar na mesma ou, talvez, de mal para pior a caminho de Camberra.

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