O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, completou a sua licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Independente (UnI) num domingo de Setembro de 1996, dia em que foi assinado o diploma de final de curso, noticia hoje o semanário Expresso. Se o gato vai às filhós (e vai mesmo), não é pela data.
Na manchete da edição de hoje, o semanário cita "documentos sobre o processo do aluno José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa", que concluiu em 1996 na UnI a sua licenciatura, iniciada anos antes no Instituto Politécnico de Coimbra e prosseguida no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.
Na Independente, Sócrates realizou cinco cadeiras: Análise de Estruturas; Betão Armado e Pré-Esforçado; Estruturas Especiais; Projecto e Dissertação, leccionadas por António José Morais, e Inglês Técnico, dada pelo ex-reitor da universidade, Luiz Arouca.
Em declarações ao Expresso, António José Morais afirmou que o facto de o diploma ter sido assinado a um domingo "não é estranho", alegando que "nas universidades privadas, muitas vezes trabalha-se ao domingo". E o facto de ter data de domingo não quer, obrigatoriamente, dizer que tenha sido assinado nesse dia.
Se o gato vai às filhós (e vai mesmo), não é pela data.
O professor António José Morais confirma ter dado quatro das cinco cadeiras ao primeiro-ministro, mas Luiz Arouca afirmou ao Expresso nunca ter dado qualquer aula nem feito qualquer avaliação a Sócrates. Aqui já o bichano está nas filhós.
Também Frederico Oliveira Pinto, que, segundo o Expresso, diz ter sido o primeiro presidente do conselho científico da UnI e, na altura, professor de todas as cadeiras de Cálculo das licenciaturas de Engenharia, afirmou ao semanário nunca ter visto José Sócrates naquela instituição, "a não ser muitos anos mais tarde, durante uma oração de sapiência, em que estava na assistência". Aqui já o bichano está nas filhós.
No entanto, Carlos Gomes Pereira e Alberto Santos garantiram ao jornal ter sido colegas de curso de Sócrates em 1996, assegurando que tiveram aulas e fizeram exames com o actual primeiro-ministro.
Segundo o Expresso, José Sócrates, o seu gabinete e o ministério do Ensino Superior escusaram-se a comentar a notícia. Aqui já o bichano está nas filhós.
Frederico Oliveira Pinto adianta, citado pelo jornal, que o processo de licenciatura do primeiro-ministro decorreu sem o seu conhecimento, uma vez que o plano de equivalências e de estudos de Sócrates "não foi submetido a apreciação de qualquer órgão académico". Aqui já o bichano está nas filhós.
De acordo com a fonte, o conselho científico da universidade apenas foi criado em meados de 1997, após o primeiro-ministro ter concluído o curso na UnI.
O diploma de final de curso na UnI foi, segundo o semanário, assinado a 8 de Setembro de 1996, um domingo, pelo então reitor Luiz Arouca e a sua filha, chefe dos serviços administrativos da universidade.
As notas de quatro exames finais que terão permitido completar a licenciatura de Sócrates - duas provas escritas e duas provas orais - foram lançadas, de acordo com o jornal, no mesmo dia, em Agosto.
O Expresso salienta que, nos documentos que consultou, apresentados pela UnI como prova da licenciatura de Sócrates, o nome do aluno aparece manuscrito sem quaisquer referências adicionais, apenas com uma rubrica dos professores das cadeiras.
Por sua vez, o plano de equivalências resume-se a duas folhas manuscritas e com a menção quase ilegível de algumas disciplinas, sem data nem assinatura. Aqui já o bichano está nas filhós.
O livro de termos, onde constam os dados académicos dos alunos, e o livro de sumários, horários e lista de professores, estudantes e disciplinas do curso de Engenharia Civil alegadamente não existem, de acordo com o Expresso. Aqui já o bichano está nas filhós.
Apenas um texto em inglês dactilografado e corrigido a vermelho foi apresentado como prova escrita da disciplina de Inglês Técnico, embora sem estar redigido numa folha de teste com o carimbo da UnI. Aqui já o bichano está nas filhós.
Mas não sejamos maus. Se José Sócrates é um mau primeiro-ministro (e para mim é) não é por ser, ou não, licenciado. É mau primeiro-ministro porque (não sei se na UnI) comprou o diploma de dono da verdade.
Na manchete da edição de hoje, o semanário cita "documentos sobre o processo do aluno José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa", que concluiu em 1996 na UnI a sua licenciatura, iniciada anos antes no Instituto Politécnico de Coimbra e prosseguida no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.
Na Independente, Sócrates realizou cinco cadeiras: Análise de Estruturas; Betão Armado e Pré-Esforçado; Estruturas Especiais; Projecto e Dissertação, leccionadas por António José Morais, e Inglês Técnico, dada pelo ex-reitor da universidade, Luiz Arouca.
Em declarações ao Expresso, António José Morais afirmou que o facto de o diploma ter sido assinado a um domingo "não é estranho", alegando que "nas universidades privadas, muitas vezes trabalha-se ao domingo". E o facto de ter data de domingo não quer, obrigatoriamente, dizer que tenha sido assinado nesse dia.
Se o gato vai às filhós (e vai mesmo), não é pela data.
O professor António José Morais confirma ter dado quatro das cinco cadeiras ao primeiro-ministro, mas Luiz Arouca afirmou ao Expresso nunca ter dado qualquer aula nem feito qualquer avaliação a Sócrates. Aqui já o bichano está nas filhós.
Também Frederico Oliveira Pinto, que, segundo o Expresso, diz ter sido o primeiro presidente do conselho científico da UnI e, na altura, professor de todas as cadeiras de Cálculo das licenciaturas de Engenharia, afirmou ao semanário nunca ter visto José Sócrates naquela instituição, "a não ser muitos anos mais tarde, durante uma oração de sapiência, em que estava na assistência". Aqui já o bichano está nas filhós.
No entanto, Carlos Gomes Pereira e Alberto Santos garantiram ao jornal ter sido colegas de curso de Sócrates em 1996, assegurando que tiveram aulas e fizeram exames com o actual primeiro-ministro.
Segundo o Expresso, José Sócrates, o seu gabinete e o ministério do Ensino Superior escusaram-se a comentar a notícia. Aqui já o bichano está nas filhós.
Frederico Oliveira Pinto adianta, citado pelo jornal, que o processo de licenciatura do primeiro-ministro decorreu sem o seu conhecimento, uma vez que o plano de equivalências e de estudos de Sócrates "não foi submetido a apreciação de qualquer órgão académico". Aqui já o bichano está nas filhós.
De acordo com a fonte, o conselho científico da universidade apenas foi criado em meados de 1997, após o primeiro-ministro ter concluído o curso na UnI.
O diploma de final de curso na UnI foi, segundo o semanário, assinado a 8 de Setembro de 1996, um domingo, pelo então reitor Luiz Arouca e a sua filha, chefe dos serviços administrativos da universidade.
As notas de quatro exames finais que terão permitido completar a licenciatura de Sócrates - duas provas escritas e duas provas orais - foram lançadas, de acordo com o jornal, no mesmo dia, em Agosto.
O Expresso salienta que, nos documentos que consultou, apresentados pela UnI como prova da licenciatura de Sócrates, o nome do aluno aparece manuscrito sem quaisquer referências adicionais, apenas com uma rubrica dos professores das cadeiras.
Por sua vez, o plano de equivalências resume-se a duas folhas manuscritas e com a menção quase ilegível de algumas disciplinas, sem data nem assinatura. Aqui já o bichano está nas filhós.
O livro de termos, onde constam os dados académicos dos alunos, e o livro de sumários, horários e lista de professores, estudantes e disciplinas do curso de Engenharia Civil alegadamente não existem, de acordo com o Expresso. Aqui já o bichano está nas filhós.
Apenas um texto em inglês dactilografado e corrigido a vermelho foi apresentado como prova escrita da disciplina de Inglês Técnico, embora sem estar redigido numa folha de teste com o carimbo da UnI. Aqui já o bichano está nas filhós.
Mas não sejamos maus. Se José Sócrates é um mau primeiro-ministro (e para mim é) não é por ser, ou não, licenciado. É mau primeiro-ministro porque (não sei se na UnI) comprou o diploma de dono da verdade.