Por Eugénio Costa Almeida (*)
quinta-feira, maio 31, 2007
Angolanos de primeira votam, os de segunda não
Por Eugénio Costa Almeida (*)
quarta-feira, maio 30, 2007
Plágios com visível rabo de fora
made in teia do “PortugalClub”
É certo que cita o autor, mas esse suposto escudo de respeito pelas regras consideradas normais em qualquer Estado de Direito tem o gato escondido com o rabo de fora.
Quem ler um texto meu numa das múltiplas montras paridas pelo responsável do luso-brasileiro PortugalClub fica, é claro, convencido que esses textos foram escritos expressamente para aquele local. Ora, não é isso que acontece.
Além disso, outros sites ou blogs repescam alguns desses textos e dão como fonte exactamente essas putrefactas montras do PortugalClub, desvirtuando toda a realidade.
Tudo isto já o disse pessoalmente e por escrito ao autor desta vigarice, Casimiro Rodrigues (foto). Sem resultado, como é óbvio. Mas é pena.
Com esta habilidade saloia, Casimiro Rodrigues, provoca vigarices em cadeia, envolvendo gente que nada tem a ver com o assunto e que de boa fé cita o PortugalClub, ou outras das muitas montras filiadas, como a fonte de algo que foi publicado em primeira-mão noutro sítio qualquer.
Assim não custa viver à sombra da bananeira. Copia-se, cola-se e colhe-se os dividendos do trabalho dos outros.
Se isto não é ser parasita, vou ali e já venho.
As razões do assassinato de Laurent Kabila
O exército angolano ofereceu a Kabila uma brigada de 3 mil homens muito bem armados e treinados. Na maioria, esses homens eram antigos gendarmes catangueses, desejosos de vingar a derrota sofrida frente a Mobutu quando foi da revolta do Catanga.
Soube só agora que Kabila aceitou a ajuda desses militares mas que, logo após a vitória, em Maio de 1997, dissolveu essa brigada porque a consideraria perigosa por suspeitar que seria leal aos interesses angolanos.
Ora, se isto for verdade, isso significa que Kabila desconfiava do amigo angolano… e, assim, percebe-se melhor a forma como morreu assassinado em Janeiro de 2001.»
Notas: Texto de Carlos Narciso publicado em:
segunda-feira, maio 28, 2007
Receitas do petróleo angolano (sonhemos!)
deveriam servir para (re)construir o país
As receitas petrolíferas canalizadas para o fundo de estabilização, frisam as economistas no último relatório do BPI sobre a economia angolana, podem ser aplicadas em investimentos "sem risco", cuja remuneração gerará receitas a muito longo prazo, quando as previsões actuais indicam que o actual nível de receitas se mantenha durante apenas 20 anos.
Para as economistas do BPI, banco que controla a segunda maior instituição financeira angolana (Fomento), as condições de financiamento do Estado angolano "seriam provavelmente vantajosas, atendendo aos prémios de risco praticados, historicamente reduzidos, e também porque o país beneficia actualmente de uma conjuntura extremamente favorável".
domingo, maio 27, 2007
Portugueses europeus e portugueses africanos
A grande diferença é que os portugueses europeus, os que sempre viverem em Portugal, sempre consideraram (quiçá com razão) que até prova em contrário todos os estranhos são culpados. Já os portugueses africanos, parte dos que deram luz ao mundo, entenderam que até prova em contrário todos os estranhos são inocentes.
Em África, os portugueses aprenderam a amar a diferença e com ela se multiplicarem. Aprenderam a ser solidários com o seu semelhante, fosse ele preto, castanho, amarelo ou vermelho. Aprenderam a fazer sua uma vivência que não estava nas suas raízes.
Na Europa, os portugueses aprenderam a desconfiar da diferença e a neutralizá-la sempre que possível. Aprenderam a ser individualistas mesquinhos e a só aceitar a diferença como exemplo raro das coisas do demónio.
Com o re(in)gresso de milhares de portugueses africanos ao Portugal europeu, a situação alterou-se momentaneamente. Tão momentaneamente que hoje, 32 anos depois da debandada africana, quase se contam pelos dedos de uma mão os que ainda são portugueses africanos.
Isto é, muitos dos portugueses europeus que foram para África tornaram-se facilmente africanos. No entanto, ao re(in)gressarem às origens ressuscitaram a velha mesquinhez de um país virado para o umbigo, de um país de portas fechadas. Voltaram a ser apenas europeus.
Nessa mesma leva vieram muitos portugueses africanos nascidos em África. Esses não re(in)gressaram em coisa alguma. Mantiveram-se fiéis às suas raízes mas, é claro, tiveram (e ainda têm) de sobreviver. Apesar disso, só olham para o umbigo de vez em quando e as suas portas só estão meias fechadas.
Acresce que muitos destes acabaram por constituir vida em Portugal, muitos casando com portugueses europeus. Por força das circunstâncias, passaram a olhar mais vezes para o umbigo e a porta fechou-se quase completamente.
Chega-se assim aos filhos, nados e criados como “bons” portugueses europeus. Estes só olham para o umbigo e trancaram a porta. Por muito que o pai, ou mãe, lhes digam que até prova em contrário todos (brancos, pretos, amarelos, castanhos ou vermelhos) são inocentes, eles já pouco, ou nada, querem saber disso.
Por força das circunstâncias, os portugueses africanos diluíram-se no deserto europeu, foram colonizados e só resistem alguns malucos que, por força dos seus ideais, ainda acreditam que se o presente de Portugal está na Europa (se é que está) o futuro estará certamente em África.
sexta-feira, maio 25, 2007
Lusofonia? É claro que sim
PALOP? Também e ainda mais
O tecido social, económico e político dos que compõem a CPLP (esta sigla que em termos práticos nada significa, quer dizer Comunidade de Países de Língua Portuguesa) está em evolução constante, respondendo como pode (e nem sempre pode bem) aos desafios da sobrevivência.
A relevância das instituições que protagonizam o topo das sociedades merece todo a atenção. No entanto, os principais protagonistas devem ser os operacionais que, no terreno e no dia-a-dia, dão vida e praticabilidade aos países que na nossa língua têm uma parcela da sua Pátria.
E esses são todos aqueles que apostam em 90% de transpiração e 10% de inspiração.
A criação, tanto no âmbito da CPLP como dos PALOP, de um sistema de vasos comunicantes é imprescindível. Tão imprescindível que ninguém lhe passa cartão.
Como algo em constante mutação, a Lusofonia está e estará todos os dias em cima de um tapete rolante que anda para trás. Se se limitar a caminhar (como faz a CPLP), ficará com a sensação de que avança mas, de facto, estará sempre no mesmo sítio. Por isso (ao contrário do que faz a CPLP) terá de correr para ganhar diariamente alguns metros ou, no mínimo, para não perder terreno.
Importa por isso que a hierarquia da CPLP dê o exemplo, não julgando que basta conhecer as cores do arco-íris para ser crítico de pintura. Em teoria é assim.
Não poderá, ao ver o tapete a andar para trás, julgar (como tem acontecido ao longo dos anos) que vai na direcção errada e começar a caminhar no sentido da rotação do tapete...
Sendo certo que a CPLP, os PALOP e todos aqueles que debatem a Lusofonia têm pernas para levar a Carta a Garcia, resta-nos ter vontade para lutar contra os que todos os dias nos aconselham (nomeadamente pelo mau exemplo que dão) a deitar essa carta na primeira valeta.
Mas será, no fim de contas, que tudo isto faz sentido?
Faz, com certeza. Os tempos são (mesmo) outros. Por isso é preciso abalar algumas coisas, antes que essas coisas nos abalem a nós.
... Porque as palavras voam, mas os escritos permanecem.
No dia de África, vivam os PALOP. Viva a Lusofonia.
quinta-feira, maio 24, 2007
I Concurso de Curtas-Metragens Filipa de Vilhena
Regulamento:
Data limite de entrega das curtas-metragens: 30 de Julho
Cada trabalho deve ser devidamente identificado, contendo um papel ou ficheiro com o nome de cada elemento, o título da curta-metragem, o nome da escola e o contacto (número de telefone, morada e e-mail).
Tempo máximo: 20 minutos
Os filmes devem ser entregues em formatos de vídeo como .avi, .wmv, .mpeg, .dvd
Deve ser entregue uma ficha técnica.
O concurso será dividido em 2 categorias, Ficção e Não-Ficção. O tema é livre.
Os prémios a atribuir serão constituídos por livros e material relacionado com o cinema, passes de livre-trânsito para o Fantasporto, etc.
Selecção Fantasporto: selecção e exibição no próximo Fantasporto, de um ou mais trabalhos a concurso, mediante autorização dos autores.
Ao júri reserva-se o direito de atribuir este prémio apenas se a qualidade dos trabalhos o justificar.
Enviar os trabalhos para o Conselho Executivo da Escola, ao cuidado da professora Dália Dias.
Rua do Covelo, 205, 4200-239 Porto.
Todos os casos omissos remetem para organização/júri.
Para mais informações, contactar:
Dia de África no Porto
Rui Flores (na foto) é um dos quatro portugueses que exerce funções na UNIOSIL (United Nations Integrated Office in Sierra Leone), organismo que é dirigido pelo representante especial do Secretário-Geral da ONU no país, o também português, Victor Ângelo.
A UNIOSIL é a primeira experiência integrada das missões das Nações Unidas. O que é que isto significa? Que todas as agências das Nações Unidas a trabalhar no país coordenam a sua acção sob a chefia da UNIOSIL e do seu líder, o representante do secretário-geral das Nações Unidas e “resident representative” além de “country representative” (chefe do PNUD), Victor Ângelo, o português que ocupa o lugar mais alto na estrutura das Nações Unidas e que está no sistema desde 1978.
quarta-feira, maio 23, 2007
José Gama está na mira dos esbirros
- Está ele e todos os angolanos livres
“Mesmo que seja alvo, pelo menos morrerei com dignidade, por ter o apoio, da extensão do povo, que são vocês. Morrerei com honra porque nunca terão armas para arrancar o que está nos vossos corações. Nascemos para morrer, mas não morremos para nascer. Portanto, não estou preocupado com essas atitudes de pessoas que brincam aos agentes de inteligência”, diz José Gama.
É claro que o MPLA vai dizer que é tudo mentira. Vai dizer que a democracia funciona e que todos são livres de dizerem o que pensam.
E se isso é claro, também o é o facto de os angolanos livres (do MPLA, da UNITA ou de qualquer outro partido) saberem por experiência como funciona o poder que põe sempre a razão da força acima da força da razão.
Creio, embora não tenha a certeza, que nada de mal vai acontecer ao José Gama. Seja como for, para além da minha solidariedade (comungada por todos os angolanos livres), fica a certeza de que não há balas, bombas ou similares que acabem com o puro sentimento dos angolanos de bem.
Estou, estamos, contigo José Gama. Eu e todos os angolanos que entendem que a democracia e o Estado de Direito chegarão um dia à nossa terra.
segunda-feira, maio 21, 2007
Alemanha, África e lusófonos
A ministra alemã, que falava na sessão de abertura do Fórum do Banco Mundial "Africa on the Rise" (África em Ascensão), que decorre em Berlim, lembrou que o continente africano teve nos últimos anos uma fase de crescimento económico sem precedentes, acrescentando que "este desenvolvimento positivo ainda não abrange sectores mais pobres da população em muitos países".
Para diminuir a pobreza em África, é necessário mais crescimento sustentado, "mas só isso não basta, sem democracia justiça social e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres não haverá progressos significativos no combate à pobreza", advertiu a ministra.
Wieczorek-Zeul assinalou ainda que o fomento das condições de vida das mulheres em África não é apenas uma questão dos direitos humanos é também um elemento fulcral para o crescimento económico.
"Muitos países africanos podiam reforçar consideravelmente a sua economia se promovessem a igualdade entre homens e mulheres", comentou Wieczorek-Zeul.
A ministra alemã exortou simultaneamente os empresários internacionais a aumentar os investimentos directos em África, que actualmente só perfazem 2 por cento do total dos investimentos mundiais.
Wieczorek-Zeul lembrou que o G-8, grupo dos sete países mais industrializados do mundo e da Rússia, apoia os estados reformistas africanos agrupados na Nova Parceria Africana para o Desenvolvimento (NEPAD), que inclui também Angola e Moçambique.
A NEPAD definiu os critérios necessários para que haja mais investimento sustentado em África: boa governação, infra-estruturas suficientes e combate à corrupção.
Wieczorek-Zeul lembrou ainda que o G-8 decidiu na Cimeira de Gleneagles (Escócia), há dois anos, duplicar, até 2010, a ajuda ao desenvolvimento a África, aumentando-a para mais de 36.750 milhões de euros.
No âmbito da União Europeia, os estados membros comprometeram-se também a aumentar a mesma ajuda para 0,51 por cento do respectivo Produto Interno Bruto até 2010.
Espera-se, entretanto, que a ajuda não seja direccionada para os milhões que têm pouco, ou nada, através dos poucos que têm milhões. Se assim for, teremos os mesmos poucos com mais milhões e mesmos muitos milhões ainda com menos.
Se bem que menos de nada…
domingo, maio 20, 2007
Como reles bordel o jornalismo aceita tudo
A coisa está brava? Não, não está. Estaria se falássemos de Jornais. Resta, contudo, a certeza de que é mais a parra do que a uva. Desde logo porque, ao contrário do que seria de esperar, os «macacos» não estão nos galhos certos. E quando assim acontece (e acontece muitas vezes), tanto jornalistas como todos os outros detentores procuram apenas sobrevalorizar as ideias de poder em detrimento do poder das ideias.
A convivência entre os diferentes poderes não tem sido fácil. O nosso Estado de Direito... democrático ainda é uma criança e, como tal, há muitos vícios, deformações e preconceitos herdados ou estimulados que a muitos dá jeito conservar.
É claro que o «quero, posso e mando» que hoje está instituídos por essas Redacções fora, não serve nenhuma das partes. Não serve mas é praticado, não serve mas é estimulado. Não serve mas vai servindo.
Mas esta discussão, que alimento como forma de salubridade mental, é uma forma de tapar o sol com uma peneira. Tenho a exacta noção que os Jornalistas são comidos à grande e à francesa com a conivência activa de muitos que tendo a Carteira Profissional de Jornalista, que trabalhando nas Redacções, não passam de néscios a quem foi dado o poder de um capataz.
O problema principal reside no facto de que (basta ver as Redacções), médicos, advogados, arquitectos, engenheiros, treinadores de futebol, amigos, filhos e amantes poderem ser jornalistas.
O jornalismo que vamos tendo, qual reles bordel, aceita tudo e todos. É um pouco semelhante à política. Assim sendo, Portugal pode honrar-se de ser um bom exemplo de como se confunde a obra prima do Mestre com a prima do mestre de obras.
E, de facto, aos jornalistas falta-lhe cada vez mais autoridade moral para contestar o que quer que seja. Se todos podem ser jornalistas, porque carga de água não podem os jornalistas ser deputados, assessores de políticos, publicitários etc.?
quinta-feira, maio 17, 2007
Diáspora angolana mostra o (muito) que vale
E, atenção, quando os angolanos no exterior dizem que há muitos a “desgovernar o nosso país, continuando com ideias baixas e a pensar que os angolanos da diáspora continuam sob cativeiro dos mesmos”, estão a criticar o regime no seu todo e não apenas uma das partes. Não apenas o MPLA. A actual UNITA também é culpada.
Fica claro que o regime está podre e que o rei vai nu. Mas tanto vai nu José Eduardo dos Santos, por inacção, como Isaías Samakuva por omissão e passividade.
O regime, suportado pelo MPLA e pela actual UNITA, vai começar a abrir as primeiras brechas. E não adianta a estes dois partidos trocarem acusações. Se Eduardo dos Santos comanda tudo o que pode, Isaías Samakuva pouco tem feito para se mostrar capaz de mudar o regime.
A minha amiga "Agostinha" de Ribeira de Pena
Tornamo-nos amigos, mau grado o pouco tempo que por lá estive. Apesar disso, creio que tentou dizer-me que a sua terra possui características únicas que são, ou deveriam ser, motivo de visita obrigatória para descobrir como o verde do Minho é surpreendente nos tons castanhos e cinzentos de Trás-os-Montes.
Obrigado, “Agostinha”!
domingo, maio 13, 2007
Neocolonialismo português soma pontos em Luanda
Tal como não aceito que se faça uma reportagem sobre Portugal mostrando apenas Lisboa, não me parece justo para os portugueses que vivem em Angola apresentá-los da forma como a TVI o fez.
Se aquilo são os portugueses em Angola, então os angolanos que se ponham seriamente a pau. Com amigos daqueles ninguém precisa de inimigos.
Explico. Os portugueses ouvidos pela TVI fizeram gala em dizer que estavam em Luanda porque ganhavam muito, mas muito, mais do que em Portugal; que tinham excelentes moradias e não sei quantos (cinco num dos casos) empregados domésticos. É o neocolonialismo na sua mais lídima expressão.
Tal como na época do outro colonialismo lusitano, os empregados domésticos apareciam a dizer que a senhora era como uma mãe. E enquanto os filhos desses portugueses (havia apenas uma excepção) frequentam a Escola Portuguesa, os dos angolanos estudam (os que estudam) na escola pública.
E então onde ficou o resto de Angola, o resto dos portugueses? Será que Angola é só Luanda? Será que só há portugueses em Luanda?
Não. De maneira alguma. Angola é muito mais, é sobretudo o que não está na capital nem no Roque Santeiro. É as terras do fim do mundo onde, como sempre, também vivem portugueses. Portugueses que são angolanos, ao contrário dos portugueses que a TVI mostrou e que só estão em Angola para sacar.
sábado, maio 12, 2007
Quanto não vale ser estrangeiro
- Hipocrisia ignorante do povo português
Muito bem.
Mas muito bem mesmo, acho que todos os esforços devem (têm de) ser feitos.
Apenas estou deveras abismado como nós portugueses somos capazes de nos mexer por uma causa.
Sobretudo se não for portuguesa.
É… eu lembro-me de ouvir falar num Rui Pedro, lembro-me de uma Joana…
Vocês não?
Foram duas das oito crianças portuguesas desaparecidas e nunca mais encontradas.
O Rui Pedro desapareceu há nove anos. A estar vivo, terá agora vinte.
A Joana foi há três e põe-se a possibilidade de ter sido morta por familiares.
Não me lembro (talvez por ter sido há muito mais do que nove dias) de nomes como João Teles ou Cláudia Sousa, mais dois nomes da contagem de desaparecidos permanentes da Polícia Judiciária. Os outros somam-se já 79.
É… também não me lembro do apoio incondicional que lhes prestámos.
Não prestámos???
Então se calhar é por isso.
Será que se damos apoio aos estrangeiros não deveríamos dá-lo ainda mais aos portugueses?
Ou sou eu o único a achar que por muito inocente que a Maddie seja, o é tanto como o Rui Pedro?
Jornalistas e fazedores de textos
ou o desastre da (nossa) língua
Respondendo às críticas de que os jornalistas são co-responsáveis pelo uso simples e redutor da Língua Portuguesa, Alfredo Maia (velho companheiro – camarada, prefere dizer - ) admite que os profissionais da comunicação social "optam por repetir as mesmas expressões", pressionados pelo ritmo frenético dos acontecimentos que os impedem de se esmerar na escrita.
O sindicalista defende os jornalistas. Está bem. Mas, como jornalista, o Alfredo Maia sabe que o “ritmo frenético dos acontecimentos” é apenas uma, entre muitas outras, desculpa. Não há pacatez que valha quando a competência é substituída pela subserviência, mesmo em textos bem escritos.
A "convicção" de que a maioria da população não possui "conhecimentos suficientes para descodificar" as prosas jornalísticas não deve ser impeditiva, de acordo com Alfredo Maia, para os jornalistas, enquanto promotores da Língua e da Cultura, transmitirem "progressivamente" termos que "não são habituais" à opinião pública.
Promotores de quê? Da língua e da cultura?
"Escrever um texto muito bem composto literariamente tornar-se-ia incompreensível para uma parte significativa" do público, insiste o Alfredo Maia esquecendo, digo eu, que há cada vez mais gente letrada e sobretudo receptiva a saber mais. O problema está em que muitos dos fazedores de textos (Jornalistas são outra coisa) são eles próprios literariamente analfabetos.
"Há excelentes jornalistas em Portugal que escrevem de maneira primorosa, com pertinência léxica e elegância sintáctica. Lê-los também é fundamental, não podemos passar sem eles", sublinha sem, contudo, dizer que muitos deles não têm onde escrever.
Por último, uma grande verdade. Há também jornalistas "com uma carência vocabular extraordinária e com um desconhecimento assustador da própria gramática da Língua", pelo que seriam necessárias "acções regulares de formação/reciclagem".
sexta-feira, maio 11, 2007
Como tudo é (agora) diferente em Timor-Leste
Quem afirmou: "Disse a Ramos-Horta que nós os dois trabalhamos juntos há muito tempo, mas por vezes não nos ouvimos um ao outro"?
Quem explicou: "Não gosto quando hoje dizem uma coisa e amanhã outra. Não dou valor e não aprecio este tipo de atitude"?
Quem assim falou foi Xanana Gusmão em Fevereiro de 2002.
Ise okufa, etombo livala
Terá valido a pena ser militar da UNITA? Terá sido para isto que o mais Velho tanto lutou? As perguntas são minhas embora julgue serem comuns a muitos desses soldados.
Terá sido para isto que tantas vezes, em Umbundu (mas não só) Jonas Savimbi dizia «ise okufa, etombo livala»? (em português, prefiro antes a morte, do que a escravatura).
Num cenário em que os poucos que têm milhões continuam a ter cada vez mais milhões e em que, no mesmo país, muitos milhões não têm sequer o que comer, não me custa a crer que a linguagem das armas volte a ser equacionada.
Mal por mal, antes a morte do que a escravatura. E se antes foi o tempo dos contratados e escravos ovimbundus ou bailundos irem para as roças do Norte, agora é o enxovalho de transportar pedras à cabeça para ter “peixe podre, fuba podre… e porrada se refilares”
«Sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!» Morreu o mais velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados, ou ser escravo na terra que ajudaram a, supostamente, libertar.
quinta-feira, maio 10, 2007
Timor-Leste vira quintal australiano
Actualmente os cerca de mil soldados que integram a Força Internacional de Estabilização, liderada pela Austrália, têm-se mantido no país à margem da Missão Integrada da ONU (UNMIT), que conta com cerca de 1.600 polícias provenientes de 20 países, entre os quais Portugal, através da GNR.
À margem da missão da ONU porquê? Porque quem manda são eles. Tão simples quanto isso.
O chefe da diplomacia australiana, Alexander Downer, já deixou claro que o seu país tenciona permanecer em Timor-Leste "pelo menos até às legislativas", marcadas para 30 de Junho.
Pelo menos. No entanto, a pedido de Ramos-Horta por lá vão ficar muitos e muitos anos.
O neocolonialismo de Camberra é fortemente criticado pelo partido maioritário, a FRETILIN, que acusa os militares australianos de condicionarem a política interna de Timor-Leste, a pedido de Ramos-Horta.
Nem mais. Mesmo assim, a comunidade internacional continua de cócoras.
O sinal mais claro das preferências australianas foi dado em Fevereiro passado, quando o parlamento timorense finalmente ratificou o acordo de exploração e partilha das receitas de dois dos maiores campos de hidrocarbonetos do Mar de Timor, Greater Sunrise e Bayu Undan, concretizando uma promessa desde logo enunciada por Ramos-Horta quando tomou posse como primeiro-ministro.
A resolução deste contencioso, que se arrastava desde 2004, foi possível a partir do momento que Mari Alkatiri deixou de ser primeiro-ministro. Ou seja, a partir do momento em que Camberra colocou a chefiar o Governo o seu homem de mão, o seu testa de ferro.
Considerado o país mais pobre da Ásia, Timor-Leste conseguiu, apesar de tudo, com a crise de 2006 desbaratar o capital acumulado desde 2002, quando se tornou a primeira nação do século XXI.
Assim, de ex-colónia de Portugal, Timor-Leste passa agora a quintal da Austrália.
Exposição “Unknown/Sem Título"
Até ao próximo dia 15, os interessados poderão visitar a exposição, das 10 horas às 12,30, das 14 às 17,30 horas e das 19 às 22 horas, na Casa da Cultura de Paranhos (Largo do Campo Lindo, 7 – Porto).
Creio tratar-se de um bom exemplo do que de válido se faz na Filipa de Vilhena. Lamento que numa sociedade onde se valoriza mais o rótulo do que o produto, a embalagem do que o conteúdo, este excelente trabalho colectivo não tenha merecido – pelo menos até agora – cobertura noticiosa por parte da Comunicação Social.
Lamento mas não me espanto. De há muito que entre um néscio bem cunhado e um génio desconhecido a Imprensa portuguesa, certamente reflexo da mediocridade reinante, prefere o néscio.
Seja como for, vale a pena ver a exposição. Vale sobretudo porque a alma destes alunos (bem como dos respectivos professores) é tão grande que em muito ultrapassa a pequenez dos que para contarem até 12 têm de se descalçar.
Austrália 1, Timorenses 0
- Ramos Horta presidente
A influência australiana sente-se desde o início da crise, em 2006, tendo sido o primeiro país a responder ao pedido das autoridades timorenses com o envio de uma força militar para ajudar a restabelecer a ordem pública.
Os cerca de mil soldados que integram a Força Internacional de Estabilização, liderada pela Austrália, têm-se mantido desde então no país à margem da Missão Integrada da ONU (UNMIT), que conta com cerca de 1.600 polícias provenientes de 20 países, entre os quais Portugal, através da GNR.
O chefe da diplomacia australiana, Alexander Downer, já deixou claro que o seu país tenciona permanecer em Timor-Leste "pelo menos até às legislativas", marcadas para 30 de Junho.
"Depois das eleições avaliaremos novamente a situação", disse Downer, citado pela emissora estatal ABC, salientando estar convicto de que haverá maior instabilidade quando se realizarem as legislativas.
O voluntarismo de Camberra é fortemente criticado pelo partido maioritário, a FRETILIN, que acusa os militares australianos de condicionarem a política interna de Timor-Leste, a pedido de Ramos-Horta.
O sinal mais claro das preferências australianas foi dado em Fevereiro passado, quando o parlamento timorense finalmente ratificou o acordo de exploração e partilha das receitas de dois dos maiores campos de hidrocarbonetos do Mar de Timor, Greater Sunrise e Bayu Undan, concretizando uma promessa desde logo enunciada por Ramos-Horta quando tomou posse como primeiro-ministro.
A resolução deste contencioso, que se arrastava desde 2004, foi possível a partir do momento que Mari Alkatiri deixou de ser primeiro-ministro.
Considerado o país mais pobre da Ásia, Timor-Leste conseguiu, apesar de tudo, com a crise de 2006 desbaratar o capital acumulado desde 2002, quando se tornou a primeira nação do século XXI.
In http://www.noticiaslusofonas.com
quarta-feira, maio 09, 2007
Em Timor-Leste o crime compensa…
Tiveram a conivência das Nações Unidas, que conscientes de tudo o que se passava, optaram pela passividade que lhes é habitual.
Timor-Leste terá um presidente da República medíocre, vaidoso, sem qualquer sentido de uma cultura de Estado democrático e sem princípios éticos.
Os vigaristas, intriguistas, mentirosos e pulhas venceram. Pobre povo de Timor-Leste.»
terça-feira, maio 08, 2007
África em nós
África é, aqui e agora, tema actual e muito presente. Em primeiro lugar, presente para os (poucos) africanos que cá vivem e contribuem para a nossa riqueza cultural e económica, num exemplo de integração que é ímpar na Europa; mas presente também para todos os portugueses que hoje fazem em África a sua vida – lá trabalham, lá têm os seus negócios e as suas famílias; e, por último, no espírito daqueles (muitos) que noutros tempos lá viveram, lá cresceram, de lá trouxeram muitas das suas memórias e parte do seu património.
Todos sentimos a África que há em cada um de nós, mas sabemos também que, ao nível político, o que tem vindo a ser feito em nada contribui para a nossa aproximação a África. O povo português – e cito Agostinho da Silva – “sendo de dispersão, só lhe faz mal haver Estado; espero que no futuro Portugal se solte desse entrave e seja simplesmente (e grandemente) uma Nação”. Pois se a Nação está com África, o Estado ignora África. Até hoje, as iniciativas de carácter oficial são incipientes. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é inexistente, para além dos afectos (e de alguns “tachos”, claro); à Fundação Portugal África não se lhe reconhece actividade relevante. E que papel Portugal poderia desempenhar no contexto internacional se estas instituições funcionassem… Se tirássemos vantagem de alguns dos nossos líderes políticos e militares que possuem um profundo conhecimento dos povos africanos; ou até se nos apoiássemos em líderes africanos de dimensão mundial e forte ligação a Portugal, como Joaquim Chissano.
O problema do abandono a África não é exclusivo de Portugal. As relações entre o Ocidente e África têm estado reféns de interesses económicos que se alimentam da miséria e do subdesenvolvimento. Não é por acaso que a esperança de vida média na África subsaariana diminuiu de forma assustadora nos últimos vinte anos, com países como o Botswana a diminuírem a esperança de vida de sessenta e cinco anos em 1988 para trinta e quatro em 2007! E não é seguramente por culpa dos povos africanos que os vinte países menos desenvolvidos do mundo – tal como são considerados pelas Nações Unidas – são todos, mas todos, do continente negro.
Os governos ocidentais não têm, na sua maioria, sabido lidar com África. Mas têm-no feito de forma sabiamente perversa as grandes empresas ocidentais, dos diamantes ao petróleo, dos produtos farmacêuticos à construção. Muita da designada cooperação económica é apenas e tão só uma nova forma de exploração, que se alicerça no conluio entre poderosas empresas europeias e os ditadores locais.
E, nesta perspectiva, a globalização, a tão endeusada globalização, assume o papel de branqueador de todos estes negócios. Esta capacidade que alguns ocidentais têm de circular em todo o mundo, usufruindo da sua tecnologia, dispondo dos recursos naturais de todo o planeta e utilizando os recursos humanos dos países mais pobres, a que chamamos globalização – chamava-se outrora colonialismo. Assim, como então havia colonizados e colonizadores, hoje há globalizados e globalizadores. Muito mais feroz do que o colonialismo político do século XX, surge o colonialismo económico que lhe sucedeu, a que alguns teimam chamar globalização. Tem menos resistências e nem sequer se socorre de governadores nomeados; apoia-se na conivência dos governantes locais corruptos.
A anunciada cimeira Europa África, que decorrerá ainda este ano em Portugal, irá abordar estes temas? Será uma cimeira de povos e nações e de reforço da democracias? Ou de Estados e grupos económicos coniventes com ditadores?
Nota: Artigo de Paulo Morais publicado hoje no Diário Económico
Ramos-Horta não nasceu para servir
- Os timorenses que se ponham a pau
Aliás, ainda hoje Ramos-Horta, participou (vestindo o fato de primeiro-ministro) na cerimónia de despedida de Xanana Gusmão do corpo diplomático acreditado em Timor-Leste.
Está, quer se queira ou não, tudo feito para Ramos-Horta vencer. Não vai, é claro, convencer. Mas essa é outra questão.
Ramos-Horta é o tipo de político que espera que o povo suba até ele em vez de, como se esperaria de alguém que quer assumir a liderança de um país onde milhares de pessoas acordam com fome e dormem com fome, ser ele a subir até ao povo.
Ramos-Horta garante que em caso de vitória nas presidenciais irá assumir com "humildade" e "com total determinação" as suas novas responsabilidades "procurando trabalhar com todos os partidos, incluindo a Fretilin".
Alguém acredita? Ramos-Horta conseguirá, no máximo da sua dedicação, trabalhar consigo próprio e de vez em quando com Xanana Gusmão se este for, como tudo indica, o futuro primeiro-ministro.
Quem escolhe são os timorenses. No entanto, para mim, uma coisa é certa: Ramos-Horta não nasceu para servir mas para ser servido. Cá estaremos para ver.
China viola embargo de armas ao Sudão
mas vai integrar força de paz em Darfur
Que importa que o conflito em Darfur tenha já mortos mais, bem mais, de 200 mil pessoas em quatro anos, e que a milícia Janjaweed seja a responsável fuga e morte de milhares e milhares e milhares de pessoas?
A China tem, e disso não abre mão, uma longa tradição de vender armas ao Sudão. No centro desta relação está (quem diria?) o petróleo. O Sudão tem grandes reservas e a China precisa do combustível para manter a expansão da sua economia.
Primeiro importador do petróleo sudanês, a China foi e será enquanto isso der jeito um dos principais aliados do presidente do Sudão, Omar al-Béchir, que se opõe ao destacamento de 20.000 Capacetes Azuis da ONU para Darfur.
A comunidade internacional exerce actualmente pressão sobre Bechir para que aceite sem tardar esta força e Londres e Washington ameaçaram mesmo Cartum com sanções caso a autorização não surja.
Sanções que, obviamente, serão subscritas pela Rússia e pela China ao mesmo tempo que, pela porta do cavalo, lá vão metendo toneladas de armamento.
segunda-feira, maio 07, 2007
Um, mais um, bom exemplo
desta vez em Ribeira de Pena
Este evento, bem como muitos outros que são regularmente levados a cabo em Ribeira de Pena, passou ao lado – mesmo considerando que juntou o que há de melhor a nível nacional em Goju-Ryu (o Sensei José Campos é não só o mais graduado do país como um dos mais graduados do Mundo) – da comunicação social portuguesa. E isto, por deformação profissional, é algo que me entristece.
Salvaguardando o gratificante exemplo do jornal “O Jogo”, que regularmente acompanha o karaté nacional, todos os outros (já para não falar das televisões) entendem que desporto é só, ou quase, futebol.
Dois dias permitiram-me ainda ver que não é só o karaté, por exemplo, que é enteado. Assisti a um actuação dos “Revoltados”, grupo de Rock que apresentou os seus originais e que, na minha opinião, se estivesse em Lisboa teria um grande futuro.
Como está no Portugal profundo… certamente continuarão revoltados.
Ribeira de Pena pertencendo a Trás-os-Montes e Alto Douro é uma das zonas fronteiriças ao Minho. possui características únicas que são (deveriam ser) motivo de visita obrigatória para descobrir como o verde do Minho é surpreendente nos tons castanhos e cinzentos de Trás-os-Montes.
Vales cavados por numerosos cursos de água e montanhas abruptas envolvendo-os, dão à paisagem um aspecto que alguns gostam de classificar de “Suíça Portuguesa”.
O seu património paisagístico e arquitectónico é notável, o ar (ainda) é puro e as suas águas límpidas. A gastronomia e os vinhos são produtos de excelência. Reviver Camilo Castelo Branco, a casa onde viveu, a igreja onde casou, os lugares por onde andou é um, dos muitos, motivos para visitar Ribeira de Pena.
Legenda: IV Estágio de karaté: À direita, Sensei José Campos (7º Dan Goju-Ryu). À esquerda, o quarto é o Sensei Alberto Santos, 3º Dan.
sexta-feira, maio 04, 2007
Picada de marimbondo. Ernesto Lara Filho sempre
Ernesto Lara Filho nasceu em Benguela em 1922. Foi (veio) para Portugal a fim de continuar os seus estudos, concluindo o curso de regente agrícola, na Escola Nacional de Coimbra. Percorreu alguns países da Europa, ganhando a vida, por vezes, como empregado de restaurante. Considerado o primeiro grande cronista de Angola. Morreu em 1977, 17 anos após sua irmã, a poetisa Alda Lara.
Picada de marimbondo
perto do muro de adobe
vi surgir um marimbondo
cazuza!
Vinha zunindo
quinta-feira, maio 03, 2007
UNITA preocupada com "perseguição a jornalistas"
Em comunicado divulgado a propósito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se assinala, o Comité Permanente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), fundado por Jonas Savimbi, defende a revisão da actual Lei de Imprensa em Angola.
Os dirigentes da UNITA entendem que na referida Lei de Imprensa existem "cláusulas que dificultam a liberdade de expressão".
"A perseguição aos jornalistas que procuram abordar os factos de forma isenta" e "as detenções de jornalistas em Cabinda" são dois dos exemplos "da ausência de liberdade de imprensa em Angola", refere a UNITA.
O segundo maior partido angolano, com 70 deputados na Assembleia Nacional, acusa ainda a imprensa estatal de não divulgar "as actividades dos partidos da oposição e das organizações da sociedade civil".
O comité permanente do maior partido da oposição angolana chama ainda a atenção para "a situação a que estão submetidos alguns jornalistas da Comunicação Social do Estado, a falta de apoio à imprensa privada e as péssimas condições laborais e sociais dos profissionais da comunicação social".
A (des)propósito do Dia Mundial
da (falta) de Liberdade de Imprensa
Bill Kovach diz que o jornalismo deve manter-se leal, acima de tudo, aos cidadãos. Qualquer semelhança com a realidade portuguesa é mera coincidência.
Bill Kovach diz que a essência do Jornalismo assenta numa disciplina de verificação. Qualquer semelhança com a realidade portuguesa é mera coincidência.
Bill Kovach salienta que aqueles que o exercem devem manter a sua independência em relação às pessoas que cobrem. Qualquer semelhança com a realidade portuguesa é mera coincidência.
Bill Kovach considera que o Jornalismo deve servir como um controlo independente do poder. Qualquer semelhança com a realidade portuguesa é mera coincidência.
Bill Kovach acrescenta que o Jornalismo deve servir de fórum para a crítica e compromisso públicos. Qualquer semelhança com a realidade portuguesa é mera coincidência.
Bill Kovach diz que o Jornalismo deve lutar para tornar relevante e interessante aquilo que é significativo. Qualquer semelhança com a realidade portuguesa é mera coincidência.
Bill Kovach corrobora que o Jornalismo deve garantir notícias abrangentes e proporcionadas e que aqueles que o exercem devem ser livres de seguir a sua própria consciência. Qualquer semelhança com a realidade portuguesa é mera coincidência.
quarta-feira, maio 02, 2007
Liberdade de Imprensa na Lusofonia
- O que (re)afirma a Freedom House
Portugal compartilha o 12.º lugar com o Liechenstein e Palau (Micronésia), ficando acima de países como a Alemanha, Irlanda e Estados Unidos que compartilham o 16.º lugar.
A avaliação é feita com base no "ambiente jurídico em que os média operam, as influências políticas na actividade jornalística e acesso a informação e pressões económicas sobre o conteúdo e disseminação de notícias".
Cabo Verde e São Tomé são por seu turno dois dos apenas oito países africanos onde segundo a organização existe liberdade de imprensa. à escala mundial os dois países estão colocados em 61.º lugar.
No ano passado Cabo Verde foi colocado entre os países de liberdade "parcial" de imprensa e a organização afirma que a sua subida nos "rankings" se deve "à continua consolidação das tendências democráticas que levaram a uma maior abertura no ambiente em que os média operam e numa diminuição dos casos de intimidação legal e de ataques a jornalistas".
Moçambique (87.º lugar), Timor-Leste (90.º), Brasil (90.º) Guiné-Bissau (102.º) são considerados países onde existe a liberdade "parcial" de imprensa enquanto Angola (135) é considerado um pais onde não existe essa liberdade.
O relatório afirma que "apesar de garantias constitucionais, a liberdade de imprensa é restrita em Angola".
O documento descreve como uma "melhoria" uma nova lei de imprensa aprovada no ano passado mas diz que esta contém ainda "várias normas restritivas".
"Apesar de o Governo na generalidade tolerar críticas dos média privados, entidades governamentais muitas vezes pressionam os media independentes a cobrir o Governo a uma luz mais favorável", diz o documento, acrescentando que "detenções arbitrárias, intimidação e ataques contra jornalistas continuam a ocorrer".
terça-feira, maio 01, 2007
Liberdade de Imprensa em Angola?
- Cuidado, muito cuidado, com a ressaca
Chamar para a liberdade de informação, no caso de Angola, os órgãos públicos é o mesmo que chamar para a selecção de futebol um paralítico. Ou seja, este pode saber tudo sobre futebol… mas não pode jogar.
Apesar do desenvolvimento do sector, Paulo Mateta considera que falta melhorar em termos de criatividade, buscando aqueles assuntos que mais preocupam a comunidade, tarefa condicionada pelo difícil acesso às fontes de informação.
Ou seja, traduzindo a tese de Paulo Mateta, não é possível dar voz a quem a não tem. E se é assim, a liberdade de informação é uma treta.
"É preciso dizer que há uma obrigação do Estado em prestar informação ao cidadão, logo sendo a informação um direito impõe-se que os vários poderes prestem os dados necessários para a formação da opinião pública e devidos esclarecimentos", frisou o jornalista, acrescentando que esses são os pressupostos para uma informação verdadeira, rigorosa e isenta.
Não são os únicos pressupostos. Aliás, na maioria dos casos, até nem são pressupostos. Se os Jornalistas estão à espera que o Estado/Governo lhes dê a informação correcta, nem podem esperar sentados. O Estado só diz o que quer, quando quer e como quer. Em Angola como em qualquer outro país.
Para Mateta, a abordagem transparente das questões sociais é uma forma de prestar um serviço público de qualidade e de dar credibilidade aos órgãos. Isto é verdade. Basta, para atingir tal desiderato, que os Jornalistas entendam que se não vivem para servir, não servem para viver.
Tudo verdade. O diagnóstico é o correcto. Falta é saber se a medicação existe. Ou seja, os antibióticos curam e devem ser tomados depois das refeições. O problema está em que para os tomar os doentes devem primeiro ter direito às refeições.
Falso. Ou, pelo menos, parcialmente falso. O facto de não haver queixas pouco significa. Ou seja, quem garante que os Jornalistas ou os media mais verdadeiros não foram “comprados”? É que o Poder (seja ele qual for, seja do MPLA, da UNITA ou outro) também aprende a não caçar onças com pau curto.