
Ei-lo que volta a malhar à esquerda e à direita, nos que vivem nos vãos de escada ou nos que não sabem a diferença entre Salazar e os democratas.
As críticas de Augusto Santos Silva à oposição, que considerou que "sucumbe à demagogia" na actual conjuntura, foram feitas no final do segundo dia de Jornadas Parlamentares do PS em Guimarães.
Demagogia que, como todos sabem, é uma característica atávica de todos os portugueses de segunda, ou seja, de todos aqueles que não são do PS.
"A direita falha em critérios essenciais na resposta à actual crise, começando logo por falhar no requisito da iniciativa", sustentou, depois de considerar que PSD e CDS-PP também não assumem uma defesa do princípio da "equidade social" ao proporem baixas generalizadas de impostos.
Brilhante. Melhor do que Augusto Santos Silva como catedrático do anedotário português só mesmo... José Sócrates.
Já em relação ao PCP e Bloco de Esquerda, forças políticas que disse pertencerem "à esquerda extremista", o ministro dos Assuntos Parlamentares disse que "propõem o regresso ao paradigma colectivista".
"Estão cegos por preconceitos ideológicos que os impediram de perceber o quanto foi essencial estabilizar o sistema financeiro para responder à crise", atacou.
Ora aí está. Bons só mesmo os socialistas. Todos os outros são uma escumalha que não merece sequer ser considerada como portuguesa.
"O PS é portador de uma liderança e de uma plataforma política para mobilizar o conjunto da sociedade", sustentou o ministro.
Sustentou e bem, e isto já para não falar da sua própria sustentação e luta para manter o tacho. Creio, contudo, que os tais portugueses de segunda já perceberam que este PS não é uma solução para o problema. É, isso sim, um problema para a solução.
Não sei, contudo, se não irão optar por procurarem ser portugueses de primeira. E para isso, pelos vistos, é condição “sine qua non” ser do PS.