terça-feira, março 24, 2009

Telecinco ainda acredita, ao que parece,
que Portugal seja um Estado de Direito!

A Telecinco (Portugal) anunciou hoje que vai avançar com um pedido de providência cautelar para anular a decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) de excluir a candidatura da empresa ao concurso do quinto canal de televisão generalista.

O porta-voz da empresa, Carlos Pinto Coelho, adiantou que a empresa está a ponderar avançar com uma queixa em tribunal contra a ERC, com um pedido de indemnização por todos os prejuízos já causados. A Telecinco tenciona ainda pedir a responsabilização civil dos três elementos da ERC que chumbaram a candidatura por desrespeito da lei.

Pinto Coelho disse também que a Telecinco não admite a ideia de haver um novo concurso: “Não queremos repetir o mesmo processo, acreditámos na bondade do convite e há um encaixe de capital que ronda um milhão de euros.”

O porta-voz do projecto Telecinco, que inclui Emídio Rangel, afirmou também que hoje à noite os documentos entregues pela equipa à entidade reguladora vão ficar disponíveis na Internet (http://www.telecinco.pt/).

“Não temos nada a esconder”, reforçou. Mas questionado sobre os financiadores que estariam por trás deste projecto, Pinto Coelho escusou-se a identificá-los: “Agora que estamos numa transitória onda má, os perdedores somos nós e não era justo pedirmos aos nossos companheiros, que têm um capital confortável, para estarem aqui a dar a cara”, reagiu.

A Telecinco foi excluída da corrida ao quinto canal, porque o conselho regulador da ERC decidiu (vamos acreditar que sim!) que as explicações avançadas pela concorrente eram insuficientes para considerar que o plano económico-financeiro em cima da mesa teria viabilidade.

Estou como diz o Carlos Narciso, a ERC (senhora da fotogenia de alguns dos seus membros e do eruditismo do seu presidente) “queria contabilidade organizada, estudos de mercado, e a Telecinco deu-lhes com uma televisão arrojada, moderna, recheada de bons profissionais, portanto uma televisão rica como já não há em Portugal”.

Aliás, “uma televisão arrojada, moderna, recheada de bons profissionais”, só poderia sair vencedora se por acaso Portugal fosse de facto um Estado de Direito. Como não é, e como ter bons profissionais é meio caminho andado para pôr os portugueses a pensar com a cabeça e não com a barriga, a ERC comportou-se ao nível (embora rasteiro) do que dela se esperava.

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