terça-feira, março 31, 2009

Árabes (quase) todos unidos contra
o “terrorismo” que o TPI representa

A 21ª cimeira árabe, que decorreu em Doha, rejeitou o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o presidente sudanês, Omar el-Bechir, segundo a Declaração final lida pelo secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa.

É assim mesmo. Crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Darfur? Mais de 300 mil mortos? Nada disso. É tudo, como disse Muammar Kadhafi, presidente em exercício da União Africana (UA) e amigo de José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, obra de “uma nova forma de terrorismo mundial” que dá pelo nome de TPI.

"Sublinhamos a nossa solidariedade com o Sudão e a nossa rejeição das decisões do TPI contra o presidente Bechir e apoiamos a unidade do Sudão", afirma o texto da Liga Árabe.

Dirigindo-se aos seus pares, Bechir saudou "o apoio ao Sudão e a recusa das decisões injustas" do TPI.

"Prometo-vos tudo fazer para conseguir a estabilidade e a paz em todo o território sudanês", acrescentou o presidente, certamente convicto que em Darfur ainda há mais uns milhares à espera de serem mortos.

O TPI emitiu a 4 de Março um mandado de detenção contra Bechir por crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Darfur, uma região do Sudão a braços com uma guerra civil desde 2003.

A cimeira foi boicotada pelo presidente egípcio, Hosni Moubarak, tornando assim improvável qualquer "reconciliação interárabe", outro tema desta cimeira. Além de Mubarak, estiveram ausentes os chefes de Estado da Argélia, Iraque, Marrocos e Omã.

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