quarta-feira, março 25, 2009

Vãos de escada, latrinas e similares

Santos Silva, o ministro da propaganda do Governo português, sustentou hoje no Parlamento que os termos do concurso para uma licença para um canal de televisão em sinal aberto eram exigentes e que por isso, deduzo, “não se pode entregar a projectos de vão de escada”.

E como a seguir ao primeiro-ministro, José Sócrates, é Santos Silva quem tem a maior parcela da verdade, estou em crer que terá razão e conhecimento de causa quando fala de “projectos de vão de escada”.

Razão porque, convenhamos, o PS de José Sócrates tem sempre razão. É um dado adquirido e que, no mundo, só tem analogia no Sudão, no Zimbabué e, talvez, no Burkina Faso.

Quanto aos “projectos de vão de escada”, volta a ter razão, por muito que isso custe aos portugueses de segunda (todos os que não são deste PS). Aliás, só um partido de vão de escada, com alguns políticos gerados em putrefactas latrinas, poderia permitir este estado de coisas. Este e muitos outros.

Mas, bem vistas as coisas, de vão de escada parece ser cada vez mais o próprio país. Em Portugal, mais hoje do que ontem é certo, só funciona a subserviência e as ideias de poder. A competência e o poder das ideias não cabem nas ideias de vão de escada deste governo.

Portugal continua a promover todos aqueles que estão sempre de acordo, todos aqueles que para contar até 12 têm de se descalçar, todos aqueles que entopem o serviço nacional de saúde para conseguirem uma coluna vertebral amovível.

Os incompetentes proliferam por todos os lados, a começar no vão das escadas do PS. Mesmo que descobertos nas mais vis latrinas das cunhas e das filiações partidárias (entre outros antros), são guindados para o topo das hierarquias de modo a que, com toda a lata, demitam ou ajudem a demitir os que sabem mais, os que fazem melhor, os competentes.

(Quase) tudo está cheio de gentalha capaz de tudo para cumprir o que o chefe manda, capaz de tudo para manter o tachito. E é desses que o Governo gosta. Esses até são capazes de dar o cu e dois tostões para que não lhes tirem o tachito, nem que seja num vão de escada.

Mas, convenhamos, não é com esses que Portugal sairá da cepa torta. Falta é saber se o país quer dela sair. Se não quer, então é só aguardar que um dia deste o ministro Santos Silva apareça na televisão a dizer que na altura em que estava quase a saber viver sem comer... Portugal morreu.

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