«Percebo muito bem as motivações do ministro que me exonerou (ora aqui está um belo termo para despedimento!) mas lamento a frieza, a desumanidade e a incompreensão reveladas por ele e por muitos dos jornalistas que trataram este caso», escreve Carlos Narciso a propósito da guia de marcha que, tendo no âmago o caso UnI/José Sócrates, lhe foi entregue pelo ministro Augusto Santos Silva.
Ao que me parece, os governos têm para muitos jornalistas um fatal poder de atracção. Carlos Narciso, por razões certamente respeitáveis, passou para esse lado da barricada e foi a primeira vítima de um governo que, pelo menos até agora, se julgou o único dono da verdade.
O que aconteceu ao Carlos Narciso é o que acontecerá a todos aqueles que ousem pôr o poder das ideias acima das ideias de poder. Ou, dito de outra forma, saibam contar até 12 sem terem de se descalçar.
Numa entrevista dada do Notícias Lusófonas, em 16 de Fevereiro de 2006, sob o título “Sinergias de grupos põem jornalistas no desemprego”, Carlos Narciso dizia que em algumas situações “os jornalistas têm-se demitido do exercício da profissão para passarem a “assessores” encapotados de interesses vários”, acrescentando que “a necessidade de vencer tem ajudado a aliviar a má consciência de alguns jornalistas”.
E é, quanto a mim, nesses “interesses vários” e na “má consciência” que o Carlos Narciso terá de encontrar, se é que já não encontrou, explicação para a exoneração que lhe bateu à porta.
”Cometi o erro de ter sido sensível ao pedido de ajuda de um professor. De uma pessoa por quem tinha estima e que, afinal, se revelou um homenzinho fraco. Cometi o erro de ter tentado ajudar a amenizar as convulsões que se abateram sobre a Universidade Independente, com a agravante de não ter conseguido manter a frieza perante um problema que me afectava pessoalmente”, explica Carlos Narciso.
Mas, se apesar das explicações, o ministro optou pela exoneração, para mim é igualmente certo que também ele é um homenzinho fraco, mau grado a sua brilhante dialéctica e sublime forma de confundir a beira de estrada com a Estradada beira.
Na referida entrevista, Carlos Narciso afirmou que “o acesso à profissão (jornalista) continua no livre arbítrio proporcionado pelos laços familiares, pelas amizades, conhecimentos pessoais e não por questões técnicoprofissionais relacionadas com a formação e a aprendizagem.”
Pois é, meu caro. Como sentiste na pele, também o “acesso à profissão (aqui de político) continua no livre arbítrio proporcionado pelos laços familiares, pelas amizades, conhecimentos pessoais e não por questões técnicoprofissionais relacionadas com a formação e a aprendizagem”.
Ao que me parece, os governos têm para muitos jornalistas um fatal poder de atracção. Carlos Narciso, por razões certamente respeitáveis, passou para esse lado da barricada e foi a primeira vítima de um governo que, pelo menos até agora, se julgou o único dono da verdade.
O que aconteceu ao Carlos Narciso é o que acontecerá a todos aqueles que ousem pôr o poder das ideias acima das ideias de poder. Ou, dito de outra forma, saibam contar até 12 sem terem de se descalçar.
Numa entrevista dada do Notícias Lusófonas, em 16 de Fevereiro de 2006, sob o título “Sinergias de grupos põem jornalistas no desemprego”, Carlos Narciso dizia que em algumas situações “os jornalistas têm-se demitido do exercício da profissão para passarem a “assessores” encapotados de interesses vários”, acrescentando que “a necessidade de vencer tem ajudado a aliviar a má consciência de alguns jornalistas”.
E é, quanto a mim, nesses “interesses vários” e na “má consciência” que o Carlos Narciso terá de encontrar, se é que já não encontrou, explicação para a exoneração que lhe bateu à porta.
”Cometi o erro de ter sido sensível ao pedido de ajuda de um professor. De uma pessoa por quem tinha estima e que, afinal, se revelou um homenzinho fraco. Cometi o erro de ter tentado ajudar a amenizar as convulsões que se abateram sobre a Universidade Independente, com a agravante de não ter conseguido manter a frieza perante um problema que me afectava pessoalmente”, explica Carlos Narciso.
Mas, se apesar das explicações, o ministro optou pela exoneração, para mim é igualmente certo que também ele é um homenzinho fraco, mau grado a sua brilhante dialéctica e sublime forma de confundir a beira de estrada com a Estradada beira.
Na referida entrevista, Carlos Narciso afirmou que “o acesso à profissão (jornalista) continua no livre arbítrio proporcionado pelos laços familiares, pelas amizades, conhecimentos pessoais e não por questões técnicoprofissionais relacionadas com a formação e a aprendizagem.”
Pois é, meu caro. Como sentiste na pele, também o “acesso à profissão (aqui de político) continua no livre arbítrio proporcionado pelos laços familiares, pelas amizades, conhecimentos pessoais e não por questões técnicoprofissionais relacionadas com a formação e a aprendizagem”.
1 comentário:
Caro Orlando,
Como sabes, quando dei a entrevista que referes, já era assessor do Ministro dos Assuntos Parlamentares. Se queres saber como lá fui parar, digo-te que foi por necessidade absoluta de dar de comer aos meus dois filhos. Estava desempregado, tinha acabado de ser despedido da Impala absolutamente sem qualquer justa causa ou motivo profissional. Assim, podes imaginar que aquilo que afirmei nessa entrevista que citas, agora, causou alguns esgares no gabinete do Ministro. Chegaram-me a dizer que o papel de um assessor não era dar entrevistas, como se um assessor fosse alguém que perdesse os seus direitos de cidadania. Enfim, a vida não em sido fácil. Às vezes apetece-me desitir, mas esta espinha dorsal teima em não vergar.
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