A decisão da Justiça francesa de pedir julgamento dos envolvidos no caso "Angolagate", sobre a venda ilícita de armas ao governo de Angola (MPLA) entre 1993 a 2000, foi alvo de dura reacção por parte do diário oficial do MPLA/governo que, como todas as boas vozes do dono, acusa a França de "desprezar os amigos africanos". De facto, os amigos não devem ser acusados, mesmo quando para combater uma guerrilha que actua no interior do país se compram navios de guerra.
Em artigo de página inteira, o director do Jornal de Angola, José Ribeiro, afirma o que dele esperava o MPLA, ou seja, que "as relações franco-angolanas voltaram a sofrer um novo golpe" com a acusação formal da Procuradoria de Paris, em 28 de Março, contra 42 pessoas envolvidas no "Angolagate".
O jornalista oficial do diário oficial considera que é possível concluir que "o Estado angolano protege os amigos franceses", enquanto "o Estado francês despreza seus servidores e amigos africanos".
O jornalista oficial do diário oficial considera que é possível concluir que "o Estado angolano protege os amigos franceses", enquanto "o Estado francês despreza seus servidores e amigos africanos".
É uma conclusão verdadeira. Andaram milhões de angolanos a passar fome, como ainda hoje passam, para que o regime ditatorial do MPLA comprasse armas aos franceses, ou via franceses, ou com a conivência dos franceses, para agora serem esquecidos por Paris?
Isso não se faz, como diz o jornalista oficial do diário oficial de Angola, a ninguém, muito menos aos “servidores e amigos africanos”.
Estabelecendo uma relação temporal entre a decisão da Procuradoria de Paris e o facto de o presidente francês, Jacques Chirac, estar em término de mandato, José Ribeiro afirma que "possivelmente tenha de se esperar pelo resultado da eleição para saber se o próximo líder francês saberá fazer o que Chirac não fez no relacionamento entre França e Angola".
Isto do saber fazer quer dizer, se bem interpreto o jornalista oficial do diário oficial de Angola, deixar tudo em águas de bacalhau ou, talvez, dar uma medalha de honra, mérito e por aí fora ao regime que então, como agora, continua a estar-se mas tintas para os milhões de angolanos que nada têm.
O motivo, segundo o director do Jornal de Angola, é que "a decisão da Procuradoria de Paris de acusar 42 personalidades" irá forçar a permanência do actual status "nas relações franco-angolanas", que seguirão "muito frias". Olhem que o jornalista oficial do diário oficial de Angola sabe o que diz. Ou melhor, sabe bem reproduzir o que lhe mandam dizer.
Entre os 42 acusados estão Jean-Christophe Miterrand, filho do ex-presidente francês François Miterrand, e os empresários Pierre Falcone e Arcady Gaydamak, ambos com passaporte angolano. E, é claro, não faz o mínimo sentido acusar gente que tem passaporte angolano. Ainda se fossem dos que vendiam armas à UNITA, ainda se aceitaria. Agora aos que as venderam ao MPLA/FAPLA/FAA? Francamente.
Os suspeitos, acusa a Procuradoria, teriam recebido "luvas" do empresário Pierre Falcone para facilitar o tráfico de armas da Leste Europeu para uma parte de Angola. Sim. Não se fala de venda de armas para Angola. Em rigor deve falar-se, neste caso, de armamento para o governo de Luanda, para o governo de Eduardo dos Santos, para o governo do jornalista oficial do diário oficial de Angola.
4 comentários:
Ainda estão a falar disso? Há gente sempre pronta para arranjar "makas", com razão ou sem ela. Em Portugal diz-se que "p'ra trás mija a burra!". Será deselegante, mas aplica-se ao caso. O futuro é p'rá frente e em frente, sem que desapareça a preocupação de evitar erros do passado. Acreditemos em que "hora a hora, Deus melhora!
Por que razão a TAAG possui uns escritórios milionários em Bruxelas (perto da Grand'Place) quando a TAAG nem sequer voa para Bruxelas ? Só porque um belga (ou talvez vários...) se apoderou(apoderaram) da TAAG. Belgas e ladrões? É SEMPRE possível!
tem-se trabalhado muito em prol da ordem publica no nosso pais, tanto que se bem me lembro por incrivel que pareça, os individuos que jogaram fogo nas maquinas que prestavam serviço publico numa das zonas perifericas da cidade, mesmo terem praticado tal acto inesperado no calar da noite, os mesmos foram detidos, o jovem que suposto ter robado a joia do cantor norte americano este tambem foi detido, agora nao sei se é ironia do destino nunca foi encontrado o responssavel pela morte do senhor Nfulupinga Lando Victor. obrigado
Realmente! Esses nossos governantes só nos causam desgostos... Com tantos problemas que têm para resolver, preocupam -se logo com armas?
Mas então já não estamos em " paz"? Porquê é que querem acender mais a fogueira que esta a se apagar? Por favor "senhores" respeitem o povo.
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