terça-feira, julho 17, 2007

A troco de um pratito de lentilhas
ponham-se os jornalistas na Ordem

Há MIL e uma razões para os Jornalistas (e similares) não andarem satisfeitos. Em vez de sermos a solução para o problema, estamos a ser o problema para a solução. Agora, à falta de melhor (imagino o grau de satisfação do ministro Augusto Santos Silva) resolvemos estar uns contra outros, Sindicato contra a (eventual) Ordem, (eventual) Ordem contra o Sindicato. E como completos imbecis e criminosos, escondemo-nos atrás do novo Estatuto do Jornalista para que ninguém repare que, afinal, muitos de nós (sejam adeptos do Sindicato ou da Ordem) temos de nos descalçar se alguém nos mandar contar até 12.

A classe jornalística, já sobejamente dividida, sofreu mais um golpe. De um lado os adeptos da Ordem, no caso subscritores do Movimento Informação é Liberdade (MIL), do outro os apologistas do Sindicato. É claro que, como em tudo, há quem esteja dos dois lados. Nada como jogar pelo seguro.

Por outras palavras, de um lado estarão os auto-denominados “pesos pesados” (Ordem-MIL) e do outro os índios (Sindicato). Como também convém à estratégia das partes, em qualquer dos lados há dos dois tipos de jornalistas.

Creio que pelo facto de ter entre os seus subscritores alguns directores de órgãos de comunicação social, o movimento pró-Ordem (ou MIL) tem a seu favor a total cobertura da Imprensa portuguesa, ao contrário do Sindicato que – goste-se ou não – tem liderado esta luta. Esta e muitas outras.

O Mil (ou movimento pró-Ordem) conseguiu 700 (setecentas) assinaturas e o facto foi destacado, bem destacado, em tudo quanto é sítio. Sobre o mesmo assunto, o Sindicato conseguiu mais de 3000 (três mil) e não teve espaço similar, antes pelo contrário. Muito antes pelo contrário.

Bem dizem as regras basilares da manipulação das massas, uma obra certamente cara ao Governo português: a troco de um prato de lentilhas os capatazes fazem tudo o que se quer, mesmo quando dizem que estão contra.

Ámen.

1 comentário:

Anónimo disse...

Companheiro, camarada. amigo de luta

Deixa só fazer uma pequena adendaa uma informação que eu próprio te dei: foram, sim senhor, 3000 assinaturas, num processo, todo ele, "on line", discreto e sem as parangonas (entre aspas) a que agora assistimos.
Um abraço,

Paulo F. Silva