“Não acha que, ao entregar ao Presidente da República um documento assinado por mais de 700 jornalistas, o MIL – Movimento Informação é Liberdade revela que tem amplitude para nele colher todos os jornalistas e não só altos responsáveis das hierarquias dos diferentes media?”, pergunta-me um leitor deste espaço que se identifica como Albano Lima.
Claro que tem amplitude para isso e, digo eu, para muito mais. Respeito e até compreendo todos aqueles que dizem querer defender a classe. Até compreendo todos aqueles jornalistas que saltaram das Redacções para se tornarem criados de luxo (assessores) do poder vigente e que, acabada a mama, regressaram às Redacções para importantes cargos de chefia ou direcção.
Deixe-me, caro Albano Lima, contar-lhe um episódio que se calhar justifica algumas, ou talvez muitas, das presenças nessa lista do movimento pró-Ordem dos Jornalistas.
Em Angola, um Chefe de Posto (autoridade colonial nos pontos mais recônditos do território) chamou um sipaio e disse-lhe para arranjar alguns voluntários para fazer umas obras na localidade.
Horas depois o sipaio chegou e disse ao Chefe de Posto:
“- Estão lá fora os voluntários… devidamente amarrados”.
Quero com isto dizer, permitam-me que seja explícito, que muitos dos súbditos de sua majestade o poder estão sempre, estarão sempre, onde estiver o capataz. E se este achou por bem assinar o manifesto… o melhor é fazer o mesmo.
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