sábado, fevereiro 10, 2007

Vejo cada vez mais capatazes na primeira fila

A propósito de qualquer coisa, ou de uma coisa qualquer, olho o horizonte limitado que me rodeia e tenho, obrigatoriamente, de concluir que na primeira fila do teatro da vida está a estupidez, colectiva ou individual. E está na primeira fila, na ribalta, porque quer ser vista. A inteligência, essa está lá atrás porque – modesta como sempre – apenas quer ver.

Um amigo, dos que está cá atrás, diz-me que um dos que está lá na primeira fila pediu para sair. Dito de outra forma, pôs o lugar à disposição. Ao justificar que essa atitude é bem nobre, o meu amigo teve de mudar de lugar e ir bem mais lá para a frente. É que, quer se queira ou não, só pede para sair quem afinal quer ficar.

No entanto, ao questionar a alusão à mudança de lugar, o meu amigo mostrou que é dos que pode e deve ficar cá atrás. Se entre a ignorância e a sabedoria só vai o tempo de chegar a resposta, só alguém inteligente é capaz de esperar pela chegada da resposta. Os que sabem tudo, esses estão na primeira fila…

Cá atrás estão igualmente os que entendem que se um jornalista não procura saber o que se passa no cerne dos problemas é, com certeza, um imbecil. Ainda mais atrás estão os que consideram que se o jornalista consegue saber o que se passa mas, eventualmente, se cala é um criminoso.

… vejo cada vez mais capatazes na primeira fila.

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