terça-feira, julho 31, 2007

Resposta a Evy Eden Martins Prola

A propósito do texto anterior ("Conferência no Porto sobre as eleições em Angola - 200 angolanos de primeira e alguns de segunda ") recebi um comentário de Evy Eden Martins Prola (integralmente reproduzido no local próprio) sobre o qual faço as seguintes reflexões.

“Não pense em angolanos de 1ª ou de 2ª. Pois ao fazer este exercício mental, está a reanimar memórias... brancos de 1ª e de 2ª...lembra...!”, diz – com toda a razão - Evy Eden Martins Prola. E tem razão, mau grado eu continuar a ser tratado pelos portugueses como angolano e pelos angolanos como português…

"Discordo de si quanto ao número de pessoas de raça branca presentes. Contou todos/as da Figueira da Foz, Leiria, Coimbra, Porto, Lisboa, Braga, Algarve, Minho e outros?!”

Eu saí antes, mas estive na Faculdade de Economia do Porto das 16 às 17,30 horas. Se calhar estavam, ao contrário do que afirmei, mais de meias dúzia de brancos. Como talvez estivessem mais (ou talvez menos) de 200 participantes. Continuo, “revisto” o filme a não ver mais de meia dúzia. Da mesma opinião é o cidadão que me acompanhou ao evento.

"Novamente discordo de si. Se lhe deram a resposta que diz ter recebido, devia ter procurado reclamar com os/as responsáveis máximos/as do evento. Não se pode PRESUMIR e julgar todos por um/a”.

Evy Eden Martins Prola, pode e deve se assim o entender discordar do que escrevo. Não pode nem deve é dizer “se lhe deram”. Este “se” está a mais e é ofensivo. Acresce que eu não julgo a floresta pela árvore. Não posso, contudo, deixar de alertar para a existência de uma, ou várias, árvores que estão doentes e que podem contagiar outras. Eu sei que a organização, bem como a esmagadora maioria dos presentes, não daria aquela resposta. Mas o certo é que no seu seio existe quem a tenha dado.

"Garanto-lhe que todas as pessoas de raça branca próximas de mim, pela disposição na ocupação dos lugares nas cadeiras, e outras que meu olhar alcançava, receberam convites para se manifestar através de perguntas escritas, os tais papéis que reclama não ter recebido!”, diz Evy Eden Martins Prola.

Ainda bem. Ainda bem que eu e o outro amigo que me acompanhava (também branco) fomos uma excepção. Excepção porque não tivemos direito aos papéis. Excepção porque recebemos uma explicação incorrecta. Digamos que a excepção confirmou a (boa) regra. Creio, porém, que era dispensável esta excepção…

Agradeço a Evy Eden Martins Prola a correcção quanto à cônsul em Lisboa cujo nome que referi ainda consta como tal no site da Embaixada de Angola em Lisboa.

Existem razões ponderáveis para que em Portugal, tal como em Angola, os eventos nunca comecem a horas. Isso não impede que considere um abuso perante as pessoas que cumprem rigorosamente os horários. Aliás, a Conferência estava marcada para as 16 horas e a essa hora já lá estavam muitas pessoas à espera. Espera de uma hora.

Reconheço o exagero do termo “faustoso” quando me referi ao beberete programado para o fim da sessão.

Por último, cara Evy Eden Martins Prola deixe-me dizer-lhe que todas as críticas são bem recebidas e que não me auto-excluo da condição eterna da angolano, como não reconheço a ninguém legitimidade para me dizer se sou ou não angolano. E exactamente por isso é que não posso pactuar com casos como o relatado, mesmo que sejam a excepção.

2 comentários:

ELCAlmeida disse...

E já agora, meu caro, o estares há muito em Portugal fez-te esquecer - ou estar mais tempo com os nossos patrícios, por inerência do meu actual cargo, relembra-me melhor - que horário mwangolé é SEMPRE hora marcada mais, pelo menos, 1 a 1,5 hora a mais.
Assim o que estiver marcada para a hora T deve ser lido T+1; pelo menos.
Kandandu
Eugénio Almeida

Mentiroso disse...

Embora não possa trazer luz significativa a esta discussão, gostaria de deixar o meu testemunho quanto à Evy Eden Martins Prola. Trata-se duma pessoa que encobre os seus maus procedimentos e acções e de levado grau de cinismo, pelo que as suas alegações não devem ser tomadas em conta num debate sério. Apenas pretende mostrar que tem sempre razão e saboteia as provas em contrário, o que me leva a crer que está a fazer aqui o mesmo sob a sua falsa capa de inocente e conhecedora.