«Ainda hoje assistimos a este mesmo espectáculo que poucos são os escritores provenientes da FNLA ou da UNITA por que estão preocupados com a reivindicações principais como a organização do Estado angolano, da nação angolana, o ordenamento do território, o pluralismo que ainda é uma palavra vã em Angola e que já não deveria ser. Lutamos durante 30/40 anos e ainda não sabemos o que é o pluralismo», afirmou em entrevista ao Notícias Lusófonas o delegado da FNLA em Portugal, Jaime Araújo Júnior.
Embora muito, ou quase tudo, o que Jaime Araújo Júnior afirmou ao NL seja de relevante interesse, permito-me destacar esta questão para, é claro, dar largas ao poder (passe o exagero) das minhas ideias já que as ideias de poder estão do outro lado, na circunstância do lado do MPLA.
Ao contrário do que afirma Jaime Araújo Júnior, há muitos (e bons, digo eu) escritores provenientes da FNLA e da UNITA. Não são, isso é verdade, tão conhecidos como os originários do MPLA. Aliás, como em qualquer ditadura, a máquina de propaganda favorece, enaltece e divulga os que lhe são afectos. Todos os outros são considerados menores.
No caso de Angola, não se fala ou, pelo menos, não se falou durante muitos anos de escritores angolanos já que angolanos eram só exclusivamente os que estavam ao lado do poder. Todos os outros, embora bons, eram matumbos ao serviço de todos os piores imperialismos, com o excepção do então soviético.
Jaime Araújo Júnior, apesar da afirmação tão peremptória está a reconhecer a existência dos escritores afectos à FNLA e à UNITA quando justifica que eles estão, em síntese, preocupados com a tentativa de transformar Angola num Estado de Direito.
Exactamente, como salienta Jaime Araújo Júnior, por ainda hoje Angola não ser, nem praticar, o pluralismo é que entre um néscio do MPLA e um génio de qualquer outro partido, ou mesmo sem partido, o poder de Luanda não tem dúvidas em escolher o néscio.
Se, por exemplo, um desconhecido adepto do MPLA lançar um livro em Portugal o que é que acontece? Da Casa de Angola em Lisboa à Embaixada, passando pelo próprio Governo português, todos abrem portas, engalanam salas, imprimem convites, arregimentam simpatizantes e ordenam aos seus servos jornalistas para fazer a cobertura do lançamento, para ouvir o autor etc. etc..
No entanto, e não faltam exemplos, se for um amigo da FNLA ou da UNITA o que é que acontece? A sala fica vazia e, em alguns casos, até nem lá aparecem os responsáveis políticos dos partidos a que o escritor é afecto.
Por tanto, meu caro Jaime Araújo Júnior, muito do que está mal é da responsabilidade dos dirigentes políticos, neste caso, da FNLA e da UNITA que são capazes de honrar o pluralismo apoiando com a sua presença um escritor afecto ao MPLA, mas inibem-se de dar a cara pelos “seus”.
Embora muito, ou quase tudo, o que Jaime Araújo Júnior afirmou ao NL seja de relevante interesse, permito-me destacar esta questão para, é claro, dar largas ao poder (passe o exagero) das minhas ideias já que as ideias de poder estão do outro lado, na circunstância do lado do MPLA.
Ao contrário do que afirma Jaime Araújo Júnior, há muitos (e bons, digo eu) escritores provenientes da FNLA e da UNITA. Não são, isso é verdade, tão conhecidos como os originários do MPLA. Aliás, como em qualquer ditadura, a máquina de propaganda favorece, enaltece e divulga os que lhe são afectos. Todos os outros são considerados menores.
No caso de Angola, não se fala ou, pelo menos, não se falou durante muitos anos de escritores angolanos já que angolanos eram só exclusivamente os que estavam ao lado do poder. Todos os outros, embora bons, eram matumbos ao serviço de todos os piores imperialismos, com o excepção do então soviético.
Jaime Araújo Júnior, apesar da afirmação tão peremptória está a reconhecer a existência dos escritores afectos à FNLA e à UNITA quando justifica que eles estão, em síntese, preocupados com a tentativa de transformar Angola num Estado de Direito.
Exactamente, como salienta Jaime Araújo Júnior, por ainda hoje Angola não ser, nem praticar, o pluralismo é que entre um néscio do MPLA e um génio de qualquer outro partido, ou mesmo sem partido, o poder de Luanda não tem dúvidas em escolher o néscio.
Se, por exemplo, um desconhecido adepto do MPLA lançar um livro em Portugal o que é que acontece? Da Casa de Angola em Lisboa à Embaixada, passando pelo próprio Governo português, todos abrem portas, engalanam salas, imprimem convites, arregimentam simpatizantes e ordenam aos seus servos jornalistas para fazer a cobertura do lançamento, para ouvir o autor etc. etc..
No entanto, e não faltam exemplos, se for um amigo da FNLA ou da UNITA o que é que acontece? A sala fica vazia e, em alguns casos, até nem lá aparecem os responsáveis políticos dos partidos a que o escritor é afecto.
Por tanto, meu caro Jaime Araújo Júnior, muito do que está mal é da responsabilidade dos dirigentes políticos, neste caso, da FNLA e da UNITA que são capazes de honrar o pluralismo apoiando com a sua presença um escritor afecto ao MPLA, mas inibem-se de dar a cara pelos “seus”.
3 comentários:
Meu caro Orlando Castro,
Compreendo a sua crítica mas permita-se uma pequena rectificação a uma sua afirmação. A Casa de Angola abre as portas a todos os que lá quiserem ir sejam de que área política forem. E o meu caro amigo já lá esteve. Penso, e aqui é que considero a incorrecção e acredito por uma pequena gralha, quando diz a sala está vazia, referia-se, também à da Casa de Angola.
É esta a rectificação que desejava colocar. Quanto ao resto as verdades são liminares.
Kandandu
EA
Meu caro companheiro e camarada de armas
Acende aí uma luzinha neste poço de ignorância, que assumo, e diz lá um ou dois nomes de BONS escritores angolanos das "bandas" da FNLA ou da UNITA.
Aqui, o leitor, agradece.
Para citar de memória, meu Caro Paulo (companheiro, camarada, e irmão do Viagem pelas ruas da amargura, mas não só) aqui vão alguns que conheço e reconheço, mesmo sabendo que muitas das suas boas obras ficaram na gaveta: Carlos Alberto Silva, Afonso Almondino, João Ferreira, Carlos Mário Alexandrino da Silva, Silvério de Melo, Elton Vasconcelos e Sá, Fernando Pakapira, Eugénio Costa Almeida, António Lukamba, Ferreira Frade, João Quintella, Ezequiel Fernandes.
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