segunda-feira, abril 18, 2011

Pode mudar o empreiteiro, mas a obra não sofrerá alterações. A bem da Nação... deles!

Os métodos utilizados por José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, revelaram-se eficazes em diversas frentes. A Comunicação Social foi uma delas. O êxito (do ponto de vista deste PS) não foi total mas esteve perto.

Se voltar a vencer irá com certeza acabar a obra. Se não vencer, a obra continuará a cargo de outro empreiteiro (Pedro Passos Coelho), mas o projecto será o mesmo.

Por interpostas pessoas (quase todas socialistas enquanto o PS for governo...) conseguiu pôr os jornalistas a pensar com a barriga, dando-lhes contudo – reconheço e saliento - duas alternativas: ou comem e calam e podem pagar a conta ao merceeiro e o empréstimo da cubata, ou não comem nem calam e vão para o desemprego.

Será diferente com este PSD? Não creio. A ordem dos factores pode ser outra, mas a conclusão será a mesma.

Talvez por isso muitos dos que ontem foram do PS são hoje do PSD, havendo também uma quantidade assinalável que continua a ser, pelo sim e pelo não, dos dois.

Foi assim que funcionou. Será assim que continuará a funcionar. E como o reino, não o dos céus mas o das ocidentais praias lusitanas, está na mão de cobardes, a única solução entendida (pela barriga) como viável é mesmo comer e calar, apostar numa coluna vertebral amovível e numa cabeça subordinada à barriga.

Ser cobarde foi, nos últimos anos, a mais válida forma de (sobre)viver na sociedade portuguesa em geral e, em particular, no comércio e indústria de textos de linha branca a que, por manifesta ignorância, se chama em Portugal "jornalismo".

São esses cobardes poli-partidários (às segundas, quartas e sextas são do PS, às terças, quintas e sábados do PSD e ao domingo piscam o olho aos outros) que, por regra, comandam (mal, mas comandam) este país ou, para ser mais correcto, algumas das partes que no seu conjunto formam o país.

Por isso os cobardes apostam tudo, sobretudo o que é dos outros, na razão da força que é alimentada pela impunidade do reino e pela cobardia dos donos do poder.

Com a cobertura, mesmo que involuntária, de muito boa gente, levam a que a força da razão perca batalhas e mais batalhas. Ao contrário do que cheguei a pensar, esses cobardes não só estão a ganhar batalhas como poderão vencer a própria guerra.

Não lhes falta apoio de quem, ao seu estilo, se está nas tintas para a liberdade de expressão, para a democracia, para as regras de um Estado de Direito. Para gáudio dos cobardes e dos que lhes dão cobertura, Portugal parece dar-se bem com a cobardia.

Há anos que eu digo que esses cobardes iriam continuar a calar as vozes que tentam dar voz a quem a não tem. Assim aconteceu, assim irá acontecer com certeza seja sob a batuta deste PS ou deste PSD.

Se os políticos portugueses preferem ser assassinados pelo elogio do que salvos pela crítica, preferem ter correligionários néscios do que adversários inteligentes, é bem possível que a própria a democracia esteja em perigo.

No entanto, do ponto de vista do PS... D, pouco importa se a democracia está em perigo. O relevante é que os seus acólitos continuem a ter bons tachos.

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