Ao longo dos anos tenho defendido aqui no Alto Hama, tal como na secção com o mesmo nome e que assinei durante muito tempo no Notícias Lusófonas, aquilo que considero o mais correcto para a minha terra, Angola.
Para os que estão por dentro dos meandros da política angolana, as minhas posições são claras. Para os que estão por fora, em particular para os meus amigos portugueses, tais posições poderão parecer contraditórias. E isto porque, usando o mais nobre critério jornalístico (a liberdade), tanto critico o MPLA e o Governo angolano (são ambos a mesma coisa) como o faço em relação à UNITA e ao seu Presidente.
De vez em quando, seja das ocidentais praias lusitanas (agora não socialistas) ou de Angola, chegam perguntas sobre as minhas ligações à UNITA. Assim, e mais uma vez, venho esclarecer os leitores cá do Alto Hama sobre as minhas posições em relação à política angolana, à política – corroboro – da minha terra.
Sou angolano, nasci em Angola, lá estudei, brinquei, cresci e me fiz homem. Mesmo que tenha sido obrigado pelos acontecimentos históricos a abandonar o país onde nasci, e a utilizar a nacionalidade portuguesa dos meus pais, o meu coração esteve lá, está lá e estará sempre lá.
Nunca me conformarei com o estado a que o meu país chegou. Nunca me conformarei com a miséria, a fome, a indignidade, o roubo e tudo o que de mau tem acontecido no meu país. Não acredito que tudo isto seja consequência da guerra, e estes últimos nove anos de paz confirmam que todo o mal que existiu e que continua a existir se deve aos governantes do MPLA.
Duvidam? Em nove anos de paz, nada mudou. A fome, a miséria, a indignidade, a mortalidade infantil, os roubos, os assassínios e tudo o resto continuam a somar pontos na minha terra porque, de facto e de jure, poucos têm milhões e milhões têm pouco ou nada.
Portanto, sou militante e conscientemente da oposição ao actual Governo angolano e ao partido que o sustenta, o MPLA.
E, quer acreditem ou não os que estão dentro, fora, ou fora e dentro, sou “militante”, ou pelo menos assim me considero, da UNITA.
Compreendo que muitas das minhas posições contra a actuação da UNITA não sejam bem aceites por muitos dos seus militantes (sem aspas). Aprendi ao longo da minha vida que não me sentiria bem se ficasse quieto perante o que considero errado. E muitas das vezes não estou de acordo com a actuação da UNITA e da sua actual Direcção. Ou mais grave ainda, com a sua não actuação, um misto de passividade e lentidão que não se coaduna com quem quer ser alternativa de poder.
A UNITA foi dirigida durante muito tempo por alguém cuja estatura e inteligência eram suficientemente grandes para que os seus militantes estivessem descansados. Quando Jonas Savimbi foi assassinado, a UNITA considerou que a democracia interna era a única hipótese que tinha de sobreviver. E estava certa. A democratização interna fez o Partido sobreviver e fortalecer-se.
O que eu critico muitas das vezes na UNITA é a falta de acção, de actuação, a maneira burocrática e prenhe de lentidão como tudo é decidido, o arrastar das decisões, discutidas até à exaustão numa democraticidade interna que se é boa ao nível das grandes linhas, é um empecilho ao nível da execução, parecendo-me muitas vezes um claro exercício de suicídio político.
Comparativamente, o MPLA está em todas, lidera em força e com alguma qualidade (reconheço) quer as acções internas quer externas, vai somando – em Portugal, por exemplo - apoios em todos os estratos políticos, empresariais e intelectuais, para além de alargar os tentáculos do partido/regime a um cada vez maior número de empresas portuguesas.
Porque a memória dos políticos (incluindo os da UNITA) é curta, recordo que foi a 24 de Fevereiro de 2002 que alguém disse: «Sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!». Ou seja, morreu o mais velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados.
Esse mesmo Sekulu também dizia: «Ise okufa, etombo livala» (prefiro antes a morte, do que a escravatura ).
De vez em quando, seja das ocidentais praias lusitanas (agora não socialistas) ou de Angola, chegam perguntas sobre as minhas ligações à UNITA. Assim, e mais uma vez, venho esclarecer os leitores cá do Alto Hama sobre as minhas posições em relação à política angolana, à política – corroboro – da minha terra.
Sou angolano, nasci em Angola, lá estudei, brinquei, cresci e me fiz homem. Mesmo que tenha sido obrigado pelos acontecimentos históricos a abandonar o país onde nasci, e a utilizar a nacionalidade portuguesa dos meus pais, o meu coração esteve lá, está lá e estará sempre lá.
Nunca me conformarei com o estado a que o meu país chegou. Nunca me conformarei com a miséria, a fome, a indignidade, o roubo e tudo o que de mau tem acontecido no meu país. Não acredito que tudo isto seja consequência da guerra, e estes últimos nove anos de paz confirmam que todo o mal que existiu e que continua a existir se deve aos governantes do MPLA.
Duvidam? Em nove anos de paz, nada mudou. A fome, a miséria, a indignidade, a mortalidade infantil, os roubos, os assassínios e tudo o resto continuam a somar pontos na minha terra porque, de facto e de jure, poucos têm milhões e milhões têm pouco ou nada.
Portanto, sou militante e conscientemente da oposição ao actual Governo angolano e ao partido que o sustenta, o MPLA.
E, quer acreditem ou não os que estão dentro, fora, ou fora e dentro, sou “militante”, ou pelo menos assim me considero, da UNITA.
Compreendo que muitas das minhas posições contra a actuação da UNITA não sejam bem aceites por muitos dos seus militantes (sem aspas). Aprendi ao longo da minha vida que não me sentiria bem se ficasse quieto perante o que considero errado. E muitas das vezes não estou de acordo com a actuação da UNITA e da sua actual Direcção. Ou mais grave ainda, com a sua não actuação, um misto de passividade e lentidão que não se coaduna com quem quer ser alternativa de poder.
A UNITA foi dirigida durante muito tempo por alguém cuja estatura e inteligência eram suficientemente grandes para que os seus militantes estivessem descansados. Quando Jonas Savimbi foi assassinado, a UNITA considerou que a democracia interna era a única hipótese que tinha de sobreviver. E estava certa. A democratização interna fez o Partido sobreviver e fortalecer-se.
O que eu critico muitas das vezes na UNITA é a falta de acção, de actuação, a maneira burocrática e prenhe de lentidão como tudo é decidido, o arrastar das decisões, discutidas até à exaustão numa democraticidade interna que se é boa ao nível das grandes linhas, é um empecilho ao nível da execução, parecendo-me muitas vezes um claro exercício de suicídio político.
Comparativamente, o MPLA está em todas, lidera em força e com alguma qualidade (reconheço) quer as acções internas quer externas, vai somando – em Portugal, por exemplo - apoios em todos os estratos políticos, empresariais e intelectuais, para além de alargar os tentáculos do partido/regime a um cada vez maior número de empresas portuguesas.
Porque a memória dos políticos (incluindo os da UNITA) é curta, recordo que foi a 24 de Fevereiro de 2002 que alguém disse: «Sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!». Ou seja, morreu o mais velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados.
Esse mesmo Sekulu também dizia: «Ise okufa, etombo livala» (prefiro antes a morte, do que a escravatura ).
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