terça-feira, junho 14, 2011

A Mona Lisa do reino angolano

«A Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, é provavelmente a pintura mais famosa do mundo! O quadro de Da Vinci tornou-se a maior referência em obras de artes que o mundo já viu. O quadro é pequeno (77 x 53 cm). Contudo há quase quinhentos anos a Mona Lisa vem inspirando um pouco de tudo:

Poemas, canções, pinturas, esculturas, romances, mitos, boatos, falsificações e roubos, e hoje em dia seu rosto aparece em incontáveis anúncios comerciais no mundo inteiro.

Quanto a essa Mona Lisa, ponto parágrafo. Entretanto, uma nova Mona Lisa desenhada por um “pintor” que nasceu pobre (e que, talvez comesse peixe podre e apanhasse porrada se refilasse), ja é neste momento o rosto de Angola. Trata-se de Isabel dos Santos, a mãe-grande dos negócios em Angola.

A nossa Mona Lisa, é filha do presidente angolano, (sim!! o pobre, esse mesmo que forjou a sua personalidade nos bairros pobres de Luanda, funcionário publico desde 1978 e pelo que sabemos publicamente, os seus ganhos provem do ordenado e da cubata que a sua mãe deixou no Sambizanga).

A angolana Isabel dos Santos está entre as nove mulheres africanas mais ricas, de acordo com a revista Forbes, numa lista onde as restantes oito fortunas pertencem a sul-africanas.

Segundo dizem, Isabel dos Santos começou a despontar nos meados dos anos 90, após o regresso de Londres. Começou como empregada de limpeza, hum!? isso mesmo!! Foi o primeiro emprego que o pai lhe atribui; limpar Luanda através da Urbana 2000. hum!!

A Elisal não aguentava os montes de lixo que nasciam (e continuam a nascer) em Luanda como cogumelos, então o pai confiando nos conhecimentos em gestão de empresas que a filha trouxe de Londres, passou-lhe a Urbana 2000. O contratos rondava os 10 milhões de dólares anuais.

A nossa Mona Lisa depressa vingou nos negócios. Em 2001 lançou, via Geni, a Unitel, empresa privada de comunicações móveis, onde tem como sócios a Portugal Telecom e a Sonangol.

Em 2005, lançou em Angola o Banco Internacional de Crédito (BIC) juntamente com Américo Amorim e outros sócios como Fernando Telles, presidente da instituição, e Sebastião Lavrador, ex-governador do Banco Nacional de Angola.

Entrou em Portugal e investiu como nenhum outro estrangeiro o fez. Isabel dos Santos é accionista da Zon e sócia da PT, é accionista do BPI e sócia do BES, é accionista da Galp e cruza com a Sonangol na EDP. As relações com empresas portuguesas alargam-se ainda à Caixa, Totta, BPN e Mota-Engil, Claro, não é fácil perceber ao certo até onde é que, neste país, se alargaram os seus negócios.

E é dentro deste universo financeiro que o “mito” Isabel dos Santos vai se revelando, ela é neste momento um génio das finanças, apesar de formada em engenharia electrotécnica.

Quem é que ela representa de facto? O pai? Os clãs do futungo? Senão vejamos; a maioria dos seus sócios fazem parte do núcleo restrito que tem acesso ao seu pai, e só isso explica parte da mitólogia Isabeleana.

Como explicar a entrada forçosa da empresária em negócios chaves; por exemplo a saida da SPE do Projecto Camutué (Diamante) e a entrada da ADC detida pelo empresário Noé Baltazar e Isabel dos Santos?

Quem forçou a saída da Teixeira Duarte na Cimangola para impor a entrada de Américo Amorim, ao qual se associou com Isabel dos Santos na holding Ciminvest?

E mais, como explicar a entrada da Unitel no BFA quando faltavam dias para o BPI assinar com Sonangol a compra de 49,9% do Banco de Fomento Angola?

Como vemos, a nossa Mona Lisa, é a face visivél da oligarquia angolana, e está no núcleo económico do pais, deste telecomunição, banca, diamantes, petróleo a imobiliários.

O mais enigmático da nossa Mona Lisa não é o seu sorriso, tal como a da verdadeira Mona Lisa, mas sim a riqueza que ela ostenta e facilidade de fazer negócios, que ja é considerado um dois maiores império financeiro de Angola.

E como alguém escreveu; com a influência de um pai como presidente de um pais tão rico como Angola qualquer um arrisca-se a figurar na lista da Forbes. Enquanto a princesa e uns poucos cronies do presidente enriquececem escandalosamente, a maioria do povo vive na miséria. Saudades de Agostinho Neto, esse podia ser totalitário mas não admitia corrupção nem patrimonialismos.

Qual é o segredo que torna a nossa Mona Lisa dona de todos os adjectivos positivos; é “uma boa empresária”, “extremamente dinâmica e inteligente”, “profissional” é, “correcta”, além de “afável”, “simpática” e “bonita”?

A resposta reside em Leonardo da Vinci, oh! desculpa em José Eduardo dos Santos, o autor desta magnifica obra de arte do mundo empresarial. Enquanto o verdadeiro Leonardo da Vinci é reverenciado por sua engenhosidade tecnológica; concebeu ideias muito à frente de seu tempo, como um helicóptero, um tanque de guerra, o uso da energia solar, uma calculadora, o casco duplo nas embarcações, etc. o nosso Da Vinci é reverenciado pela sua arte de manipulação, astúcia, corrupção e roubo de estado.

Dizem ser um grande negociador, razão pela qual os grandes negócios em Angola estão ligados à nomenklatura do Estado, aos nomes relacionados com o poder politico e o regime. Portanto, Isabel dos Santos é o expoente máximo de um Estado engolido pela corrupção, tráfico de influência, amiguismo e cabritismo. Isabel dos Santos já mais poderá provar qual foi o seu CAPITAL INICIAL. É que nestes negócios de milhões nunca é referida a origem do dinheiro destes investimentos.

Aqui vãos alguns negócios onde a nossa Mona Lisa tem suas impressões digitais: Zon Multimédia, SOCIP Zon, BPI, BIC Portugal, BAI – Banco Africano de Investimento, Galp, Ciminvest (Nova Cimangola), Green Cyber Isabel, BESA, UNITEL, IDUNA, SAGRIPEK, TERRA VERDE, TAIS, ADC, ASCORP, SODIAM/LKI, GRUPO LEV LEVIEV e OMSI.»

3 comentários:

Calcinhas de Luanda disse...

É apenas mais uma "Dona" na melhor tradição Luandense. Gente resultante da mistura de etnias e que nos séc. XVI e posteriores se dedicava ao tráfico negreiro e a comerciar tudo o resto que sustentasse o primeiro tipo de tráfico. Mudam-se os tempos, agora traficam-se outros "negros".
Podemos ficar descansados, a tradição ainda é o que era e certamente continuará a assim. Não esqueçamos que por detrás dessas Donas sempre houve e há Sobas que eram e são a base do tráfico.

Beto disse...

"Saudades de Agostinho Neto, esse podia ser totalitário mas não admitia corrupção nem patrimonialismos." Tudo sumarizado nessa unica frase, Orlando.

António Roque disse...

É necessário e muito urgente criar um TRIBUNAL INTERNACIONAL CONTRA A CORRUPÇÃO E O DESVIO DE FUNDOS DOS ESTADOS POR GOVERNANTES E SEUS FAMILIARES E AMIGOS.
Não pode ser na Suiça, nem em Portugaql, nem na França então Onde?

AQUI E JÁ!