António José Seguro apresentou a sua candidatura à liderança do PS. A seu lado estavam, para além de dezenas de militantes, dois secretários de Estado dos executivos de José Sócrates: António Braga e José Junqueiro.
Pela amostra, legítima como qualquer outra, não será difícil calcular que já perdeu. José Junqueiro não é, na minha opinião (que, é claro, não conta para o campeonato socialista), uma mais-valia. Pelo contrário.
Porquê? No dia 20 de Junho de 2010, em Baião, o secretário de Estado da Administração Local de Portugal, exactamente José Junqueiro, antecipou em muitos meses o que agora se verificou ser uma certeza: o primeiro-ministro José Sócrates “é uma oportunidade para o país, mas também um exemplo para a Europa”.
Já nessa altura, ou sobretudo nessa altura, era possível verificar as condições exigidas para se ser deste PS. Bastava, como certamente basta agora, ouvir José Junqueiro.
E são elas, subserviência total, coluna vertebral amovível (ou, preferencialmente, ausência dela) e disponibilidade total para estar sempre de acordo com o dono do partido.
“O que nós precisamos é de homens públicos que saibam estar à altura das responsabilidades”, afirmou na altura José Junqueiro sobre o então chefe do Governo, a propósito das dificuldades económicas por que passava e passará Portugal e outros países europeus.
Crê-se, aliás, que para além de uma notável demonstração de subserviência, a tese de Junqueiro visava já o lançamento da candidatura de José Sócrates a algo mais do que ser um simples primeiro-ministro do protectorado alemão que dá pelo nome de Portugal.
O secretário de Estado lembrou nessa altura o défice de 9,3 por cento em Portugal, mas também os 11 por cento dos EUA e os 12 por cento do Reino Unido.
“Na quinta economia, a da França, e na primeira economia, a da Alemanha, tal como na outras economias poderosas, as coisas não vão de feição”, acrescentou o agora apoiante de António José Seguro.
Pois é. E foi graças à perspicácia de José Junqueiro que Nicolas Paul Stéphane Sarkozy de Nagy-Bocsa e Angela Dorothea Merkel, entre muitos – mas mesmo muitos e não só da Europa – pediram a imediata e erudita ajuda de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
José Adelmo Gouveia Bordalo Junqueiro, um professor universitário de Aveiro, que não deixa os seus créditos por louvaminhas alheias, considerou que o Governo de Portugal estava a tomar as medidas adequadas para corrigir o défice e lembrou os sinais de recuperação da economia portuguesa nos primeiros meses de 2010.
E a quem se deve tão esforçado trabalho em prol dos 800 mil desempregados, dos 20% de portugueses que estão na miséria e de outros 20% que já a têm a bater à porta? Claro. Na altura foi a José Sócrates. Amanhá poderá ser, o que duvido, a António José Seguro ou até mesmo a Francisco Assis...
“Portugal cresceu a um ritmo recorde em toda a Europa no primeiro trimestre. Já sei que no segundo trimestre vai repetir a mesma dose. O crescimento de Portugal está em marcha”, enfatizou Junqueiro, sem deixar tempo a que a audiência tivesse dúvidas sobre a similitude entre Deus (no céu) e José Sócrates (na terra).
“O primeiro-ministro é o motor desse ânimo e dessa esperança para vencer as dificuldades”, salientou Junqueiro, acrescentando que José Sócrates, “com a sua determinação, tem um discurso positivo, um discurso da resistência e ganhador”.
O secretário de Estado e dirigente nacional do PS criticou depois o PSD, considerando “não ser um bom exemplo para o país” o maior partido da oposição “aconselhar Portugal a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ou a fundos europeus”.
“Isso dá um sinal de fragilidade”, observou José Junqueiro, lembrando que esse tipo de discurso pode conduzir à queda das bolsas e de outros indicadores económicos. O homem sabe do que fala...
É certo que José Junqueiro, como muitos outros (caso de Francisco Assis e não de António José Seguro) limitou-se, sem originalidade, a dizer o que dissera o seu chefe. Mas, reconheço, repetir o que o chefe dizia era à época meio caminho andado, mesmo quando as provas acabam por revelar que, afinal, José Sócrates não sabia o que dizia e não dizia o que sabia, se é que sabia alguma coisa.
Porquê? No dia 20 de Junho de 2010, em Baião, o secretário de Estado da Administração Local de Portugal, exactamente José Junqueiro, antecipou em muitos meses o que agora se verificou ser uma certeza: o primeiro-ministro José Sócrates “é uma oportunidade para o país, mas também um exemplo para a Europa”.
Já nessa altura, ou sobretudo nessa altura, era possível verificar as condições exigidas para se ser deste PS. Bastava, como certamente basta agora, ouvir José Junqueiro.
E são elas, subserviência total, coluna vertebral amovível (ou, preferencialmente, ausência dela) e disponibilidade total para estar sempre de acordo com o dono do partido.
“O que nós precisamos é de homens públicos que saibam estar à altura das responsabilidades”, afirmou na altura José Junqueiro sobre o então chefe do Governo, a propósito das dificuldades económicas por que passava e passará Portugal e outros países europeus.
Crê-se, aliás, que para além de uma notável demonstração de subserviência, a tese de Junqueiro visava já o lançamento da candidatura de José Sócrates a algo mais do que ser um simples primeiro-ministro do protectorado alemão que dá pelo nome de Portugal.
O secretário de Estado lembrou nessa altura o défice de 9,3 por cento em Portugal, mas também os 11 por cento dos EUA e os 12 por cento do Reino Unido.
“Na quinta economia, a da França, e na primeira economia, a da Alemanha, tal como na outras economias poderosas, as coisas não vão de feição”, acrescentou o agora apoiante de António José Seguro.
Pois é. E foi graças à perspicácia de José Junqueiro que Nicolas Paul Stéphane Sarkozy de Nagy-Bocsa e Angela Dorothea Merkel, entre muitos – mas mesmo muitos e não só da Europa – pediram a imediata e erudita ajuda de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
José Adelmo Gouveia Bordalo Junqueiro, um professor universitário de Aveiro, que não deixa os seus créditos por louvaminhas alheias, considerou que o Governo de Portugal estava a tomar as medidas adequadas para corrigir o défice e lembrou os sinais de recuperação da economia portuguesa nos primeiros meses de 2010.
E a quem se deve tão esforçado trabalho em prol dos 800 mil desempregados, dos 20% de portugueses que estão na miséria e de outros 20% que já a têm a bater à porta? Claro. Na altura foi a José Sócrates. Amanhá poderá ser, o que duvido, a António José Seguro ou até mesmo a Francisco Assis...
“Portugal cresceu a um ritmo recorde em toda a Europa no primeiro trimestre. Já sei que no segundo trimestre vai repetir a mesma dose. O crescimento de Portugal está em marcha”, enfatizou Junqueiro, sem deixar tempo a que a audiência tivesse dúvidas sobre a similitude entre Deus (no céu) e José Sócrates (na terra).
“O primeiro-ministro é o motor desse ânimo e dessa esperança para vencer as dificuldades”, salientou Junqueiro, acrescentando que José Sócrates, “com a sua determinação, tem um discurso positivo, um discurso da resistência e ganhador”.
O secretário de Estado e dirigente nacional do PS criticou depois o PSD, considerando “não ser um bom exemplo para o país” o maior partido da oposição “aconselhar Portugal a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ou a fundos europeus”.
“Isso dá um sinal de fragilidade”, observou José Junqueiro, lembrando que esse tipo de discurso pode conduzir à queda das bolsas e de outros indicadores económicos. O homem sabe do que fala...
É certo que José Junqueiro, como muitos outros (caso de Francisco Assis e não de António José Seguro) limitou-se, sem originalidade, a dizer o que dissera o seu chefe. Mas, reconheço, repetir o que o chefe dizia era à época meio caminho andado, mesmo quando as provas acabam por revelar que, afinal, José Sócrates não sabia o que dizia e não dizia o que sabia, se é que sabia alguma coisa.
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