
Explico. À Direcção existente e que concorre à reeleição opõe-se uma outra que promete mexer com as coisas. À existente não interessa fazer ondas e o anúncio da existência da uma lista concorrente iria baralhar o jogo. Os média, ao contrário do que lhes cabe, preferem dar voz a quem já a tem, e estar de bem com quem está no poder.
Eis mais um exemplo de que o homem pode morder o cão e não ser notícia, e de que o cão pode morder o homem e ser notícia. Tudo depende do típico “desde que”.
«Desde que» significa ligações, conhecimentos, interesses etc.. Se o dono do cão que mordeu conhecer um jornalista, de preferência chefe, passa a ser notícia. Se o dono do cão que foi mordido pelo homem não conhecer um jornalista, de preferência chefe, não é notícia.
É claro que nada disto preocupa o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, os Conselhos de Redacção, a Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social ou seja quem for.
Preocupa-me a mim e a mais meia dúzia de malucos que, ingénua e infantilmente, ainda acreditam que no Jornalismo é mais importante a força da razão do que a razão da força.
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