
Por outro lado, diz (ou dizia) uma regra fundamental do Jornalismo que se o jornalistas não procura saber o que se passa é um imbecil, e que se sabe o que se passa e se cala é um criminoso.
Vem isto a propósito do facto de o Tribunal Cível de Lisboa ter decidido manter a proibição de o semanário Sol publicar "conversas ou comunicações telefónicas" em que Rui Pedro Soares tenha participado.
A decisão do Tribunal Cível de Lisboa surge como resultado da providência cautelar apresentada pelo ex-administrador da PT após a publicação, a 5 de Fevereiro, de resumos de escutas do processo "Face Oculta", que – cito o Diário de Notícias, “alegadamente referem um plano para controlo de órgãos de comunicação social com conhecimento do Governo”.
O despacho, a que o DN teve acesso, considera que, ao contrário do que pretendia o autor da providência cautelar, as transcrições das escutas publicadas pelo semanário, extraídas do processo "Face Oculta", "não respeitam à vida íntima e privada" de Rui Pedro Soares.
Ao que me parece, os jornalistas do Sol não podem – no mínimo – ser considerados nem imbecis nem criminosos. Procuraram saber o que se passava e não se calaram.
Creio, por isso, que neste âmbito mostraram que a imprensa livre é de facto um pilar da democracia. O problema está quando, como parece ser também um facto em Portugal, a democracia não existe, ou existe de forma coxa e apenas formal.
Basta, aliás, recordar que até existe um deputado que rouba gravadores aos jornalistas, no caso Ricardo Rodrigues, do Partido Socialista, vice-presidente do Grupo Parlamentar e membro do Conselho Superior de Segurança Interna de Portugal.
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