«Orlando Castro é um criador de artigos, não um produtor ou mero mercador de conteúdos; um crítico dos capatazes que por aí pululam e que dirigem alguma certa comunicação social, dos “yes-men” que cirandam por esta moderna sociedade civil, de um jornalismo que sobrevive dos esquemas e dos devaneios e escândalos alheios que transformam a nobre arte do jornalismo em algo banal, fútil, paradoxal ou doentio. O autor quer que o jornalismo esteja sempre ao serviço da Verdade, da Democracia e da Liberdade», afirmou ontem Eugénio Costa Almeida (na foto) na apresentação, na Bertrand do Centro Comercial Parque Nascente em Rio Tinto (Porto), do livro de “Alto Hama – Crónicas (diz) traídas”.
«O facto de ser um livro censurado (admitamos que seja apenas vetado) pelos ditos mais importantes media portugueses, revela que muito do que lá digo acertou no alvo certo», afirmou ao NL o autor que, aliás, aqui publicou todos os trabalhos que agora foram dados à estampa.
Depois da apresentação no dia 23 de Setembro em Lisboa, na Casa de Angola, entidade que, aliás, patrocinou a publicação, e em cujo evento participaram diversas individualidades entre as quais o vice-ministro das Finanças de Angola, Arlindo Sicato, foi a vez ontem da Papiro Editora promover a divulgação na região norte de Portugal.
Sobre o evento, Orlando Castro disse ao NL que “correu bem, mau grado a barreira de silêncio construída pelos mais importantes media portugueses à volta do livro, apenas quebrada no passado dia 14 pela Lusa/Porto e pelos jornais O primeiro de Janeiro e Notícias da Manhã”.
“Estiveram presentes, entre outros que nada têm a ver com esta “guerra”, colegas e amigos que continuam – tal como eu – a pôr o poder das ideias acima das ideias de poder, apesar de serem (de sermos) acusados de não terem ideias”, contou Orlando Castro, acrescentando que se “o valor do livro se medir pelo nível intelectual e profissional dos que o avaliam pelo nome do mensageiro e não da mensagem, a maior parte dos críticos, escondidos com o rabo de fora, amesquinha-o”.
Sobre o que chama de “guerra”, o autor cita as palavras de Eugénio Costa Almeida («alguns chefes para fazer contas têm de descalçar os sapatos para chegar aos 12») e reforça que “enquanto uns põem o primado da competência acima do primado da subserviência, muitos outros – e cada vez são mais – fazem o inverso, assistindo-se à dura realidade de ver muita gente boa na beira da estrada por julgar que está na estrada da Beira”.
Orlando Castro nasceu em 1954 em Angola, onde viveu até 1975. A sua actividade jornalística teve início muito antes da independência do país no jornal "A Voz dos Mais Novos", órgão de informação do Liceu Nacional General Norton de Matos de Nova Lisboa. Foi também nesta instituição que se diplomou em Jornalismo.
Ainda em Angola, entre 1973 e 1975, foi redactor do diário "A Província de Angola" e chefe de Redacção da revista "Olá! Boa Noite", bem como colaborador do Rádio Clube do Huambo, da Emissora Comercial do Huambo e do bi-semanário "O Planalto".
Em Portugal, colaborou com os jornais "Pontual", "O País", "Templário", "Jornal de Ramalde", "Vida Social", "Voz do Barreiro", "O Primeiro de Janeiro" e ainda na "RIT - Revista da Indústria Têxtil". Integra, desde 1991, a redacção do "Jornal de Notícias".
É também autor dos livros "Algemas da Minha Traição" (1975), "Açores - Realidades Vulcânicas" (1995), "Ontem, Hoje... e Amanhã?" (1997) e "Memórias da Memória" (2001).»
Nota: Artigo de Isaías dos Santos ontem publicado no Notícias Lusófonas
1 comentário:
Quem é aquela chipala tão feita?
meu caro, e agora a sério; não mereço estes mimos todos. se alguém os merece é o Orlando Castro, autor desta magnífica colectânea a que tive o prazer e a suprema honra de prefaciar. Somente isto e nada mais. Eu não disse nem escrevi nada que não fosse verdade e unicamente vera.
Só desejo que estas crónicas não parem nunca.
Um grande e fraterno kandando
Eugénio Almeida
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