Na sua mensagem de ano novo, em 1 de Janeiro de 2010, dirigida aos portugueses onde, penso, terá incluído os dois milhões (20%) de pobres e os mais – na altura - de 600 mil desempregados, Cavaco Silva traçou um cenário negro da situação económica do país dizendo mesmo que “podemos estar a caminhar para uma situação explosiva”.
Ou seja, o presidente da República só fala, apenas fala. E fala, reconheça-se, bem. Há muitos anos que ele fala bem. No entanto... as palavras voam e as acções nunca aparecem.
Já nesse ano, como nos anteriores e seguintes, Cavaco Silva nunca falaou em retoma, pediu mais exigência e responsabilidade e afirmou que “o exemplo tem de vir de cima”.
Como os últimos anos demonstram, o pedido revela uma santa ingenuidade. Não. Não a de Cavaco Silva mas, isso sim, a dos portugueses. É que Cavaco anda nisto há muitos, muitos anos. Foi primeiro-ministro durante uma porrada de anos, é presidente reeleito e, por isso, é tudo menos ingénuo.
De discurso em discurso, cada vez mais penso que Portugal precisa é de mudar de paradigma. De facto, mudar de povo não me parece possível. Já mudar de políticos que sabem tudo mas não fazem nada talvez fosse uma boa alternativa. O problema é que em Portugal mantém-se actual e pujante o ditado popular: quanto mais me bates, mais gosto de ti.
De vez em quando, como se não tivesse nada a ver com o que se passa nas ocidentais praias lusitanas, Cavaco Silva vai dando uns palpites. No passado dia 10 de Junho de... 2010 disse ser inaceitável o alheamento dos portugueses da vida pública.
É verdade. Mas de quem será a culpa? Dos cidadãos que cada vez mais são vistos pelos políticos, sejam estes deputados, dirigentes partidários, governantes ou presidentes da República, como mera mercadoria ou, na melhor das hipóteses, como números, ou daqueles que se julgam donos do reino por pertencerem a uma casta diferente?
Cavaco Silva disse também que “em tempos reconhecidamente difíceis como aqueles em que vivemos, não é aceitável que existam portugueses que se considerem dispensados de dar o seu contributo, por mais pequeno que seja”.
Não é, Senhor Presidente, uma questão de se considerarem “dispensados de dar o seu contributo”, é antes uma questão de não aceitarem passar um cheque em branco a políticos em quem não acreditam. Mudem-se os políticos e as políticas e os portugueses passarão a estar na primeira linha do combate democrático.
Tudo isto é sintoma, claro, de que ou os políticos portugueses deixam de cantar no convés enquanto o navio se afunda, ou sujeitam-se a que o Povo saia à rua e os afunde. E ao que me parece amanhã já será tarde...
Já nesse ano, como nos anteriores e seguintes, Cavaco Silva nunca falaou em retoma, pediu mais exigência e responsabilidade e afirmou que “o exemplo tem de vir de cima”.
Como os últimos anos demonstram, o pedido revela uma santa ingenuidade. Não. Não a de Cavaco Silva mas, isso sim, a dos portugueses. É que Cavaco anda nisto há muitos, muitos anos. Foi primeiro-ministro durante uma porrada de anos, é presidente reeleito e, por isso, é tudo menos ingénuo.
De discurso em discurso, cada vez mais penso que Portugal precisa é de mudar de paradigma. De facto, mudar de povo não me parece possível. Já mudar de políticos que sabem tudo mas não fazem nada talvez fosse uma boa alternativa. O problema é que em Portugal mantém-se actual e pujante o ditado popular: quanto mais me bates, mais gosto de ti.
De vez em quando, como se não tivesse nada a ver com o que se passa nas ocidentais praias lusitanas, Cavaco Silva vai dando uns palpites. No passado dia 10 de Junho de... 2010 disse ser inaceitável o alheamento dos portugueses da vida pública.
É verdade. Mas de quem será a culpa? Dos cidadãos que cada vez mais são vistos pelos políticos, sejam estes deputados, dirigentes partidários, governantes ou presidentes da República, como mera mercadoria ou, na melhor das hipóteses, como números, ou daqueles que se julgam donos do reino por pertencerem a uma casta diferente?
Cavaco Silva disse também que “em tempos reconhecidamente difíceis como aqueles em que vivemos, não é aceitável que existam portugueses que se considerem dispensados de dar o seu contributo, por mais pequeno que seja”.
Não é, Senhor Presidente, uma questão de se considerarem “dispensados de dar o seu contributo”, é antes uma questão de não aceitarem passar um cheque em branco a políticos em quem não acreditam. Mudem-se os políticos e as políticas e os portugueses passarão a estar na primeira linha do combate democrático.
Tudo isto é sintoma, claro, de que ou os políticos portugueses deixam de cantar no convés enquanto o navio se afunda, ou sujeitam-se a que o Povo saia à rua e os afunde. E ao que me parece amanhã já será tarde...
4 comentários:
Fala bem, Orlando?! Coitado... mas enfim.
Ninguém melhor do que ele sabe quem vendeu o País aos interesses financeiros do BCE e FMI, ninguém melhor do que ele sabe, quem deu o golpe na Banca em Portugal. Ninguém melhor do que ele sabe, porque foi a indústria, agricultura e pescas subsidiadas pela UE para que fossem destruídas. Ninguém melhor do que ele sabe, que à custa do BPN e BPP terem de ser salvos, pelo menos os accionistas importantes e que por isso tivemos de recorrer à ajuda "externa!, ainda e para continuar a salvar a banca e que vai acabar de vez com este País. Ninguém melhor do que ele sabe a culpa que tem no cartório. Soubessem isto todos os portugueses que andam com vendas nos olhos e veríamos se ele não teria de dar corda aos sapatos! Haja informação decente para que se possa castigar estes hipócritas!!
Aqui vai um documentário que nos mostra bem como os nossos políticos, nos atiraram para o rol das vítimas dos financeiros. A nós, à Grécia, à Irlanda e felizmente a Islandia está a ter a coragem suficiente para não se ver envolvida neste drime à escala globlal, como vítima, claro. Segue-se Espanha e depois talvez a Bélgica e Itália.
Aqui vai um documentário que nos mostra como os nossos políticos, a começar por esse senhor, nos atiraram para o rol das vítimas deste crime à escala munndial. Depois da Grécia, Irlanda e Islandia, que está a tentar não ser uma vítima deste sistema e tem a coragem suficiente para o enfrentar. Não como o nosso PR que vem dizer que se não pagarmos a dívida (algo impossível), teremos consequências graves. Ele está a sacar o seu!
Do prof. Michael Hudson:
«No fim as dívidas não podem ser pagas. Para os administradores da alta finança o problema é como adiar incumprimentos por tanto tempo quanto possível – e então salvarem-se, deixando governos ("contribuintes") a segurar o saco, assumindo as obrigações de devedores insolventes (tais como a AIG nos Estados Unidos). Mas para fazer isso em face da oposição popular é necessário suprimir a política democrática. Assim o desinvestimento pelos que eram antes perdedores financeiros exige que a política económica seja retirada das mãos de corpos governamentais eleitos e transferida para as dos planeadores financeiros. É assim que a oligarquia financeira substitui a democracia. (...)No fim, países democráticos não estão desejosos de entregar a autoridade do planeamento político a uma oligarquia financeira emergente.
Não há dúvida de que países pós-soviéticos estão a observar, bem como os latino-americanos, africanos e outros devedores soberanos cujo crescimento tem sido atrofiado pelos programas de austeridade predatórios impostos pelo FMI, Banco Mundial, neoliberais da UE e BCE nas últimas décadas. Todos nós deveríamos desejar que a era pós Bretton Woods esteja ultrapassada. Mas não estará até que a população grega siga a da Islândia dizendo não – e a da Irlanda finalmente acorde.» aqui
Falou e disse Orlando. Realmente precisamos de mudar de politicos e de rever a ditadura de um sistema dito "democratico". Digo "ditadura" porque sao os mesmos de sempre que controlam as instituicoes e conluiam com os grandes orgaos de (des) informacao/ manipulacao massiva que controlam as mentes de grande parte dos seus rebanhos de carneiros. Exemplo vem de cima?! Em Portugal uma afirmacao dessas ateh eh tragicomica.
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