Porque muitos, cada vez mais, fogem sem pensar, é preciso que alguns (cada vez menos) pensem sem fugir, mesmo quando lhes encostam uma pistola à cabeça, mesmo quando são obrigados e pensar com a barriga... vazia.
Quando será que em Portugal veremos trabalhadores, administradores, gestores, políticos, a serem avaliados de forma objectiva e imparcial, sem que para essa avaliação conte o cartão do partido, os jantares com o chefe ou a prenda de anos no aniversário do director?
É claro que todos devem ser avaliados pelo mérito, sendo que este é perfeitamente mensurável e não necessita de análises subjectivas. Acresce que só quem for competente pode avaliar a competência. Digo eu, na inocência de quem julga viver num Estado de Direito.
Ora, como cada vez mais a competência é – em Portugal - substituída pela subserviência, não adianta instituir do ponto de vista legal o primado da transparência quando todos os seus agentes são opacos.
O tecido laboral em Portugal está a mudar? Está. Durante muitos anos, as avaliações laborais (fossem nas empresas do Estado ou nas privadas) pareciam sérias mas não eram. Hoje não parecem nem são. É o mesmo que se passa com a política, nomeadamente no bacanal colectivo que tem sido o Parlamento onde, mesmo com as eleições do passado dia 5, vamos ver que, com a excepção de uma ou outra mosca, a merda vai continuar a mesma.
Hoje, nas empresas do Estado ou nas privadas, nos organismos públicos e na actividade política, o ambiente é de valorização exponencial do aparente, do faz de conta, do travesti profissional que veste a farda que mais jeito dá ao capataz que está acima.
Não admira por isso que, na eventualidade (rara, raríssima) de alguém questionar o veredicto superior (tão superior quanto a sua similitude com os camaleões) corre o risco de ver a avaliação reduzida ainda mais. Reduções, é claro, proporcionais às vezes que ousar questionar o dono da verdade.
O presente foi, basta ver o exemplo do ex-chefe do reino socialista e dos seus vassalos, de todos aqueles que às segundas, quartas e sextas elogiam o chefe, às terças, quintas e sábados o director e ao domingo esboçam elogios a quem pensam que possa vir a ser chefe , director ou primeiro-ministro.
Esperemos, entretanto, para ver se com o novo governo PSD/CDS a coisa vai ser diferente. Não creio. Mas, claro, não custa dar o benefício da dúvida, nem que seja para um dias destes concluir que, mais uma vez, em Portugal ninguém vai querer saber que o “stradivarius” que julgam ter é, afinal, feito com latas de sardinha e foi comprado na Feira da Vandoma, no Porto.
Pelo meio deste circuito aparecem sempre os sipaios que acalentam a esperança de um dia serem chefes de posto e que, no cumprimento de ordens superiores, passam ao papel a avaliação pré-determinada, mesmo que no lugar da assinatura tenham de pôr a impressão… digital.
É claro que todos devem ser avaliados pelo mérito, sendo que este é perfeitamente mensurável e não necessita de análises subjectivas. Acresce que só quem for competente pode avaliar a competência. Digo eu, na inocência de quem julga viver num Estado de Direito.
Ora, como cada vez mais a competência é – em Portugal - substituída pela subserviência, não adianta instituir do ponto de vista legal o primado da transparência quando todos os seus agentes são opacos.
O tecido laboral em Portugal está a mudar? Está. Durante muitos anos, as avaliações laborais (fossem nas empresas do Estado ou nas privadas) pareciam sérias mas não eram. Hoje não parecem nem são. É o mesmo que se passa com a política, nomeadamente no bacanal colectivo que tem sido o Parlamento onde, mesmo com as eleições do passado dia 5, vamos ver que, com a excepção de uma ou outra mosca, a merda vai continuar a mesma.
Hoje, nas empresas do Estado ou nas privadas, nos organismos públicos e na actividade política, o ambiente é de valorização exponencial do aparente, do faz de conta, do travesti profissional que veste a farda que mais jeito dá ao capataz que está acima.
Não admira por isso que, na eventualidade (rara, raríssima) de alguém questionar o veredicto superior (tão superior quanto a sua similitude com os camaleões) corre o risco de ver a avaliação reduzida ainda mais. Reduções, é claro, proporcionais às vezes que ousar questionar o dono da verdade.
O presente foi, basta ver o exemplo do ex-chefe do reino socialista e dos seus vassalos, de todos aqueles que às segundas, quartas e sextas elogiam o chefe, às terças, quintas e sábados o director e ao domingo esboçam elogios a quem pensam que possa vir a ser chefe , director ou primeiro-ministro.
Esperemos, entretanto, para ver se com o novo governo PSD/CDS a coisa vai ser diferente. Não creio. Mas, claro, não custa dar o benefício da dúvida, nem que seja para um dias destes concluir que, mais uma vez, em Portugal ninguém vai querer saber que o “stradivarius” que julgam ter é, afinal, feito com latas de sardinha e foi comprado na Feira da Vandoma, no Porto.
Pelo meio deste circuito aparecem sempre os sipaios que acalentam a esperança de um dia serem chefes de posto e que, no cumprimento de ordens superiores, passam ao papel a avaliação pré-determinada, mesmo que no lugar da assinatura tenham de pôr a impressão… digital.
2 comentários:
É muito bom dizer-se o que se pensa. Embora o que se pensa e se lhe diga, não vá agradar a todos. Para isso é preciso não se ter medo de desagradar. Il faut... Edwardgbar
Muito bom dizer o que se pensa. Muito embora, não se possa agradar a todo mundo, mas o importante é que vc dê sua opinião sensata, desprovida de medo e de desagrdar a quem quer que seja. Entretanto pensando e dizendo o que se pensa sem medo de desagradar, vive-se mais só. edwardgbar
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