sábado, setembro 09, 2006

Carta a um (bom e velho) amigo

Ao tempo que combinei tomar um café contigo, meu caro Jorge Monteiro Alves. Combinei mas (ainda) não cumpri. Como dizia a outra, eu sei que tu sabes que eu sei que a amizade não se define, sente-se. Mas, embora sentindo-a, não era mau que a praticasse. Pois.

Acredita, meu velho, que o meu silêncio (qual refúgio escondido nos córregos sinuosos da sobrevivência) não significa que me tenha rendido aos capatazes ou que, como muitos que conhecemos, tenha esquecido os amigos.

Nada disso. Como tu há poucos. Tão poucos que seria um crime perder-te. E embora, nos últimos meses, tenha feito pouco (muito pouco, reconheço) para regar a nossa amizade, acredita que não há machado que corte a raiz à admiração, pessoal e profissional, que sinto por ti, por muito que isso desagrade aos donos da verdade.

Meu caro Jorge Monteiro Alves,

Tenho estado em silêncio mas, nas esquinas da memória ou nos recantos do coração, falo muitas vezes contigo, recordo muitas vezes as nossas conversas, os nossos cafés ...

Sei que não é o bastante. Sei que mereces mais e muito melhor. Talvez com a esperança de pagar, ou pelo menos diminuir, a dívida de gratidão que tenho para contigo, aqui fica em circuito aberto o meu testemunho de amizade e a promessa de que, custe o que custar, um dia destes vou tomar o tal café.

Aceita um forte abração.

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