sábado, setembro 30, 2006

Velho amigo mas um sempre novo guerreiro

Alcides Sakala, meu velho e querido amigo dos tempos (entre outros) dos bancos da escola no Huambo, está agora ao leme do grupo parlamentar da UNITA. Sempre que falo dele digo meu velho e querido amigo porque tenho orgulho nisso e por saber que ele foi, é e será um lapidar exemplo para os angolanos onde, obviamente, me incluo.

Na sua intervenção no debate sobre o Orçamento Geral dos Estado disse: "Vivemos numa sociedade marcada pela riqueza excessiva de uns e pela pobreza extrema da maioria».

Força irmão, dizer o que pensamos ser a verdade é a melhor qualidade dos grandes Homens. E tu és um deles.

No seu primeiro discurso como presidente da bancada parlamentar do maior partido da oposição angolana, Sakala recordou que "a maior parte da população vive no limiar da pobreza, com menos de um dólar por dia, sendo incapaz de satisfazer as suas necessidades básicas".

Por outras palavras: “poucos têm milhões e milhões têm pouco, ou nada”.

"Só o crescimento da economia nacional fora das áreas estratégicas do petróleo e dos diamantes poderá resolver o problema do desemprego e combater as desigualdades sociais", afirmou o líder parlamentar da UNITA, mostrando que conhece como poucos a realidade da Angola profunda.

Nesse sentido, defendeu a necessidade de "um orçamento virado para o crescimento e para o progresso social e não algo que mantenha imutável a situação de pobreza, o nível de analfabetismo e as assimetrias regionais".

Alcides Sakala tem a sabedoria de quem sentiu, tantas vezes de forma dolorosa, os dois lados da História de Angola e, honrando esse conhecimento, vai lutar para que os milhões que têm pouco passem a ter algo mais.

Juntando a experiência das matas à dos grandes areópagos da política internacional, Alcides Sakala vai mostrar que nunca se esqueceu que Angola não se define – sente-se.

E de uma coisa todos podemos ter a certeza: Alcides Sakala sente Angola como poucos, como muito poucos.

Ao entrevistá-lo para o Jornal de Notícias (trabalho hoje publicado e que foi retomado pelo Notícias Lusófonas e pelo Pululu) reconfirmei (sei, meu caro Alcides, que isso não era preciso) que ele continua a mostrar como se deve amar Angola.

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