sexta-feira, setembro 22, 2006

O Jornalismo faz-se de notícias
e não de pedidos ou de favores

«Porque carga de chuva a imprensa portuguesa, no seu mais lato sentido, não fez (espero que ainda) nenhuma referência ao teu livro que amanhã será apresentado na Casa de Angola, em Lisboa?», pergunta-me um amigo que, em boa hora (digo eu), deixou o Jornalismo para se dedicar à produção de conteúdos.

A pergunta tem todo o fundamento e o meu amigo Amadeu já sabe qual é a resposta. Mesmo assim, porque haverá quem tenha a mesma dúvida e não saiba a resposta, ela aqui vai.

Quando comecei nesta profissão (eu sei que foi há muito, muito tempo), ensinaram-me que no Jornalismo a única tarefa humilhante é a que se realiza com mentira, deslealdade, ódio pessoal, ambição mesquinha, inveja e incompetência.

Hoje as coisas são diferentes. Muito diferentes. Hoje o que vale é a mentira, a deslealdade, o ódio pessoal, a ambição mesquina, a inveja e a incompetência. Portanto...

O Jornalismo faz-se (ou deve fazer-se) de notícias e não de pedidos, de favores. Se eu fosse ao “colega” X pedir, então sim, o lançamento do livro seria notícia. Mas como não fui, não vou e nunca irei...

Todos (?) nos recordamos que quando um cão morde um homem, isso não é notícia. Notícia será (seria) se o homem mordesse o cão. Em alguns media nada disto é verdade. O cão pode morder e ser notícia, desde que... O homem pode morder e não ser notícia, desde que...

«Desde que» significa ligações, conhecimentos, interesses etc.. Se o dono do cão que mordeu conhecer um «jornalista», de preferência chefe, passa a ser notícia. Se o dono do cão que foi mordido pelo homem não conhecer um «jornalista», de preferência chefe, não é notícia.

A este (des)propósito, deixem-me registar aqui algumas excepções à regra. Para além de vários blogs, O Primeiro de Janeiro, Notícias Lusófonas, Jornal Digital, Lusomátria, Portal dos Jornalistas e Luanda Digital noticiaram o lançamento.

Nota: Como bem lembra um dos comentários, também o Jornal da Nova Democracia (http://www.demoliberal.com.pt) noticiou o lançamento. Foi, aliás, dos primeiros. As minhas desculpas pela falha.

2 comentários:

Anónimo disse...

... e já agora acrescente o Demoliberal (jornal da Nova Democracia) que, atempadmente, fez a devida informação a qual ia criando problemas, ou criou alguns qui pro quos, em certos sectores que chegaram a ler "que eles eram apoiados pela Casa de Angola".
É o velho problema que cada leitura tem a sua própria leitura sem que a leitura necessária seja a verdadeira leitura que a leitura quis formular.
Incompreensível? está na mesma linha daquilo que certos sectores provocam numa leitura fácil e clara.
Kandando
EA

renato gomes pereira disse...

caro Kompanheiro de luta...
ainda não li o seu livro mas pelo que tenho lido de si valerá a pena...
Não pare...todos precisamoa de Si!