O presidente da República portuguesa recusou hoje que a crise do euro seja apenas responsabilidade dos países com problemas de "disciplina orçamental".
Cavaco Silva, apesar de estar na política portuguesa há pouco tempo (foi primeiro-ministro de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, nas eleições presidenciais de 22 de Janeiro de 2006 foi eleito presidente da República e foi reeleito a 23 de Janeiro de 2011), sabe o que diz.
"A causa desta crise não reside no tratado que instituiu o euro nem é culpa apenas dos Estados-membros com problemas de disciplina orçamental. A resposta tem de ser europeia, pronta e eficaz no curto prazo", lê-se numa mensagem colocada pelo chefe de Estado, Cavaco Silva, na sua página no Facebook.
Na mensagem, Cavaco Silva anuncia ainda que, amanhã, irá deslocar-se a Itália, onde fará uma conferência no Instituto Universitário Europeu de Florença sobre "As lições da crise do euro", sublinhando tratar-se de "uma das crises mais sérias da história da construção europeia".
Inserida no ciclo de conferências "A Europa em Debate" promovido pelo Instituto Universitário Europeu (IUE), a intervenção de Cavaco Silva será feita em português, com tradução simultânea para inglês e italiano (cá para mim deveria também ser em cirílico e mandarim), e deverá assim centrar-se no actual momento europeu e nos desafios que a União Europeia tem pela frente.
A necessidade de uma maior liderança europeia e a confiança que deposita no ideal europeu deverão ser outras das ideias a desenvolver por Cavaco Silva, temas que têm, aliás, sido abordados nas últimas intervenções públicas, nomeadamente no discurso que proferiu no 5 de Outubro, onde falou sobre a "encruzilhada" em que a Europa se encontra quanto ao seu futuro.
Há duas semanas, durante uma entrevista à TVI o chefe de Estado avançou igualmente com algumas medidas que preconiza no âmbito da "grave crise" que atinge a zona Euro, defendendo uma "intervenção ilimitada" do Banco Central Europeu para ajudar países com problemas de liquidez, cuja autonomia financeira devia depois ficar limitada, assim como a construção de uma estratégia europeia de crescimento económico e de emprego.
Em bom português (desculpem mas não sei cirílico nem mandarim) importa perguntar, voltar a perguntar, nunca deixar de perguntar, o que tem andado Cavaco Silva a fazer desde que chegou à ribalta da política portuguesa, isto para além de gozar com a miséria dos outros?
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