Paulo Portas garante que Portugal vai emergir. Só não diz se quando isso acontecer o país estará na Europa ou no Norte de África.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, elegeu como prioridades melhorar a imagem externa do país (não diz se é o deles ou se é o dos 800 mil desempregados, 20% de miseráveis e outros tantos lá perto) e promover as empresas portuguesas no estrangeiro.
Convidado especial da Câmara de Comércio Anglo-Portuguesa, cujo jantar em Londres juntou várias dezenas de empresários portugueses e britânicos, Portas prometeu "melhorar a percepção externa de Portugal e a projecção das empresas portuguesas no estrangeiro".
Retomando um dos temas que abordou no encontro com o homólogo britânico, William Hague, e numa palestra na universidade London School of Economics, garantiu que Portugal deve estar a antecipar algumas medidas para reduzir o défice e recuperar a credibilidade internacional.
"Esta é a única forma de não só sobrevivermos mas emergirmos como um país mudado e capaz", sustentou o líder do Partido Popular, não explicando se quando emergir Portugal ainda estará na Europa ou no Norte de África.
O chefe da diplomacia portuguesa disse estar "inteiramente consciente" de que a crise de crédito na zona euro pode trazer novos problemas no futuro, acrescentando: "Mas não podemos ficar parados e esperar pelo melhor".
Tem razão. No entanto se parar é morrer, o que se pode dizer dos portugueses que estão a viver sem comer e que, por isso, morrem em andamento?
Portas reiterou a mensagem de que Portugal "vai cumprir" os compromissos assumidos com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia. Deve ser verdade. Nem que para isso tenha de venerar, por exemplo, o ditador dono de Angola, José Eduardo dos Santos. E se o fizer, já o faz, nem sequer é original. José Sócrates fez o mesmo – entre outros . com o “líder carismático” da Líbia, Muammar Kadafi.
Paulo Portas referiu a conversa que teve com representantes da "troika" ainda antes das eleições em Junho, aos quais terá dito: "Respeito o vosso trabalho e teremos de trabalhar juntos nos próximos anos mas esta é a terceira vez na minha geração que pedimos assistência financeira ao FMI e farei o possível para que seja a última".
Não faço ideia da ementa do jantar de Paulo Portas, mas não deve ter andado longe de: trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas, com cinco vinhos diferentes, entre os quais um Château-Grillet 2005.
Faço, contudo, ideia da ementa da grande maioria do povo português: uma sardinha a dividir por três…
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