sexta-feira, outubro 21, 2011

Ou ele ou o dilúvio!

Pedro Passos Coelho, defende que a proposta de Orçamento para 2012 "traduz um esforço o mais equilibrado possível na distribuição dos sacrifícios".

Tem toda a razão. O equilíbrio entre os que pouco ou nada têm é visível e estável. O mesmo se passa, do outro lado da vida portuguesa, entre os privilegiados filhos de um deus superior.

Questionado no final do Congresso da Ordem dos Economistas, em Lisboa, Pedro Passos Coelho sublinhou o seu empenho "em garantir o mais possível a união entre todas as instituições" e recusou "contribuir para alimentar qualquer polémica, ainda para mais com o senhor presidente da República".

Não sei a que instituições se referia, mas é visível que união de facto entre as que são donas dos escravos continua com grande vitalidade, admitindo-se que as opiniões de Cavaco Silva sejam uma estratégia não só para dar vida ao PS mas, também, para afastar o interesse mediático dos tiros que o Governo está a dar nos pés… dos outros.

Creio, no entanto, que o que mais sensibilizou - quase até às lágrimas - os portugueses foi a garantia, solene, de Passos Coelho: “Nunca ninguém contará comigo para, em especial em momentos de tantas dificuldades como este, estar a contribuir para alimentar qualquer polémica, ainda para mais com o senhor presidente da República".

E como todos os portugueses sabem, quando Passos Coelho garante, está garantido. Ele honra até às últimas consequências a sua palavra.

Não faltam, reconheçamos com toda a humildade que só nos fica bem, exemplos da coerência e da palavra, sagrada e honorável de Pedro Passos Coelho. E isso é um motivo de descanso para todos os súbditos de sua majestade.

E isso acontece, citando Passos Coelho, porque os políticos "recebem porcaria de volta dos cidadãos quando se lhes dirigem com falta de respeito e com promessas não cumpridas".

"Se lhes transmitirmos credibilidade os portugueses compreendem, se lhes falarmos sem verdade e com falta de respeito, eles compreendem que estamos a ser batoteiros e em Portugal já temos um Estado batoteiro", afirmou Passos Coelho.

E, como ele diz, na política portuguesa tem de acabar a situação de os poderes públicos darem emprego aos amigos em vez de optarem pela qualidade técnicas daqueles que escolhem para os cargos.

"Não interessa chegar ao poder apenas pelo poder, mas sim indicar ao eleitorado o que se vai fazer, dentro de paradigmas satisfatórios e cumprir", afirmou esse paradigma da palavra, da honra e da coerência que dá pela nome de Pedro Passos Coelho.

Querem mais exemplos? São tantos e qual deles o melhor que, é verdade, é inexequível apresentar uma só falha à palavra do primeiro-ministro. Veja-se, por exemplo, que foi ele que exigiu,  na negociação para viabilizar o Orçamento para 2011, que não houvesse aumento de impostos.

Foi ele que exigiu igualmente que “toda a diminuição da despesa fosse feita para que o país pudesse proceder à consolidação das contas públicas”.

Foi ele que chegou a dizer que mexer no subsídio de férias ou no subsídio de Natal seria um autêntico disparate.

Como se vê, Portugal não poderia ter como primeiro-ministro um político mais coerente, honesto, íntegro e quase divino  que não fosse Pedro Passos Coelho. É caso para dizer, ou é ele ou o dilúvio.

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