Quando ouviu os cabindas dizerem que se põem de joelhos perante Deus, Eduardo dos Santos disse ao MPLA que queria ser Deus...
Depois, quando o Comité Nobel norueguês anunciou como Nobel da Paz 2011 as liberianas Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee e iemenita Tawakkul Karman, interrogou (diz-se) médicos cubanos sobre a possibilidade de “virar” mulher.
E enquanto procura um reconhecimento internacional, que está a ser difícil apesar das toneladas de petróleo que está disposto a gastar para o conseguir, o presidente do MPLA, do regime, de Angola (é tudo a mesma coisa) abriu concurso de ideias para atingir esse desiderato.
Ao que parece, os especialistas mais credenciados para o efeito são brasileiros e portugueses. E deles terá chegado a ideia de que a melhor forma para ser figura relevante dos areópagos internacionais terá de, vejam só, ser eleito presidente ao fim de 32 anos no poder.
E vai ser por essa via que Eduardo dos Santos lá vai chegar. Tudo está pronto para, em 2012, ele ser finalmente eleito. Não como presidente por escolha universal e directa dos angolanos, mais como cabeça de lista do partido que, como todos sabem, vai vencer as eleições, ou seja, o MPLA.
Num laivo de discernimento, prontamente atribuído à medicação fora da validade, Eduardo dos Santos interrogou os seus super-especialistas se não haveria coisas que o pudessem prejudicar.
“No ranking da corrupção divulgado pela Transparência Internacional, Angola está ao mesmo nível da Guiné-Bissau, ou seja na 158ª posição”, lembrou Eduardo dos Santos.
- Não é preocupante, disseram os especialistas brasileiros e portugueses, falando com vasto conhecimento de causa.
“Em Angola, mais de 68% da população vive em pobreza extrema e a taxa estimada de analfabetismo é de 58%. A dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens é o método utilizado por nós para amordaçar os angolanos. O silêncio do povo deve-se à coação e às ameaças. A corrupção política e económica é utilizada contra todos os que querem ser livres. O acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, está limitado a um grupo muito restrito das nossas famílias”, afirmou ainda Eduardo dos Santos.
E os conselheiros, traumatizados e petrificados, ficaram de boca aberta. E, a medo, perguntaram: “Mas o que é que é isso presidente?”.
Foi então que, com um sorriso de orelha a orelha, Eduardo dos Santos explicou:
- Não se preocupem. Eu estava apenas a fingir que era o Isaías Samakuva.
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