sábado, setembro 16, 2006

Israel, a Rota dos Móveis e a GNR

Tentei hoje conhecer o novo Pavilhão Rota dos Móveis (que raio de nome!) situado em Lordelo, uma freguesia do Concelho de Paredes e do Distrito do Porto. Tentei mas não consegui. Tudo porque lá ia decorrer um evento desportivo que envolvia Portugal e Israel. A GNR, com cães, passou a pente fino as instalações e os curiosos que por ali andavam tiveram de dar à sola. Lembrei-me então de algo de que ouvi falar há muito, muito tempo: alma sã em corpo são.

Entre os filhos (os que podiam estacionar o carro no recinto do pavilhão) e os enteados (que, como eu, tinham de deixar o carro longe, mesmo transportando dois velhotes de 80 anos) sobrou tempo para, a partir do exemplo, pensar como vai este mundo.

Israel continua a ter necessidade de segurança máxima, não vá algum extremista resolver colocar Lordelo no mapa dos atentados.

A GNR (ou, melhor, o elemento com quem falei) continua a ter dificuldade em contar até 12 sem ter de se descalçar. A única coisa que sabia dizer era: “não pode passar para o pavilhão”.

O caso fez-me lembrar um episódio passado há 30 anos ali ao lado, na freguesia de Rebordosa. Um GNR veio identificar-me por ter sido testemunha de um acidente de viação.

- Qual é sua profissão? Perguntou-me com a autoridade que a farda lhe conferia.

- Jornalista, respondi ao mesmo tempo que reparei que ele escrevera jornaleiro.

Alertei-o para o lapso. “Eu sei o que estou a fazer! Meta-se na sua vida”, respondeu-me com a tal autoridade que a farda lhe conferia.

Resultado. Quando o Tribunal de Paredes me convocou para o julgamento, lá vinha a designação profissional: jornaleiro.

Coisas da vida!

3 comentários:

ELCAlmeida disse...

Nunca tinha visto um GNR com um aspecto tão humanamente educado. Vá lá, ainda existe.
Kdd
EA

Anónimo disse...

Realmente...porque raio está a GNR/PSP, na altura de eventos de qualquer tipo nos quais seja necessário cortar/condicionar trânsito a apanhar chuva/sol ou frio, com o povo que nós temos, tão bem educado, tão cumpridor, bastaria uma sinalização temporaria e estava feito...e cortava-se nas despesas.
Obs: esse militar da Guarda, não nasceu Guarda...era um homem do povo, quem o transformou em Guarda é que tem culpa.
cumprimentos.

Orlando Castro disse...

Caro José Jorge,

De facto quem o transformou em Guarda é que tem alguma culpa. Não toda. Mesmo sendo do Povo tem cabeça para pensar, se bem que não é para pensar que os chefes o querem.

Abraços