"Vivemos num país em que o parlamento está caduco e o presidente da República nunca foi eleito. Que democracia é esta em que o povo não escolhe os seus representantes e os que estavam no poder durante a guerra se eternizam nos cargos?", questionou, sem disfarçar a indignação que sente, Alda Sachiambo, secretária provincial da UNITA no Huambo em entrevista ao Jornalista Natal Vaz, da Lusa.
"A guerra civil terminou e entrámos numa nova fase - a construção da paz, um processo muito lento, que já se arrasta há quatro anos e meio", lamentou a secretária provincial da UNITA no Huambo, que acusa os "radicais do MPLA de se assumirem como donos do país, pouco empenhados na construção de um futuro de democracia e desenvolvimento para Angola".
Pegando no caso do Huambo, a cidade de Angola mais destruída pela guerra, considerou que "se devia e podia ter feito mais".
"É ver a velocidade a que se investe em cidades como Luanda, a capital, para chegar à conclusão que ficámos de fora. Não há políticas para recuperar o interior de Angola e é curioso que o Huambo, a segunda maior cidade do país tenha ficado à margem do Campeonato Africano das Nações (CAN) de 2010", contou, com mágoa.
Mas há mais queixas. A reinserção dos antigos militares da UNITA está muito atrasada e há muita intolerância política, no Huambo e no resto do país. Relatou diversos incidentes registados na província do Huambo, onde os militantes da UNITA têm dificuldades em arranjar uma sede, lançar campanhas ou promover actividades para os seus militantes.
"Colocar uma bandeira da UNITA numa sede pode desencadear incidentes com as gentes do MPLA e levar à intervenção das forças de segurança, que já chegaram a disparar para obrigar as pessoas a dispersar", disse, acrescentando que "alguns administradores (municipais e comunais) do MPLA ainda pensam que estão no tempo do regime de partido único".
Segundo denunciou a dirigente da UNITA, ainda recentemente houve uma pessoa baleada numa perna porque estava numa actividade partidária na aldeia de Nduluu-Epanda, da comuna de Hengue, município do Bailundo.
"Muitas destas ocorrências remetemos para a direcção do partido, em Luanda, porque se tentarmos uma solução local, nada avança por causa da burocracia.Nunca se chega a nenhuma conclusão", protestou.
"O MPLA tem de saber que precisa de contar com a UNITA para virar a página da guerra", defendendo que o partido agora liderado por Isaías Samakuva tem de se mobilizar e participar na preparação das eleições.
"À partida sentimos que o processo está um pouco viciado, porque o MPLA quer arbitrar e jogar ao mesmo tempo. Temos de estar representados a todos os níveis para defendermos as nossas posições e acautelar que o processo decorra com dignidade. Queremos eleições em 2007. Depois, pode ser demasiado tarde", concluiu.
"A guerra civil terminou e entrámos numa nova fase - a construção da paz, um processo muito lento, que já se arrasta há quatro anos e meio", lamentou a secretária provincial da UNITA no Huambo, que acusa os "radicais do MPLA de se assumirem como donos do país, pouco empenhados na construção de um futuro de democracia e desenvolvimento para Angola".
Pegando no caso do Huambo, a cidade de Angola mais destruída pela guerra, considerou que "se devia e podia ter feito mais".
"É ver a velocidade a que se investe em cidades como Luanda, a capital, para chegar à conclusão que ficámos de fora. Não há políticas para recuperar o interior de Angola e é curioso que o Huambo, a segunda maior cidade do país tenha ficado à margem do Campeonato Africano das Nações (CAN) de 2010", contou, com mágoa.
Mas há mais queixas. A reinserção dos antigos militares da UNITA está muito atrasada e há muita intolerância política, no Huambo e no resto do país. Relatou diversos incidentes registados na província do Huambo, onde os militantes da UNITA têm dificuldades em arranjar uma sede, lançar campanhas ou promover actividades para os seus militantes.
"Colocar uma bandeira da UNITA numa sede pode desencadear incidentes com as gentes do MPLA e levar à intervenção das forças de segurança, que já chegaram a disparar para obrigar as pessoas a dispersar", disse, acrescentando que "alguns administradores (municipais e comunais) do MPLA ainda pensam que estão no tempo do regime de partido único".
Segundo denunciou a dirigente da UNITA, ainda recentemente houve uma pessoa baleada numa perna porque estava numa actividade partidária na aldeia de Nduluu-Epanda, da comuna de Hengue, município do Bailundo.
"Muitas destas ocorrências remetemos para a direcção do partido, em Luanda, porque se tentarmos uma solução local, nada avança por causa da burocracia.Nunca se chega a nenhuma conclusão", protestou.
"O MPLA tem de saber que precisa de contar com a UNITA para virar a página da guerra", defendendo que o partido agora liderado por Isaías Samakuva tem de se mobilizar e participar na preparação das eleições.
"À partida sentimos que o processo está um pouco viciado, porque o MPLA quer arbitrar e jogar ao mesmo tempo. Temos de estar representados a todos os níveis para defendermos as nossas posições e acautelar que o processo decorra com dignidade. Queremos eleições em 2007. Depois, pode ser demasiado tarde", concluiu.
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