Ninguém é obrigado (pelo menos em teoria) a comer o que não quer. Para quem tem comida é fácil dizer isto. Para quem não a tem, a única alternativa é comer o que lhe aparecer, se quer sobreviver. Nesta altura de um complicado processo que Angola atravessa, é meu dever dizer e assumir que prefiro comer pirão no prato de um amigo, do que lagosta no prato de um inimigo.
Mau grado achar que muitos dos meus amigos estão a comer (lagosta, é claro!) nos pratos dos inimigos, indiferentes aos pratos vazios do seu povo, continuo a acreditar que ainda é possível recuperá-los.
Cada vez que tento, por defeito de fabrico e por idealismo gerado na minha terra, mostrar a esses amigos que devem lembrar-se das lições da escola e ouvir a voz da consciência, levo um murro no estômago.
As suas preocupações são outras. Admito que mais pragmáticas. Talvez Angola viva uma fase de salve-se quem puder que, calculo, justifique que se mande às ortigas os princípios éticos que fizeram escola na Escola da vida em que esses amigos, tal como eu, andaram.
Custa-me, no entanto, ver que eles estão satisfeitos por receberem do seu principal adversário metros e metros de uma corda supostamente destinada a puxar a jangada que está perdida no meio do rio.
Custa-me porque esses meus amigos deveriam saber que essa corda destina-se ao seu enforcamento, tão logo a jangada chegue à margem.
E quando aparece alguém como eu, como Eugénio Costa Almeida ou Jorge Eurico (entre muitos outros), a dizer que é um erro pedir ajuda à onça para derrotar o cão raivoso, o que é que acontece?
Somos atacados por todos os lados. Acredito que alguns desses amigos até poderiam um dia destes reconhecer o erro e pedir desculpas. Mas não o vão fazer.
E não vão reconhecer o erro e pedir desculpas porque a onça que os ajudou a vencer o cão vai matá-los.
Mau grado achar que muitos dos meus amigos estão a comer (lagosta, é claro!) nos pratos dos inimigos, indiferentes aos pratos vazios do seu povo, continuo a acreditar que ainda é possível recuperá-los.
Cada vez que tento, por defeito de fabrico e por idealismo gerado na minha terra, mostrar a esses amigos que devem lembrar-se das lições da escola e ouvir a voz da consciência, levo um murro no estômago.
As suas preocupações são outras. Admito que mais pragmáticas. Talvez Angola viva uma fase de salve-se quem puder que, calculo, justifique que se mande às ortigas os princípios éticos que fizeram escola na Escola da vida em que esses amigos, tal como eu, andaram.
Custa-me, no entanto, ver que eles estão satisfeitos por receberem do seu principal adversário metros e metros de uma corda supostamente destinada a puxar a jangada que está perdida no meio do rio.
Custa-me porque esses meus amigos deveriam saber que essa corda destina-se ao seu enforcamento, tão logo a jangada chegue à margem.
E quando aparece alguém como eu, como Eugénio Costa Almeida ou Jorge Eurico (entre muitos outros), a dizer que é um erro pedir ajuda à onça para derrotar o cão raivoso, o que é que acontece?
Somos atacados por todos os lados. Acredito que alguns desses amigos até poderiam um dia destes reconhecer o erro e pedir desculpas. Mas não o vão fazer.
E não vão reconhecer o erro e pedir desculpas porque a onça que os ajudou a vencer o cão vai matá-los.
1 comentário:
Provavelmente seremos nós que estamos enganados e não os outros.
Em qualquer dos casos MEU AMIGO será sempre uma HONRA pancar uma mão de pirão (prato é para as lagostas) consigo!!!
Que a Dipanda esteja connosco.
Kandandu
Eugénio Costa Almeida
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