As eleições presidenciais em Timor-Leste "são cruciais" para a consolidação da democracia no país? São com certeza, embora me pareça que democracia com a barriga vazia seja uma treta. Se calhar, digo eu, é exactamente nisso que pensarão os timorenses quando, amanhã, forem escolher entre Ramos-Horta e “Lu Olo”.
Quem vai ganhar? Na minha opinião, que espero errada, será Ramos-Horta. Porquê? Desde logo porque isso convém a Xanana Gusmão, à Igreja Católica e à Austrália (a ordem é arbitrária). Não convirá, penso, aos timorenses.
Aliás, ainda hoje Ramos-Horta, participou (vestindo o fato de primeiro-ministro) na cerimónia de despedida de Xanana Gusmão do corpo diplomático acreditado em Timor-Leste.
Está, quer se queira ou não, tudo feito para Ramos-Horta vencer. Não vai, é claro, convencer. Mas essa é outra questão.
Ramos-Horta é o tipo de político que espera que o povo suba até ele em vez de, como se esperaria de alguém que quer assumir a liderança de um país onde milhares de pessoas acordam com fome e dormem com fome, ser ele a subir até ao povo.
Ramos-Horta garante que em caso de vitória nas presidenciais irá assumir com "humildade" e "com total determinação" as suas novas responsabilidades "procurando trabalhar com todos os partidos, incluindo a Fretilin".
Alguém acredita? Ramos-Horta conseguirá, no máximo da sua dedicação, trabalhar consigo próprio e de vez em quando com Xanana Gusmão se este for, como tudo indica, o futuro primeiro-ministro.
Quem escolhe são os timorenses. No entanto, para mim, uma coisa é certa: Ramos-Horta não nasceu para servir mas para ser servido. Cá estaremos para ver.
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