A influência australiana em Timor-Leste sente-se desde há muito. “O Governo australiano que continua a manifestar-se contra a independência de Timor-Leste está a passar-nos um atestado de menoridade”, dizia-me Xanana Gusmão em 13 de Fevereiro de 1999 (entrevista publicada no Jornal de Notícias). E se, até agora, não passava de influência, com a vitória de Ramos-Horta, a Austrália vai acampar no seu quintal, ou seja em Timor-Leste.
Actualmente os cerca de mil soldados que integram a Força Internacional de Estabilização, liderada pela Austrália, têm-se mantido no país à margem da Missão Integrada da ONU (UNMIT), que conta com cerca de 1.600 polícias provenientes de 20 países, entre os quais Portugal, através da GNR.
À margem da missão da ONU porquê? Porque quem manda são eles. Tão simples quanto isso.
Actualmente os cerca de mil soldados que integram a Força Internacional de Estabilização, liderada pela Austrália, têm-se mantido no país à margem da Missão Integrada da ONU (UNMIT), que conta com cerca de 1.600 polícias provenientes de 20 países, entre os quais Portugal, através da GNR.
À margem da missão da ONU porquê? Porque quem manda são eles. Tão simples quanto isso.
O chefe da diplomacia australiana, Alexander Downer, já deixou claro que o seu país tenciona permanecer em Timor-Leste "pelo menos até às legislativas", marcadas para 30 de Junho.
Pelo menos. No entanto, a pedido de Ramos-Horta por lá vão ficar muitos e muitos anos.
O neocolonialismo de Camberra é fortemente criticado pelo partido maioritário, a FRETILIN, que acusa os militares australianos de condicionarem a política interna de Timor-Leste, a pedido de Ramos-Horta.
Nem mais. Mesmo assim, a comunidade internacional continua de cócoras.
O sinal mais claro das preferências australianas foi dado em Fevereiro passado, quando o parlamento timorense finalmente ratificou o acordo de exploração e partilha das receitas de dois dos maiores campos de hidrocarbonetos do Mar de Timor, Greater Sunrise e Bayu Undan, concretizando uma promessa desde logo enunciada por Ramos-Horta quando tomou posse como primeiro-ministro.
A resolução deste contencioso, que se arrastava desde 2004, foi possível a partir do momento que Mari Alkatiri deixou de ser primeiro-ministro. Ou seja, a partir do momento em que Camberra colocou a chefiar o Governo o seu homem de mão, o seu testa de ferro.
Considerado o país mais pobre da Ásia, Timor-Leste conseguiu, apesar de tudo, com a crise de 2006 desbaratar o capital acumulado desde 2002, quando se tornou a primeira nação do século XXI.
Assim, de ex-colónia de Portugal, Timor-Leste passa agora a quintal da Austrália.
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